Juízo temerário
Antonio Cristovam Monteiro
Por vezes encontramos juízos equivocados dos postulados racionalistas. Chegam ao extremo de, como um escrito que nos veio às mãos, tecer comentário até de certos termos contidos na obra básica "Racionalismo Cristão". A implicância é com o emprego das palavras solidariedade, desculpa e exclusão do coração das manifestações sentimentais, substituindo caridade, perdão e atribuição das demonstrações sentimentais ao coração, para o cérebro ou, melhor dizendo, à mente.
Levam isso à conta da dissidência do mestre Luiz de Mattos banindo o ranço místico da religiosidade do espiritismo evangelista de Kardec, ancorado na fé, concepção ultrapassada pelo Espiritismo Racional e Científico Cristão. Ora, é indiscutível que a fé é a exaltação máxima do dogmatismo alçado erroneamente em verdade absoluta e indiscutível. Representa ela o caldo de cultura das extravagantes invencionices dos exploradores da credulidade alheia. Evidente é que não se pode negar a Kardec prodigiosa inteligência e intelectualidade incontestável, para o pioneirismo na formulação do espiritismo, todavia jungindo ao evangelismo que o conteve na estreita visão mística. Por isso, ao gigante espírito de Luiz de Mattos coube, mais tarde, a mais completa visão, altamente esclarecedora de livre pensador, sanear essa intoxicação mística, elevando o espiritismo à condição superior de ciência, para o que muito lhe valeu a seiva vivificante da "Ciência Espírita", obra magistral do insigne Pinheiro Guedes. Daí o esfacelamento dos grilhões, da fé dogmática, libertando as consciências para o seu conhecimento como força e matéria, restituindo-as à sua verdadeira finalidade na trajetória evolutiva ao infinito. Claro está que, para a conquista dessa etapa evolutiva operou-se profunda estruturação, abolindo as muletas da fé, os apelos aflitos, as súplicas a entidades de origem inexistentes, à cata de milagres para a melhoria das condições de vida.
Instituiu assim, o Racionalismo Cristão, um código de princípios de sábio viver nos planos materiais e espirituais sem a enfermiça dependência, à invencionice de astutos espertalhões que infelizmente vêm engordando, pelos tempos afora, as suas posses. No delírio, pois, da sua vaidade e opulência não perdem vasa para tecer críticas aleivosas ao Centro Redentor. Preocupam-se até com a reformulação de certos termos consignados na obra Racionalismo Cristão e literaturas afins. Ora, substituiu-se a palavra caridade, por ser ela deprimente aos necessitados, sendo mais condizente o termo solidariedade. Igualmente, aboliu-se o perdão para um tratamento mais humilde, desculpa. E para a manifestação sentimental, não mais o coração e, sim, o cérebro, a mente, através do pensamento. O cérebro comanda o coração, simples músculo. Este, pois, sem o comando daquele, continua insensível na sua função, embora vital, de bombear o sangue.
O programa social do Centro Redentor é vastíssimo de auxílio ao próximo, tendo o seu ponto máximo no Solar Luiz de Mattos, que abriga e trata, gratuitamente, várias dezenas de internos, inclusive com assistência médica, amparo, pois, à velhice desamparada. Imensas outras colaborações às instituições educacionais.
Sobrelevando a tudo isso, ministra em sua Casa Chefe, filiados e correspondentes, através de sessões públicas, doutrinação de esclarecimento das criaturas. Não é só a doação de mantimentos, roupas e remédios, emergencialmente feita, o suficiente para proporcionar duradouro bem-estar dos necessitados. O essencial é fortalecer as criaturas dentro da filosofa racionalista cristã, levantando-lhes o ânimo, enrijecendo-lhes o caráter para um bom viver. Já dizia o notável filósofo Confúcio: "se encontrares alguém a pescar com dificuldade, não lhe dê peixes e, sim, ensina-o a pescar".
Assoalham os mal intencionados, mercadores de ilusões místicas, que o mestre Luiz de Mattos nada inventou. Só estes por interesses escusos e os incautos, estes cegos involuntários de espírito, podem subestimar o que representa o Racionalismo Cristão, difundido mundialmente pelo Centro Redentor no ressurgimento material e espiritual da humanidade.
Antonio Cristovam Monteiro
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