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Jesus, o Cristo, e as religiões cristãs

Gilnei Castro Müller

Certamente, em sua última trajetória terrena em vida física, Jesus, o Cristo, jamais imaginou que, em seu nome, seriam criadas milhares de diferentes seitas religiosas, cada uma se dizendo mais cristã e divulgando, ao seu modo, ensinamentos que julgam ser do Mestre Nazareno. Jesus, quando aqui esteve, já tinha alto grau de conhecimento sobre a vida e as leis espirituais, mas, apesar disso, não era e nem se considerava um Deus, e hoje seu espírito continua no Plano Astral Superior com maiores conhecimentos ainda, mas não se imiscui no uso do livre-arbítrio das criaturas humanas que usam indevidamente o seu nome.
Quando ele decidiu vir aqui reencarnar em um lar bem humilde e simples, foi por sua livre e espontânea vontade, e nunca para atender a vontade de um suposto "Deus Pai Todo Poderoso", parcial e vingativo, como o que é apresentado no Antigo Testamento da história bíblica. Assim agiram todos os espíritos que vieram conscientes de Planos Superiores, em missão especial, ao nosso mundo escola, para tentar reerguer espiritualmente a humanidade, mostrando-lhe o caminho que deveria ser seguido.
Infelizmente, esses espíritos de luz que se preocuparam com o atraso geral da humanidade, além de não terem sido compreendidos, acabaram sendo martirizados e, depois, divinizados por seus seguidores.
Jamais veio Jesus ao nosso mundo Terra para fundar uma religião e muito menos como essa que se instalou em Roma, e que, em nome de Jesus, criou e pôs em prática os Tribunais da Santa Inquisição. Esses tribunais religiosos, em nome de Jesus, condenaram à fogueira e a outras formas de extermínio indiscriminado milhões de seres humanos pelo mundo afora, e destacadamente aqui no mundo ocidental, no continente americano. Nas terras "descobertas" e conquistadas a fogo e fio de espada, povos inteiros foram dizimados após o saque de suas riquezas materiais, e para pôr em prática todas essas ações os conquistadores, que passaram para a história como heróis, usaram indevidamente o nome de Jesus. As criaturas humanas caíam na situação de heréticas, simplesmente por não aceitar ou seguir os dogmas impostos pela Igreja, contidos nas suas cartilhas bíblicas evangélicas. Para isso e muito mais é que serviu e tem servido os tais "Evangelhos do Nosso Senhor Jesus Cristo".
De acordo com as sábias Leis Espirituais, ninguém sofre por ninguém, cada criatura humana, na condição de espírito encarnado e conhecedor do certo e do errado, conhecedor do livre-arbítrio para uso nas suas próprias ações, é a responsável pela sua evolução e, assim, pela sua "redenção" ou ajuste de débitos de vidas anteriores.
Nem Jesus nem qualquer outro espírito de luz de maior evolução veio ao plano terreno tomar posse de um corpo humano e derramar o seu sangue para redenção da humanidade ou parte dela, ou ainda para assumir as faltas de quem quer que seja. Essa lenda de que Jesus foi crucificado e derramou o seu sangue para redenção da humanidade é pura invenção das religiões e, principalmente, das que fazem comércio com o nome desse valoroso espírito de Luz. Pesados débitos espirituais estão a contrair as criaturas que continuam a usar mercenariamente o nome de Jesus! Quem erra paga o seu próprio débito, e ninguém assume a dívida espiritual ou os débitos de vidas anteriores de outras criaturas, a não ser a própria criatura que criou o seu débito espiritual. Esta é a maior justiça que existe no plano espiritual, e que, embora não compreendida por muitos espíritos encarnados, também se faz sentir aqui no nosso plano físico ou material ainda tão cheio de incompreensões e desencontros.
De um modo geral, todas as religiões do ocidente que se dizem cristãs, com apenas algumas modificações em cada uma delas, todas surgiram a partir da igreja mãe de Roma, continuam a cobrar valores pelos seus serviços através de ajudas, dízimos, mensalidades ou outras práticas artificiosas que empregam para ludibriar a boa fé dos seus ingênuos seguidores, com a finalidade de se manterem tranqüilamente os seus chefes, dirigentes ou pregadores. Desta maneira, todas estas seitas que se apresentam como cristãs são filhas da mesma mãe romana. Não se duvida que entre todas essas seitas possam existir muitas criaturas até bem intencionadas, mas os princípios que seguem precisam passar por uma rigorosa revisão, abolindo tudo que seja contrário à lógica e à razão e que esteja em desacordo com as sábias Leis Espirituais.
Se fosse possível anular as Leis Espirituais, aceitar os favores divinos e admitir como correto Jesus ter vindo ao nosso mundo escola por vontade de um suposto "Deus Pai Todo Poderoso" para redenção da humanidade ou parte dela, por que essa redenção seria somente de uma parte dela? Na situação em estudo, apenas os seguidores da religião católica ou suas ramificações intituladas cristãs, do ocidente apenas? E o restante da humanidade, as criaturas que vivem nos países orientais e que sequer aceitam o cristianismo romano seriam por acaso filhos de outro Deus, chinês ou japonês, sem direito à redenção ou à salvação das suas almas?
Mas será que não existe um Deus único no universo? Sendo assim, se poderia perguntar: que bom Pai tinha Jesus nas alturas do paraíso e da bem-aventurança, que preferiu ver o filho pregado em uma cruz de madeira para o escárnio de humanos animalizados, de baixos sentimentos e espiritualidade ainda insipiente? Por que não veio ele mesmo se fazer homem e humano, se realmente amava tanto a humanidade!? Somente esse Deus bíblico, ainda parcial, materializado e vingativo, que poderia ter determinado que seu próprio filho viesse sofrer injustamente aqui na Terra e assumir as faltas e crimes dos outros!... De outro modo, um Deus universal, justo, verdadeiro ou imparcial, agindo com justiça e sensatez, será que não determinaria para cada espírito faltoso, ainda carregado de débitos espirituais, vir ajustar as suas próprias dívidas e resgatar por sua conta exclusiva tudo o que fez de errado em encarnações ou vidas anteriores, através de ações dignas e elevadas, embora para cumprir integralmente esta missão precisasse aqui reencarnar centenas ou milhares de vezes sucessivamente?
Por que as religiões cristãs teimam em continuar não aceitando publicamente - muitas até condenam - a reencarnação dos espíritos aqui no nosso mundo escola? A resposta é óbvia, o reconhecimento da veracidade, desta lei espiritual, "A reencarnação do espírito" põe por terra definitivamente o seu infalível dogma da salvação eterna e coletiva com a qual ainda conseguem iludir os ser milhões de fiéis seguidores que não gostam de raciocinar e parece que gostam de viver de ilusões e religiosidades convencionais! E é por isso que lhes incutem no mental desde a mais tenra idade a idéia de céus, infernos e outros lugares imaginários de sofrimento e eterno castigo! Céus e infernos também são invenções da igreja para dominar e controlar o livre-arbítrio dos seus seguidores.

(O Autor é Presidente da Filial Santa Maria, RS)


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