Princípios
Heloisa Ferreira da Costa
A vida neste planeta é feita de trabalho, amor, emoções e ilusões. O ser humano precisa de regras para nortear seu viver para o bem, caso contrário cria suas próprias regras e, dependendo de como foi educado ou da imaturidade do seu espírito, sua maneira de viver pode comprometer a função principal de sua estada aqui: a evolução.
Princípio nos dá a idéia de início, daquilo que vem primeiro, e é exatamente isto que deve ser. Nossos princípios de vida devem vir primeiro em todas as situações, e não adianta tentar arrumar desculpas para desviar-se deles, porque, ao desviar-se das leis que escolheu para viver, estará indo contra si mesmo, e o maior lesado será o próprio indivíduo.
A vida material é cheia de ciladas, vivemos sempre em um limite no qual somos impelidos por nossas emoções ou ilusões a quebrar nossas próprias regras. Nunca podemos nos afastar de nossos princípios de vida. Toda seita ou religião tem uma compilação de regras para o indivíduo seguir, mas em todas elas, se o ser cair mas arrepender-se do fundo de sua alma, terá o perdão. Estão aí as cadeias cheias de assassinos inocentes.
Pode ter também a tolerância de um ser superior que entende que ele tentou, mas se falhou não foi por culpa própria, mas sim de forças ocultas que o impeliram ao erro. Tais forças realmente existem, mas se houvesse maior interesse pela lei de causa e efeito não aconteceriam tantos infortúnios. De nada adianta criarem-se dez mandamentos e poder-se quebrar cada um deles apoiado pelo perdão. Cabe aqui citar Dostoiewski: "Se o diabo não existe, e o homem o criou; ele o criou a sua imagem e semelhança".
A melhor faculdade que faz parte do ser humano é o livre-arbítrio, é ela que nos faz errar ou acertar. O que é preciso entender são as escolhas, viver como um fora da lei nunca trará benefício. Deve-se lutar para extinguir a necessidade de preencher todos os requisitos da sociedade moderna, em que o homem ou a mulher só está classificado como normal se tem família, dinheiro e posição social. Muitas vezes, na ânsia de preencher todos os requisitos, nos esquecemos dos nossos princípios, apoiados por ilusões efêmeras da matéria que tão caro custarão para o nosso processo evolutivo. E no final nos perguntaremos: "valeu a pena?"
Sabendo que tudo na vida passa, o importante é saber fazer passar e esperar por dias melhores. Temos que aprender a reprimir os instintos humanos em detrimento dos instintos espirituais.
Uma certeza precisamos ter: a imortalidade do espírito e as várias vidas que já enfrentamos para estar onde estamos. Com esta certeza latente dentro de nós, continuarmos a nossa evolução e nada nem ninguém deverá nos afastar dela, porque os sentimentos profundos resistirão dentro de nós em outras vidas; caso contrário, apenas servirão para nos mostrar que sofremos tanto em vão.
Utilize o seu livre-arbítrio para o seu próprio bem, adote um código de condutas adequado e continue na trilha que traçou no seu mundo de luz. Muitas vezes confundimos nossos caminhos com o chamado destino; tudo que vivemos tem alguma coisa de destino, mas não este que vemos nos filmes, traçado por um deus ilusório, punitivo ou benevolente.
Nosso destino fomos nós mesmos que traçamos. O que parece não estar certo é porque deve ser assim, era para ser assim. Quando esta vida acabar, então entenderemos; agora é impossível para nós, rodeados de misticismos mais antigos do que a própria história do homem. O mais perto que podemos chegar é à aceitação da transitoriedade da matéria e à certeza de que, se forem respeitados os princípios morais, se houver caráter e cumprimento de deveres, dias melhores virão e todo o resto são especulações, ilusões criadas para uma felicidade virtual.
Heloisa Ferreira da Costa é militante da Filial de Marília, SP
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