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O misterioso tempo

Heloísa Ferreira da Costa

Todos sabem que o tempo anda sempre avante, indiferente aos questionamentos humanos. Seres vivos nascem, crescem, envelhecem e morrem; nenhum momento jamais se repete, cada segundo que passa é menos um segundo que temos de vida. A passagem do tempo é um assunto um pouco deprimente, mas também fascinante.
O tempo como o conhecemos neste plano é inexistente no Plano Astral, a medida de tempo não é real e sim uma ilusão. A contagem parece ter início na primeira lembrança, e cada ser humano tem a sua primeira memória em um determinado momento da infância. Esse momento tem ocorrido cada vez mais cedo devido aos estímulos infantis serem maiores, tanto na escola como na família. Essa memória remota desencadeia o sentimento de se estar vivo.
A princípio os dias passam naturalmente, percebemos ao chegar à adolescência uma grande modificação devido à descarga hormonal que transforma a criança em adulto jovem, e, a partir daí, parece que o tempo não pára mais. E quanto mais atividades temos mais parece que a Terra está girando rápido demais. Quantas vezes não ouvimos o comentário de que o tempo está passando muito rápido! O tempo passa da mesma forma, a velocidade de informações e de atividades é que aumentaram. Mas se ficarmos o dia todo sem fazer nada teremos outra impressão. O tempo é relativo também ao que se está vivendo no momento. Por exemplo, viver um minuto com a perspectiva de morte iminente representa uma eternidade, enquanto passar dez horas em situações agradáveis parece um minuto.
Qual o objetivo da vida, então? Acredito que muitos se perguntam isso, será que viver é ver o tempo passar, ou fazer com que ele passe?
O ser humano é composto de corpo mental (espírito), corpo astral (perispírito) e corpo carnal (físico). O propósito da vida é o aperfeiçoamento do corpo mental, o astral serve de ligação entre os outros dois, e o corpo físico é apenas a embalagem que propicia a aventura no mundo Terra. Porém a maioria dos seres pensantes desconhece esta verdade, acha que viver é acumular bens materiais para ter uma velhice segura e tranqüila. Se esse fosse o único objetivo da vida, seria um desperdício, seria como comprar um alimento e apenas observá-lo deteriorar-se sem aproveitá-lo, ou seja, algo sem sentido. Ainda há os que acreditam que viver é apenas uma fase intermediária entre o nada e a eternidade.
O desenvolvimento material é necessário, sem dúvida, mas a evolução espiritual é a mais importante e sua busca é relegada ao período final da vida, quando tudo que é material parece perder o sentido. Os seres humanos, materialmente falando, estragam-se neste planeta, essa é a triste realidade. Se o tempo não for aproveitado para a pós-graduação espiritual, o que sobra no fim é uma matéria inútil e um corpo mental no mesmo estágio que estava no início do período, ou, o que é pior, acúmulo de erros a serem reparados, como se houvesse ocorrido uma atrofia espiritual, e o corpo astral passa a ter tanto peso que não permite ao espírito evolar-se ao mundo de luz próprio, ficando quedado neste plano, girando em falso, num redemoinho dentro de um buraco negro.
Não se pode ver o tempo. Podemos senti-lo, é um borrão, é como estar em um trem supersônico e o mundo passando a mil. Se o trem pudesse ser parado e pudéssemos descer, dar uma olhada, veríamos um universo, uma quarta dimensão, esse é o plano astral, que só iremos encontrar na quebra dos cordões fluídicos que mantém a vida material.
Portanto, ao invés de olhar no espelho e ver o físico envelhecer, é preciso buscar a experiência, a serenidade, a tolerância, sentir-se bem com as próprias atitudes, trabalhar em direção ao aprimoramento e principalmente acumular virtudes; a recompensa por elas fica nas mãos do tempo, do misterioso tempo.

(A Autora é Militante da Filial Marília, SP)


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