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O trabalho e o homem, a busca da relação perfeita

José Rodrigues da Silva

Embora seja reconhecida a evolução alcançada materialmente em todos os campos das atividades humanas, neste século, ainda, infelizmente, nos deparamos com muitas pessoas que, mesmo jovens, procuram negar-se a maiores esforços no caminho da vida, preferindo ocupar-se dos trabalhos mais fáceis e julgando penosíssima a luta para levantarem a maior altura suas próprias qualidades. Parece haver um certo descaso dessas pessoas em relação à marcha do planeta, pois somente esse menosprezo poderá ser o responsável pelo fato de elas não compreenderem que todas as excelsitudes, para serem alcançadas, exigem uma luta verdadeiramente laboriosa.

Quando o filósofo Cícero, 40 décadas antes da Era Cristã, definiu o valor como uma grandeza de ânimo que torna o homem capaz das maiores empresas, não deixou de transmitir, em suas palavras, uma substancial lição, segundo a qual quem é verdadeiramente dono de si mesmo não se entrega à desconsolação ou ao abatimento diante das contingências da vida; ao contrário, por mais difícil que esteja a situação, sabe ele arrojar para os seus braços as forças necessárias para a consecução dos objetivos em mira. Contratempos, embaraços, os açoites dos tormentos são por ele tomados como pontos de partida para novos esforços.

O Racionalismo Cristão, em sua profunda filosofia espiritualizadora da humanidade, vem procurando mostrar ao homem que a iniciativa, a diligência, a exatidão e a pontualidade na execução do trabalho, o bom senso, o claro critério e todas as demais qualidades positivas do caráter constituem os valores mais apreciados e procurados em qualquer pessoa, quando esta tem que se lançar à execução ou ao controle de um mister, de um empreendimento. São qualidades dinâmicas, nunca encontradas nos néscios, nos preguiçosos, nos ineptos e nos incapazes de uma inovação que marque a transcendência do bom sobre o regular, do melhor sobre o bom, do excepcional sobre o melhor.

O espírito encarna neste mundo para progredir sempre, e esse progresso fica preterido quando ele deixa passar despercebidas as ocasiões de adiantar-se através do labor em que são mais complexas as preocupações suscetíveis de contribuir para o êxito ou a vitória do seu trabalho. Só mesmo a ignorância quanto à verdadeira missão do espírito neste planeta leva muitos a preferirem a comodidade de um trabalho mais fácil e até rotineiro a uma mais sacrificada luta para a realização de uma tarefa mais elevada; estes, se não preferem vencer sem combater, pelo menos querem conseguir o triunfo com pouco custo, renunciando, portanto, ao sacrifício que lhes proporcione vitória maior.

O leitor desta coluna deverá avaliar por si mesmo o quanto é importante conhecer as lições ministradas pelo Racionalismo Cristão, onde, deitando por terra todos os preconceitos, predestinações, fatalismos, etc., se pretende transmitir ao homem conhecimentos tais que o levem a ter apreciáveis aptidões e extraordinários dotes naturais no aumento de sua capacidade de trabalhar e de progredir. De posse dos conhecimentos racionais, saberá ele manter a saúde do corpo e da alma na alternativa rítmica do trabalho e do descanso, pois tanto é prejudicial o excesso de atividades como também a excessiva inação. Com método, ordem e disciplina nos atos cotidianos da vida, o homem se ajusta física e animicamente às suas próprias forças, colocando-se nas melhores condições de levar a cabo os empreendimentos de maiores vultos.

O autor é presidente da Filial de Belo Horizonte, MG


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