Materialidade e espiritualidade
José Rodrigues da Silva
Explicando cientificamente a grande importância de uma integral educação moral para o homem, o Racionalismo Cristão trava luta constante contra a materialidade ainda reinante entre as camadas sociais, formadas por indivíduos de natureza heterogênea. Esse trabalho é realizado pelo Centro Redentor, com o sumo objetivo de varrer da face do mundo a impureza de pensamentos e de ações, tão do agrado das irresponsabilidades humanas que infestam o ambiente psíquico do planeta Terra. Somente parando um pouco, numa profunda reflexão, poderá o homem chegar à conclusão de que as baixezas humanas, intensamente guiadas pelos instintos, vêm sendo armas defensivas e ofensivas das criaturas submersas na imensidade oceânica das ações criminosas.
A materialidade, quanto mais exacerbada, mais nubla o espírito, a ponto de fazer desaparecer, no homem, todo sentimento elevado que possa servir de incentivo ao desenvolvimento de sua verdadeira educação moral no caminho da vida. A materialidade anestesia demais a sensibilidade espiritual, sempre colocando minas traiçoeiras à frente de quem não tem fortaleza moral voltada para o magno labor do aperfeiçoamento do caráter. Quem a ela se entrega, somente vê diante de si as torpezas do mundo material, sem a menor noção do aspecto espiritual da vida; um reduzido número de pessoas mais conscientes do seu papel no mundo físico é que aninha na alma a importância capital de transformar, dia a dia, os seus pontos fracos em altas fortalezas anímicas.
Na espiritualidade, o homem está aumentando cada vez mais a sua capacidade de viver em harmonia com as leis do progresso, nunca perdendo tempo de aperfeiçoar sempre o grau de sua inteligência, como fizeram várias personagens da história da civilização. Dale Carnegie, em seu livro Como Venceram os Grandes Homens, cita o exemplo de Oliver Wendell Holmes, que, aos 93 anos de idade, estava estudando uma obra filosófica, quando foi interrogado por alguém sobre o fato de estar ainda lendo naquela idade avançada. A resposta foi a seguinte: para o aperfeiçoamento de minha inteligência. Que valoroso espírito! Que caráter firme na disposição de lutar por seu próprio aperfeiçoamento até o final da existência física! Que extraordinário efeito na vida de muitos outros que quisessem imitá-lo exerceria a exemplar conduta de um homem que nem o peso da idade tornava inferior às circunstâncias.
Já na exacerbação da materialidade, a vida humana está continuamente envolta nos mais sérios perigos, nunca está livre dos riscos de falências e de prejuízos morais que, sem piedade, têm castigado muitos, levando-os ora aos terríveis abatimentos emocionais, psíquicos ou psicológicos, ora ao desânimo de viver. Uma existência puramente materializada é repleta de pensamentos e ações indignas e, por isso, quem a ela se escraviza acaba por ser atingido pelo tédio, pelo desânimo e pela depressão mental, aborrecendo-se, muito cedo, de tudo quanto é bom e determina a superioridade da vida.
O preocupado instintivamente com o aspecto material da existência tem condições de buscar sempre novas informações que lhe ilustrem a inteligência, aos 93 anos de idade? Evidentemente, não. E chega a viver 93 anos quem se entrega a uma vida de atos sinistros que contrariam o método, a ordem e a disciplina? Chega a ter longevidade uma existência física não consolidada na boa formação do caráter? Uma vida humana cheia de materialidade não fica sujeita, em qualquer hora, a despedaçar-se por tantas incoerências praticadas contra as leis do equilíbrio moral, como um prédio se despedaça se, nele, ocorrer o estouro de uma bomba?
O homem integralmente educado nunca perde o valor e a confiança em si próprio; no meio das aflições, busca sempre uma maneira de prosperar até o fim da sua vida física.
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