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A morte não existe

Clair Gonçalves Maiche

A humanidade vem sendo enganada por conceitos errôneos que chegam às raias de tabus

Para uma grande parte da humanidade parecerá ridícula esta afirmativa: a morte não existe. Compreende-se esta situação. Basta recorrermos à história e nos determos nas transformações ocorridas durante milhares de anos em relação à espécie humana, aí veremos que foi sempre traumática a quebra de conceitos que até então eram considerados absolutos.

Nas primeiras fases evolutivas, o homem adorava o fogo, endeusava os fenômenos da natureza como o raio, o trovão. Depois criou mitos, deuses. Chegamos aos dias atuais em que predomina o conceito da existência de um único Deus, adorado, temido, amado. Mas será que a humanidade não despertará para uma outra forma de Deus? Isto é outra questão.

E a morte, como vem sendo tratada? A maioria das pessoas fica estupefata só em ouvir falar, imagina mil e uma coisas. Por que tanto espanto a apreensão para algo tão natural? Observando a natureza, veremos que não somente na espécie humana, mas em todo o reino animal a no vegetal o que existe de mais natural é o nascimento e o que se convencionou chamar de morte, isto é, a trajetória de um ciclo. Dá para entender tanta aversão a algo elementar?

A explicação é simples: a humanidade vem sendo enganada por conceitos errôneos que chegam às raias de tabus, portanto intocáveis. Mas os avanços virão, embora, como sempre, à custa de muito sacrifício. E é justamente o ponto em que estamos: conceber uma mudança de conceito com relação à morte. É deveras difícil o conceito da inexistência da morte ser aceito, mas cientistas, vários estudiosos e até religiosos estão se debruçando neste importante tema, que certamente muito contribuirá para a melhoria das condições de vida e relacionamento entre os humanos e a natureza. Portanto, a morte, concebida como o fim de tudo, não existe; o que existe é a passagem para outra forma de vida. O assunto é complexo e muito longo, e precisa ser debatido em todos os níveis, para, assim, avançarmos, deixarmos de lado falsos conceitos, tabus, causadores de uma série de anomalias, que racionalmente seriam evitadas.

Clair Gonçalves Maiche é presidente da Casa Racionalista de Capão do Leão, RS.

 

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