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José Bonifácio

Paulino Pacheco

Grande estadista, homem de ciência e poeta, José Bonifácio de Andrada e Silva nasceu em 3 de junho de 1763, em Santos, São Paulo. Comandou a revolução de São Paulo, em 1821, e, como ministro de D. Pedro I, dirigiu a luta pela independência do Brasil e ficou conhecido como o Patriarca da Independência.

Ao terminar o Curso de Humanidades no Brasil, partiu para Portugal, para estudar Ciências Naturais, na Universidade de Coimbra, de 1783 a 1787. Foi eleito membro da Academia Real de Ciências de Lisboa.

Fez estágios nas universidades da França, Dinamarca, Suécia, Itália e Alemanha, até 1800. Foi o primeiro catedrático de Metalurgia da Universidade de Coimbra, em 1801. Em 1802, recebeu o título de Doutor em Filosofia Natural, da Universidade de Coimbra.

Ao retornar ao Brasil, em 1819, foi nomeado para o cargo de vice-presidente da Junta Governativa de São Paulo, em 1822. Demitiu-se do ministério em julho de 1823, por não concordar com o procedimento do imperador, com a marquesa de Santos, pois comprometia a corte e desrespeitava a honra da imperatriz, Dona Leopoldina.

Ao interpelar o monarca, com respeito a sua má conduta, José Bonifácio ouviu resposta áspera: "Não admito intromissão na minha vida particular". Ao ouvir essas palavras de D. Pedro I, ele se retirou entristecido, mas reagiu a este estado d'alma e passou para a oposição ao governo, na Câmara dos Deputados, e em 12 de novembro de 1823 foi dissolvida a Constituinte e José Bonifácio preso e exilado na França. Por isso não pôde terminar um enorme programa para o progresso do País, inclusive as reformas básicas, a abolição da escravatura, a implantação da siderurgia, estímulo à imigração e a mudança da capital do Brasil para o Planalto de Goiás.

José Bonifácio ficou no exílio durante seis anos. D. Pedro I, ao renunciar voluntariamente a Coroa, em 7 de abril de 1831, entregou à sua tutela, por ter falecido a rainha, o seu filho de 5 anos, D. Pedro de Alcântara, que mais tarde seria D. Pedro II, por ser José Bonifácio velho e experimentado estadista.

O ex-ministro, posteriormente, fez o seguinte comentário: "D, Pedro I lutou pela independência, não foi um exemplo de esposo, mas foi um ótimo pai".

Em 1831, José Bonifácio elegeu-se, mais uma vez, deputado. Tentou promover a restauração imperial e por isso foi destituído da tutoria, preso, processado e condenado a viver no cárcere, na Ilha de Paquetá. O júri absolveu-o por unanimidade. Logo após, faleceu em Niterói, Estado do Rio de Janeiro, em 6 de abril de 1838.

(O autor é membro honorário da Casa Chefe)

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