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Quem foi Jesus, o Cristo? Um homem como outro qualquer (Parte 1)

Gilnei Castro Muller

Quando aqui esteve pela última vez, Jesus, o Cristo, teve um corpo físico formado de Força e Matéria (alma e corpo) igual aos demais seres humanos que por aqui continuam e reencarnar e viver a sua vida terrena normalmente, sujeitos às mesmas leis naturais e imutáveis. A grande diferença é que Jesus tinha maior evolução em seu espírito, por já ter vindo aqui inúmeras vezes em muitas encarnações, e por isso sua bagagem espiritual era maior em relação aos seus contemporâneos. Conseqüentemente seu discernimento à respeito da vida material e espiritual também era bem mais avançado. Foi um homem normal, teve pais e irmãos carnais como qualquer criatura humana dos dias atuais.
Todos os milagres, a divindade e a absurda filiação a um hipotético Deus-Pai-Todo-Poderoso são pura invenção das religiões para se promoverem e melhor impressionarem seus adeptos. Jesus decidiu aqui reencarnar voluntariamente para tentar modificar os baixos sentimentos que dominavam a civilização daquela época, e esta é, também, a razão de ele ter escolhido aquela civilização onde os desencontros eram bastante comuns em matéria de espiritualidade e onde imperavam diferentes matizes de religiosidade. E hoje, na mesma região, infelizmente, continuam a se digladiar como ferrenhos inimigos dois povos oriundos da mesma tribo do antigo povo de Israel, os quais preparam o caminho para mais um futuro holocausto. Para esses dois povos que habitam a antiga região da Palestina o sacrifício de Jesus foi totalmente em vão, porque em nada mudou o seu espírito guerreiro-vingativo.
Veja bem o leitor e analise com calma os acontecimentos de hoje na Palestina, quando, para cada israelense morto, no mínimo são mortos outros dois palestinos em contra-ataques com requintes de pura vingança, que forçosamente irão conduzir esses espíritos que hoje são aparentes vingadores para um novo holocausto no futuro, quando de nada adiantarão as suas lamentações ou quererem apresentar-se como novas vítimas em um futuro próximo ou distante.
A idéia de que Jesus veio reabilitar todos os pecadores por meio da sua morte na cruz é outra invenção das religiões que não faz nenhum sentido perante as leis espirituais. Cada espírito encarnado processa a sua salvação ou "redenção", através de muita luta e trabalho individual, realizando assim a sua própria evolução ou purificação de faltas cometidas em vidas anteriores, reencarnando aqui milhares de vezes se for necessário, até alcançar um nível de evolução que venha a respeitar o seu semelhante, desejando-lhe todo o bem que quer para si e enquadrando-se no cumprimento das leis espirituais que são iguais para todas as criaturas independentemente do seu nível social e do seu poder político ou religioso.
Após o desaparecimento físico de Jesus das proximidades de Jerusalém ou seu afastamento temporário da vide pública, o apóstolo Paulo desvirtuou completamente os ensinamentos originais do mestre Nazareno e os conduziu para Roma, a cidade mais importante do mundo daquela época e capital do Império Romano, onde, em nome de Jesus, se criou uma religião de Estado totalmente modificada e que deveria chamar-se Paulinismo Romano a não de Cristianismo, como se propagou falsamente no Ocidente. E assim passou-se pare a civilização ocidental a idéia de que a Igreja Católica Apostólica de Roma era a única certa e cristã. Aconteceu um desfecho não previsto pelos mentores e fundadores da Igreja de Roma; os seus divulgadores e catequizadores que saíram pelo mundo afora com mãos de ferro e fogo a pregar o seu "cristianismo pagão e paulinizado" desvirtuaram tanto os ensinamentos originais de Jesus que não conseguiram manter o seu rebanho coeso e reunido. Veio a Reforma protestante, e mais tarde a contra-reforma de Roma. Em conseqüência, vieram muitas guerras, "guerras santas e religiosas", e algumas continuam até hoje como na Irlanda e noutros países onde as diferenças de credos ainda causam sérios protestos com assassinatos ou auto-flagelação de alguns fanáticos.
Surgiram, também, milhares de novas seitas, umas ligadas a Roma e outras ao ramo do protestantismo. Todas essas novas seitas se autodenominam cristãs, mas o que fazem na verdade é usar indevidamente o nome de Jesus para se promoverem e, ao mesmo tempo, continuarem a explorar a fé e a credulidade do povo mais humilde, que desconhece a realidade sobre a vida espiritual e suas eternas e naturais leis que regem igualmente a todos, sem nenhuma exceção. Colocaram na boca do Mestre nazareno palavras que ele sequer mentalizou em algum momento da sua trajetória terrena ou até mesmo em plano astral.
Quando os crentes religiosos de todas as seitas conseguirem despertar para a realidade e saber da ilusória crendice em que estavam envolvidos, e tiverem plena consciência da existência das leis espirituais e da eternidade do espírito após a morte do corpo físico, com toda certeza pensarão bem antes de realizar cada ação dos seus atos e assim medirão com moderação e mais ponderação as conseqüências.
No momento em que a humanidade tomar conhecimento da sua essência como força espiritual e souber de toda energia e força íntima de que cada um dispõe em seu próprio pensamento, não haverá mais lugar para enganosas concepções da vida e do próprio Universo.
Nessas condições, os atuais evangelizadores, catequizadores ou salvadores de almas, por mais espertos e cristãos que se apresentem ou se julguem, não terão argumentos místicos para continuar a enganar as criaturas já despertas e livres das religiosidades. Por certo, terão que abandonar a Bíblia e pegar outras ferramentas para garantirem o seu pão de cada dia.
Esses cristianizadores e exploradores da fé dos incautos, por mais espertos a doutores que se julguem, não conseguirão enganar a todos para sempre com suas ardilosas teses bibliarcais, com suas imposições através do "crê ou morre" do tempo da Santa Inquisição.
Assim sendo, podemos afirmar que, com o despertar das criaturas para a vida espiritual, uma nova era nascerá, na qual a luz da lógica e da razão brilhará e iluminará todas as consciências dos povos da face da terra, apagarão para sempre as trevas da ignorância que ainda tanto atrofiam o raciocínio de milhões de espíritos encarnados que desconhecem toda a potencialidade espiritual íntima que cada um tem dentro de si próprio e por medo e desconhecimento ainda não teve condições de empregá-la em seu próprio benefício.
Se agora Jesus decidisse voltar aqui ao plano terreno, reencarnar em um corpo físico e tentar pôr em prática a sua verdadeira doutrina espiritualista, como idealizou aqui implantar, aqueles que se dizem os seus maiores seguidores e "cristãos", que se utilizam do seu nome para tudo, ao terem seus interesses contrariados o condenariam e o crucificariam novamente. Os que mais falam no seu nome são exatamente os que estão mais afastados dos seus exemplos e ensinamentos originais enquadrados em um espiritualismo autêntico e sem mistificações. (continua)


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