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Jesus Cristo, mártir da calúnia

Antonio Cristovam Monteiro

Entre as pessoas caluniadas neste mundo, ninguém mais o foi, e continua a ser, do que Jesus Cristo, o meigo Nazareno. Personalidade humilde, símbolo da pureza espiritual do justo, seus sábios ensinamentos o consagraram para a eternidade. Por doutrinar o bem, a paz, em suma a fraternidade humana, foi vítima da maior truculência de que se tem memória. Acusaram-no, caluniosamente, de que suas prédicas esclarecedoras ameaçavam a estabilidade do reinado de Herodes, a Judéia, porque o povo aclamava Jesus o rei da Judéia, o rei dos reis. Alvo de insultuosos interrogatórios, foi, em princípio, submetido ao sinédrio, tribunal judeu cujos juízes, convencidos da inocência de Jesus e sob pretexto de incompetência da alçada do tribunal, remeteram-no ao poderoso déspota Herodes. Este, procurando um apoio para se livrar do clamor público a favor de Jesus, enviou-o a Pilatos, procurador do domínio romano, que interrogou Jesus sobre as suas supostas atividades conspiratórias para derrubar Herodes. Então, Jesus, com aquela serenidade que lhe era peculiar de espírito superior, respondeu: "O meu reinado não é deste mundo, para ele vim para dar testemunho da verdade", o que desarmou Pilatos de forjar qualquer acusação exclamando: "Não vejo delito neste homem". E o recambiou a Herodes.

Então Herodes, como último falso pretexto de conspiração, já agora insinuando contra o domínio romano, retornou-o a Pilatos que, temeroso da ira romana e perda do cargo, subserviente a esta ameaça, deu a sentença condenatória de Jesus, não sem antes, diante da multidão, lavar as mãos e proclamar: "Sou inocente do sangue deste justo".

Mas, consumada essa infame tragédia, não terminaram as explorações caluniosas à memória de Jesus. O misticismo embrutecedor entronizou-o, dele servindo para a satisfação de seus inescrupulosos apetites da mais variada gama, sobressaindo o despudorado assalto à bolsa dos incautos. No delírio da trapaça, da cobiça, inventaram o milagre, atribuindo-o a Jesus. E, não faz muito, entrou a missão salvadora da humanidade, do nosso Racionalismo Cristão, pioneiro sobretudo na desmistificação do embuste do milagre. Jesus nunca curou ninguém com o exorcismo do milagre. Abaixo essa torpe exploração! É verdade cristalina, incontestável, que inexiste o milagre. E o inelutável espancamento desse embuste temo-lo desde logo no pórtico da nossa grandiosa Doutrina. "O universo se rege por leis naturais e imutáveis e a elas tudo está sujeito". É a lei universal da causa e efeito. Chegaram a atribuir a Cristo o milagre da ressurreição de Lázaro, com as simples palavras "Levanta-te a anda", e, completa a lenda, assim Lázaro levantou-se e andou. Pura balela. A ciência médica explica o fato do paciente atacado de catalepsia, em que dá o falso aspecto de morto. É o chamado sono cataléptico. Daí surgiu a precaução de só ser permitido o sepultamento após 24 horas após o óbito. A isto o vulgo tachou de velório.

E vem a propósito lembrar um caso típico dessa natureza, constante dos anais da nossa Doutrina. Certa vez, foi o nosso saudoso Dr. João Cottas chamado às pressas para atender a um caso grave ocorrido em casa de um cliente, em Jacarepaguá. Imediatamente, deslocou-se até lá, e ao adentrar a casa do cliente deparou com uma situação pungente. Uma jovem jazia, semimorta sobre uma mesa, entre as velas, autêntico quadro de velório. Ato contínuo, solicitou do pai da jovem que lhe trouxesse uma bebida de teor alcoólico e uma colher, a que prontamente foi atendido. Com o auxílio de pessoas presentes, encheu por duas vezes a colher do líquido a deitou-o boca abaixo da suposta morta, e, em alguns minutos, ela começou lentamente a recuperar os reflexos, sendo retirada da mesa, pondo-se de pé.

Em nossa disciplina racionalista duas etapas aconteceram nesse episódio: reação termo-energética do álcool, e, acima de tudo, a excepcional assistência astral do inesquecível Dr. João Cottas, um dos grandes expoentes do Racionalismo Cristão. Fato narrado pelo nosso inolvidável Antonio Cottas, em uma das suas memoráveis doutrinações em sessão pública de limpeza psíquica a que tivemos a felicidade de estar presentes. Eis, portanto, algumas das inúmeras aleivosas infâmias assacadas à memória impoluta de Jesus Cristo, o mestre dos mestres, que o nosso patriarca Luiz de Mattos, também gigante no porte e de imenso acervo de força espiritual, soube reconduzir através do Racionalismo Cristão a alturas siderais e eternas.

 

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