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Julio Ribeiro, jornalista e escritor

Paulino Pacheco

Filho do norte-americano George Wagington Vaughan e da professora Francisca Ribeiro, do Estado de Minas Gerais, Júlio César Ribeiro Vaughan nasceu em 16 de abril de 1845. Freqüentou a Escola Militar, mas abandonou a milícia, porque não era sua vocação, para ingressar no magistério, na cidade de São Paulo, por ter sido aprovado em concurso público e nomeado professor de Latim, para lecionar no curso incorporado à Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.

Além de mestre, foi um autêntico jornalista. Desempenhou suas funções em Sorocaba, nos jornais O Sorocaba e O Sorocabano. Em 1873, administrou a Gazeta Comercial, cujo proprietário era o sr. Maylasky, maçom, e, em 1876, fundou os jornais Procelária e O Rebate. Filólogo, grande polemista, escrevia e falava vários idiomas e fez traduções de obras estrangeiras, para o português, inclusive das mais famosas do escritor e poeta norte-americano Edgard Allan Poe.

Júlio Ribeiro ingressou na maçonaria, em 1870, aos 25 anos de idade, porque, depois de muita pesquisa entre ocultismo, seitas e religiões, chegou à conclusão, naquela época, de que a Sociedade Filantrópica (Maçonaria) lhe pareceu ser a mais evoluída.

Seu primeiro casamento foi em Sorocaba, porém essa união foi muito passageira, porque a sua mulher faleceu. Mudou-se para Campinas e, num percurso de comboio para Capivari, conheceu Belisária Amaral, que passou a ser a sua segunda esposa, resultando dessas núpcias quatro filhos. A saúde de Júlio Ribeiro ficou muito abalada, quando um dos filhos, Julinho, deixou este mundo, por ter sido envenenado. Então ele passou a residir em Capivari, onde organizou uma escola.

A partir de 1880, publicou os livros Questões Gramaticais - Traços Gerais de Lingüística e Gramática Portuguesa.

Republicano, publicou, em 1885, o livro Cartas Sertanejas, que causou grande celeuma, recebendo, pela imprensa, fortes ataques, que resultaram no surgimento de muitos inimigos políticos.

Júlio Ribeiro foi o criador da Bandeira Paulista, com 13 listras, obra perfeita da ciência dos brasões da Nação, nas cores branco, preto, vermelho, azul e amarelo, as quais representam a história da formação do nosso povo.

Em 1885, transferiu-se para Santos, onde se tornou amigo inseparável do jornalista e comissário de café Luiz de Mattos, freqüentando sua residência.

Luiz de Mattos e Júlio Ribeiro, com Quintino Bocaiúva, Joaquim Nabuco e José do Patrocínio, começaram, pela imprensa, uma forte luta pela libertação dos escravos.

Júlio Ribeiro publicou, em 1887, o livro Padre Belchior de Pontes; em 1888, A Carne, desaprovado, na época, no meio religioso.

Luiz de Mattos soube que Júlio Ribeiro andava adoentado e com poucos recursos e conduziu-o para sua residência, dando-lhe toda assistência, mas já era tarde, pois ele faleceu nos seus braços, junto a sua família, no dia 1° de novembro de 1890, aos 45 anos – uma existência necessária para complementar a sua evolução espiritual no planeta Terra.

Luiz de Mattos foi admitido na maçonaria, em 1894, e ao tomar conhecimento de que o seu estimado amigo também foi maçom, organizou uma comissão e erigiu um mausoléu no Cemitério de Paquetá, em Santos, SP, onde estão os seus restos mortais. Posteriormente foi solicitado à Prefeitura de Santos o tombamento desse túmulo.

Júlio Ribeiro, patrono da cadeira n° 24 da Academia Brasileira de Letras, e seus amigos, inclusive Luiz de Mattos, foram grandes lutadores pela República do Brasil.

O autor é diretor da Casa Chefe

 

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