Meu jeito
Heloísa Ferreira da Costa
A maneira como agimos diante das diversas situações do cotidiano define a forma de vida que temos. O famoso gênio indomável, aquela pessoa que tem um limite de tolerância zero e quer que tudo seja feito do seu jeito, geralmente é uma pessoa difícil de relacionamento.
Na famosa música "My Way" (minha maneira, meu jeito), cantada durante décadas por Frank Sinatra, na qual um indivíduo discorre sobre suas experiências na vida, em uma das frases, diz: "O que é um homem? O que ele obteve? Se não a si mesmo, então não conseguiu nada". A maior luta realmente travamos em nós mesmos, na modificação das nossas idéias, no auto-controle, na maneira como devemos encarar os problemas e as pessoas.
Por trabalhar muito com jovens na faixa dos 18 aos 22 anos, vejo diariamente o surgimento de um ser humano rebelde. Atendo várias pessoas que nunca vêem o ponto de vista alheio, sempre querem estar com a razão, e, com a energia própria dessa idade, afirmam veementemente que "não levam desaforo para casa". Quanta intransigência!
Quando vamos nos aprofundando nos estudos espiritualistas percebemos como é estupidez para um espírito ser assim. A vida é uma parábola, tem altos e baixos, e temos que aprender a nos modificar para termos um viver mais tranqüilo e, conseqüentemente, maior equilíbrio para procedermos nossa evolução.
Se o objetivo principal da vida é melhorarmos nossas qualidades e extinguirmos nossos defeitos, não podemos ser imutáveis. Ninguém é uma "lei natural". Somos todos pequenas partículas em busca de aprimoramento.
Quantas pessoas passam a vida em guerras inglórias, lutando contra um inimigo imaginário, que na verdade reside em si mesmo, e que se fosse percebido a tempo poderia propiciar uma evolução mais rápida em menos encarnações.
O nosso jeito tem que ser reajustado todos os dias, utilizando cada experiência para análise e adequação das nossas atitudes.
Grandes homens, como Benjamin Franklin, se auto-analisavam todos os dias, procurando erros nas suas atitudes, outros tantos que fizeram histórias também, devido a sua intransigência, capitularam e, claro, desperdiçaram tempo precioso e acumularam dívidas para encarnações futuras.
Nunca é tarde para aprender, ninguém é tão forte que nunca tenha se sentido perdido sem saber que rumo tomar.
Existe uma visão oriental para exemplificar esta questão: "O trigo, quando está crescendo, vai firme para o alto, imponente, mas só está ideal para a colheita quando curva."
Se preciso for, leve desaforos para casa, "engula sapos", como se diz na gíria, mas não deixe que a sua rebeldia, intolerância e teimosia destruam a oportunidade de melhor aproveitar a sua vida.
Heloísa Ferreira da Costa é militante da Filial de Marília, SP
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