Mudanças
Heloísa Ferreira da Costa
Durante toda a nossa vida nós sofremos mudanças, desde o nascimento, quando saímos de um ambiente aquoso para respirar o ar pela primeira vez. As mudanças são físicas, materiais e espirituais. As físicas sofremos no nosso corpo iniciando pela já citada e passando pela infância, adolescência, maturidade e velhice. As materiais ocorrem no ambiente escolar, no nosso primeiro emprego, nas mudanças de domicílio; e as espirituais são nosso comportamento, as atitudes, o desenvolvimento do caráter, o amadurecimento.
Todas essas mudanças têm aspecto bem definido e são fatos naturais que ocorrem, na sua maioria, com ou sem o nosso consentimento, e todas elas nos fazem sentir medo. O medo é a sensação do desconhecido. Por não termos vivenciado uma determinada situação a tememos, mas na maioria das vezes percebemos, após ocorrido o fato, que não havia razão para temê-lo.
Quem de nós não sentiu medo a primeira vez que ficou sozinho na escola? Ou quando teve que expor um primeiro trabalho? Ouvi outro dia em um comercial de televisão: "Ou você aprende a controlar os seus medos ou vai passar a vida nos bastidores".
Diante do medo temos dois caminhos: paralisamos ou enfrentamos as conseqüências e tentamos o êxito. Ninguém alcança o progresso e o sucesso se deixar-se travar pelo pavor, nem os momentos felizes seriam vividos, pois o casamento causa medo, ter filhos traz insegurança, o novo sempre assusta, mesmo quando é para melhor. Qual a mãe que não sentiu medo de não poder segurar corretamente seu bebê e, pela sua incompetência, fazê-lo sofrer? Mas pode uma mãe deixar de aplicar cuidados ao seu bebê? Não. A natureza faz com que ela vença seu temor, a na grande maioria das vezes esta mulher se torna uma boa mãe. Assim são todos os nossos desafios; sempre teremos dificuldades, mas temos que aprender a vencer nossos fantasmas interiores.
Se observássemos um pouco mais a natureza, não seria tão difícil viver e aprenderíamos por esta observação a aplicar as mudanças necessárias para um viver melhor.
Supõe-se que, ao procurarmos estudar, estamos querendo evoluir, mas para que essa evolução ocorra devemos nos propor a mudar. Procure fazer a seguinte experiência: pergunte a dez pessoas importantes da sua vida qual o seu pior defeito. Tenha paciência, você vai se assustar a talvez até se magoar, pois temos a mania de julgarmo-nos perfeitos. Richard Bach, em seu livro Ilusões, explica: "Se quer saber se sua missão na Terra está cumprida, se está vivo, não está."
Se, por outro lado, não quiser se expor preste atenção às criticas dirigidas a você: "egoísta", "autoritário", "sarcástico", ... Vá anotando, porque com certeza muitos destes adjetivos devem realmente pertencer-lhe, a aí, com a sua lista em mãos, tente ir eliminando-os um a um. Pode levar muitos anos, mas a sensação mais gratificante da vida é quando alguém que respeitamos nos avalia: "Você mudou, está uma pessoa melhor, mais madura". Amadurecer não significa acumular rugas, mas sim enfrentar os problemas da vida com equilíbrio e, sempre que possível, serenidade.
A felicidade é um estado, não uma condição, precisamos nos respeitar para estar felizes. Existe uma antiga canção do filme Horizonte Perdido que diz: Quando você olha para si mesmo, você gosta do que vê? Se você gosta do que vê, você é a pessoa que devia ser.
Vamos parar de fechar os olhos, de nos acomodar por medo a mudar. Se quisermos uma vida melhor, temos que encarar o que está ruim, arregaçar as mangas e trabalhar material a espiritualmente por um futuro melhor.
No dia 16 de julho de 2001, o Astral Superior assim se pronunciou em uma doutrinação na Filial de Marília: "Não culpem apenas o astral inferior pela sua infelicidade, o ser humano é que tem aberto imensas portas para o seu ataque, mesmo aqueles que conhecem esta Doutrina se deixam levar. Aprendam, esclareçam-se, usem os ensinamentos aqui ministrados para melhorar o seu viver".
Nada acontece por acaso e todos temos o nosso tempo, mas se não estivermos atentos, de olhos abertos, os meses se transformarão em anos, com uma rapidez estonteante, e chegaremos ao final da nossa vida com a sensação de que tanto havia para ser feito, mas por medo, incompetência ou arrogância, nós não fizemos nada.
Heloísa Ferreira da Costa é militante da Filial de Marília-SP
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