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O trabalho por nobres causas e a plena evolução do espírito

Lília Rodrigues da Silva Paiva

Todo espírito, por ser aquele eterno viajante entre o plano astral e o plano físico e, sucessivamente, com o somatório de aprendizados em vidas anteriores, vem sempre trazendo em cada encarnação grandes metas traçadas para a realização de valorosos trabalhos, que muitas das vezes é totalmente voltado para o bem da humanidade.

Prova disto é que temos registrado na história grandes feitos que serviram de alavanca para o progresso e auxílio da sociedade, seja no campo cultural, social, da saúde, profissional, seja em muitos outros que deram às civilizações condições de uma vida relativamente melhor para se viver aqui no planeta Terra.

O Racionalismo Cristão, por exemplo, é a maior jóia que a humanidade possui e que ela mesma não sabe, pois só chega a esta valorosa Doutrina, na maioria das vezes, depois de muito sofrimento, de muita busca no sentido de uma existência melhor. Daí, quando começa a conhecer a Doutrina, os valorosos ensinamentos que ela dissemina, sempre explanando a Verdade, é que o ser humano começa a despertar para a luz da espiritualidade. Quando já desperto, compreende o grande benefício que a Doutrina lhe proporcionou. E então por si mesmo chega à conclusão de que também precisa fazer algo para a Doutrina que só visa ao bem da humanidade em geral.

Muitos espíritos, quando em vida física, passaram pela Doutrina deixando grandes obras, grandes feitos, mas também existem aqueles que nunca conheceram a Doutrina, mas levaram a vida desprendida, totalmente voltada para grandes trabalhos sociais, com a finalidade de ver esse trabalho ser útil em prol da nobre causa de auxiliar a humanidade.

Neste artigo, através de pesquisas realizadas, vamos relatar a vida de um grande espírito que passou pelo nosso mundo, exercendo o sacerdócio, mas realizando grandes feitos em prol da sociedade: Júlio Maria.

Nascido em 7 de janeiro de 1878, em Beveren (Bélgica), sentiu este ser, ainda na sua adolescência, forte vocação missionária, e, antes mesmo de completar 18 anos, partiu, com outros companheiros, de sua terra natal para a África, onde trabalhou, ajudando a civilização africana durante seis anos. Voltou em 1901 para a Europa, onde decidiu ser sacerdote, entrando para seguir carreira na Congregação dos Missionários, recém-fundada na época em Grave, na Holanda.

Tendo sido ordenado sacerdote, começou então sua missão, realizando seu trabalho na Holanda, Bélgica e França.

Dentro de pouco tempo foi enviado para o Brasil, como missionário em Macapá, que era uma cidadezinha de nada e hoje é a capital do Amapá. Sua primeira dissertação no Brasil foi em 24/12/1912, pronunciada totalmente em português, o que para ele e para todos que o ouviam foi uma grande felicidade. Júlio Maria de Lombaerge adotou esse nome quando veio para o Brasil, de onde nunca mais saiu; nunca mais voltou ao seu torrão natal, na Europa.

Por onde ele passou deixou seu rastro de trabalho brilhante, sempre no sentido de auxiliara humanidade. Foi, então, que veio para o Estado de Minas Gerais, com a determinação de fundar uma congregação brasileira. E aí se instalou em um pequeno lugarejo no interior do Estado, denominado Manhumirim, hoje uma cidade de médio porte, a 315 km de Belo Horizonte. Deu início, então, a um grande trabalho, e até hoje estão lá as marcas de suas mãos, no sentido de construir uma cidade digna para a vida da sociedade daquele lugar.

Júlio Maria foi um grande homem, soube cumprir com verdadeiro valor sua missão. Na cidade de Manhumirim conseguiu fazer grandes obras sociais, tais como a construção do Hospital Júlio Maria, o Patronato Agrícola Santa Maria, o Seminário, o Colégio Irmãs Sacramentinas, que antes era escola só para meninas e hoje se tornou misto, o Colégio Pio XI, só para meninos, o Asilo São Vicente, para idosos, a Editora do Jornal O Lutador, várias obras literárias.

Portanto, o que queremos levar ao conhecimento de todos é que todo ser humano tem o seu potencial de valor que constitui a grandeza de ânimo, o que torna todo homem capaz de realizar os maiores empreendimentos em todos os setores da vida, no sentido de seu próprio bem e evolução, como também colabora na evolução da humanidade dentro dos parâmetros e propósitos que ele vem aqui realizar quando encarna.

Júlio Maria amava o Brasil. Prova disto são estas suas palavras: "O Brasil, como já disse por diversas vezes, é um campo imenso, onde a cada passo podemos semear alguma coisa de bom com muito zelo e grande amor. Amo o Brasil e quero que ele guarde na terra e beba minhas lágrimas, e guarde as cinzas da minha carne e meus ossos, quando deste mundo partir."

Vítima de um acidente automobilístico, Júlio Maria desencarnou em 24 de dezembro de 1944, no município de Manhumirim, quando voltava mais uma vez do trabalho que realizava naquela região.

Esse grande espírito não pode ter encontrado dificuldades ao transladar-se para o seu repositório de luz quando partiu do mundo terreno, pois fora presidente astral da Filial do Racionalismo Cristão em Três Corações, Minas Gerais, por muito tempo, ainda na presidência física do Sr. Ulisses Monteiro.

Quando o Sr. Ulisses desencarnou, foi designado para ser o presidente astral da citada filial, e Júlio Maria terminava ali mais uma das etapas em vida já astral, ascendendo a mundos de maior evolução, pois é este o sentido da existência e trajetória do espírito, desprender como partícula da Força Criadora, passar por todos os processos de evolução, até chegar de retorno novamente ao criador. Esta é a dinâmica do Universo, que nunca pára, está sempre em evolução.

A Autora é Diretora da Filial de Belo Horizonte, MG


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