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Racionalismo Cristão: Entendendo e praticando

Parte 2

Wilson Carnevalli Filho

A Doutrina Racionalista explica de forma muito simples o que é a vida fora da matéria e as leis naturais que a regem. Toda a Doutrina baseia-se em três conceitos fundamentais: Força e Matéria, Livre Arbítrio e Pensamento; e no entendimento de três leis naturais: Causa/Efeito, Atração e Evolução. Vamos explicar cada um dos conceitos fundamentais e as leis.

Força e Matéria

Todo o Universo consiste de apenas duas grandes entidades: Força e Matéria. A primeira é vibração, ação e inteligência que transforma e cria tudo o que há no Universo. A segunda é coisa transformada, é o objeto que se forma a partir da ação da força.

Parece muito simples, mas é muito profundo. Tudo o que nos cerca demonstra esta realidade, basta olhar os fenômenos de forma diferente. O que acontece com uma flor quando é colhida? Em pouco tempo ela apodrece, ou seja, se decompõe, suas moléculas e átomos vão se separando e se individualizando. Por que? A vida, manifestação da força, deixou de vibrar, de dar-lhe forma, cor, brilho, e tudo volta à forma bruta, para, num ciclo posterior, ser organizada novamente e compor um novo ser, com nova forma e característica, fornecida pela vibração da força.

O mesmo fenômeno ocorre conosco. O Espírito é força que agrega matéria e forma o nosso corpo. Parece evidente que a força que incita uma planta é diferente do espírito que agrega nosso corpo. Embora ambos sejam força, estão em estágios de evolução diferentes; o espírito já tem consciência, raciocínio e inteligência, e a força de uma flor tem apenas energia vital. Tudo isto ficará mais claro quando explicarmos a Lei da Evolução.

Quando concebemos a matéria como inerte, sem perceber desmaterializamos o nosso pensamento, pois nossa atenção volta-se para aquilo que realmente conta, a Força. O corpo e, conseqüentemente, toda matéria que nos cercam passam a ser entendidos como algo efêmero e de valor relativo.

É uma grande mudança, não? Veja o caso da morte, não há por que a temer, é um fenômeno material e natural; o espírito é imortal, a consciência e tudo que aprendemos com as experiências da vida permanecem mesmo após a morte do corpo e são usadas em outras encarnações. A vida passa a ser vista como um processo longo, que transcende uma simples encarnação.

Só para lembrar: veja como é sem sentido a busca por um "prêmio" sob esta ótica!

Livre-arbítrio

Entendendo o princípio da Força e Matéria, vamos ao segundo princípio tão poderoso quanto. Livre-arbítrio representa a capacidade plena de ação que todos possuímos. É uma faculdade do espírito controlada pela vontade e retrata a liberdade para agir e conduzir a vida como bem entendemos. É poderoso porque traz a responsabilidade dos atos para nós; quando estamos conscientes de nosso livre-arbítrio, deixamos de colocar a culpa dos problemas nos outros e passamos a concentrar a atenção aos nossos atos, cientes de que fomos os responsáveis pelo que está acontecendo.

O livre-arbítrio é a capacidade que nos distingue das plantas e dos animais irracionais. Nesses últimos, a capacidade de decidir é muito limitada, porque são programados e seus instintos governam sua vontade. Nós temos os atributos do espírito para decidir, usamos nossa inteligência, raciocínio, bom senso, força de vontade para governar nossos atos. Isto implica grande liberdade, mas por outro lado traz também grandes responsabilidades.

O sentimento reinante entre os seres humanos é da sua incapacidade ou falta de liberdade para agir, mas isto, para o Racionalismo Cristão, é um grande erro. Nós temos o livre-arbítrio para mudar o rumo da vida, não o fazemos porque desconhecemos esse poder e abafamos a nossa capacidade.

É fácil perceber como isso funciona. Veja por exemplo um caso em que alguém quer nos prejudicar no emprego; o que podemos fazer? Colocar a culpa na falta de caráter da pessoa, ficar irritado, mas não fazer nada; sair do emprego; conversar com ela e buscar entendimento; buscar apoio em outros profissionais; ignorá-la e concentrar no seu desempenho; uma mistura delas. A escolha de qualquer uma dessas condutas é o exercício do livre-arbítrio. Até quando não agimos estamos exercendo o livre-arbítrio, pois decidimos não agir. Cada escolha tem suas conseqüências e se somos esclarecidos aprendemos a cada escolha feita.

O autor é membro da Junta Cooperativa da Filial Santana, São Paulo, SP


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