Querer bem à vida
José Rodrigues da Silva
Fundamentalmente importante à civilização terrena é a escola que se preocupa com a educação integral do homem, ensinando-lhe não simplesmente viver, mas, sim, querer bem à vida. Querer bem à vida leva o indivíduo a permanecer no seu posto de honra, nunca se afastando da luta para a consecução dos resultados mais admiráveis. Altamente compenetrado dessa sua responsabilidade, não permite que as perturbações do mundo físico lhe avassalem o espírito e este, então, está sempre cheio de forças para enfrentar as múltiplas situações difíceis, tão comuns no mundo atual. Qualquer perturbação altera o ideal de vida, desfavorecendo profundamente o êxito de uma obra e, aí, só mesmo uma resistência de base por parte do desnorteado poderá levá-lo de volta a situações normais.
Homens e mulheres não vieram ao mundo terreno para destilar pensamentos em desacordo com as determinações das leis naturais do Universo; nem para praticar ações que convertem a vida numa tragédia prejudicial a eles próprios, a seus semelhantes ou a um grupo social. Quem alberga no espírito os desastrosos inimigos da felicidade humana sofre de qualquer anormalidade mental e, embora possa recorrer a muitos subterfúgios, fará desaparecer na sua pessoa a fortaleza marcante, só encontrada nos caracteres da perfeita constituição psíquica; é no perfeito equilíbrio psíquico que o homem define uma meta, traça-a e a executa sempre cheio de animação e de alegria, na esperança de atingir a importância capital de sua passagem por este planeta.
A educação espiritual tem por finalidade levar o homem à valorização dessa sua passagem. O Racionalismo Cristão, doutrina disseminada no Centro Redentor, outra coisa não faz a não ser trabalhar intensamente para ver, no mundo, homens mulheres enérgicos, originais, fecundos nas atividades da vida terrena. Já se vê, aí, que o Centro Redentor, hoje com Filiais e Correspondentes espalhados por várias cidades do Brasil e do exterior, é uma escola instituída no planeta Terra com a sublime missão de transmitir aos seres humanos as condições indispensáveis ao completo nivelamento de cada um entre os obreiros do progresso, sobretudo porque estes sabem aliar a inteireza de caráter à capacidade de produzir ou de realizar.
Que importa ao ser humano a extrema pobreza, se ele é realmente um amante do trabalho, se ele está com a mente sempre voltada para a boa qualidade de suas realizações, dispensando ao labor individual todo o esforço exigido pelas mais variadas circunstâncias, sem levar em conta qualquer idéia de sacrifício? Querer bem à vida é banhar-se nas lições práticas e objetivas da autêntica arte de viver, por sinal a mais difícil das artes, e só mesmo através de uma profunda análise no próprio interior cada um poderá compreender que a encarnação do espírito tem como objetivo principal o aperfeiçoamento de si mesmo. Com esse aperfeiçoamento é que ele reforça seus valores morais, acabando por alcançar extraordinária condição de ser bom tanto quanto possível, sejam quais forem as circunstâncias que enfrenta.
Se muitos passam pela vida mas não vivem realmente, isto ocorre por falta de substanciais conhecimentos, como os disseminados pelo Racionalismo Cristão, doutrina que considera muito leviano o fato de uma pessoa sentir a vida somente em seus lances mortais e transitórios; é nestes lances que os negligentes afastam-se da altíssima finalidade de sua passagem por este mundo-escola, onde jamais o encarnado é poupado de enfrentar as mais duras experiências até chegar à fiel compreensão de que todas elas são imprescindíveis ao desenvolvimento gradual de cada indivíduo. Inegavelmente essas experiências preparam o espírito para aproveitar bem todas as oportunidades de elevar o caráter ao mais alto nível possível.
Ao codificar o Racionalismo Cristão, Luiz de Mattos afirmou, com toda força de expressão, que ninguém pode eximir-se de procurar, no expressivo cumprimento do seu labor individual, a satisfação de viver. Se ele assim se expressou, querer bem à vida é não desperdiçar tempo, é não descartar as oportunidades de distinguir-se no cultivo de tudo quanto seja útil e agradável no mais lato sentido da vida. Quando bem consciente de suas próprias forças, o homem não se amedronta em nenhuma ocasião, mesmo ao ver-se rodeado das mais tremendas adversidades, porque, sobretudo, aprendeu a fazer uso imediato de todos os seus atributos morais, fato que o torna cada vez mais capaz de transformar em favoráveis as situações mais desfavoráveis.
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