Incentivo
Heloísa Ferreira da Costa
Somos impulsionados desde tenra infância a vencer, a buscar sucesso, e quando o objetivo é claro e o indivíduo trabalhador, com certeza será alcançado. Para ter sucesso pode parecer não haver necessidade de aprendizado, mas é um ledo engano. É preciso ser humilde no poder e saber que tudo neste plano é efêmero, para quando vier a derrota, o revés, o fracasso, o espírito poder reagir às quedas.
Na vida passamos pelas mais diferentes experiências na senda da evolução, os materialistas acreditam que a criatura nasceu para ser feliz, mas como o ser, se nem bem sabemos o que significa a felicidade? Para alguns ela está relacionada com bens materiais, para outros, viagens a locais longínquos, amores, a assim por diante, a muitas vezes estes pobres espíritos, mesmo alcançando suas aspirações, ainda sentem um vazio interior e saem em busca de emoções perigosas, caminhos sem volta.
Quisera encontrar a "Santa Felicidade", mas o mais perto que cheguei dela foi a um bairro de Curitiba, Paraná, muito agradável, sem dúvida, mas com certeza nada tem a ver com ela, aquela felicidade, tão proclamada nas novelas, filmes, onde tudo dá certo.
Momentos felizes aqueles que devemos guardar para os momentos difíceis, este é o mais próximo que podemos chegar, mas quanta felicidade existe, quando, combalidos pela perda de uma batalha, surge a palavra amiga, ressaltando nossas qualidades, que achávamos já não as ter mais, tamanhos os assédios morais de que fomos vítimas. É claro que temos a consciência de que nada é por acaso, existe o tempo de aprender a perder, e talvez este tempo seja o mais produtivo para o espírito, porque é aí quando estamos nos sentindo a última das criaturas, que achamos nossas forças mais secretas para lutar.
O incentivo, a palavra de alento, reanima a criatura tirando-a do estado depressivo em que se encontrava. Diz o poeta: "Amigo não é o que te enxuga as lágrimas, mas sim aquele que não as deixa cair"; e, ainda além, aquele que te faz sorrir quando tudo parece ter perdido o sentido e a razão.
Momentos são tais que parece que nos roubaram a vida, que nosso mundo ruiu, a que nada mais será como antes. Ficamos às vezes à espera até de coisas piores, com aquela sensação: "o que será que virá agora?". É nesse instante que entra a disciplina exarada pelo Racionalismo Cristão. Apoiando-nos nesses princípios, a vida parece começar a fluir novamente, e surgem pessoas momentâneas, aquelas que, sem o saber, estão recuperando o espírito combalido pelas lutas do viver terreno. Essas pessoas muitas vezes estão a serviço do Astral Superior sem nem ter noção disto, e sem mais nem menos se sentem impelidas a fazer um elogio, a dar uma palavra de estímulo, ressaltando qualidades, e neste momento sentimos uma imensa alegria a temos novo ânimo para recomeçar.
Muito obrigada a cada um que viu nestas pequenas crônicas de meu dia-a-dia algo de bom. Ibsen disse: "Escrever é julgar-se a si mesmo"; e assim são todos estes pequenos artigos aqui publicados.
Todos nós fomos preparados para trabalhar e vencer, algumas vezes caímos, mas, acreditem, a família espiritual nunca nos abandona, ela sabe tudo que temos que suportar e nos ampara, dentro do possível, desde que estejamos dentro da disciplina e nunca desanimando; o que parece estar errado hoje no futuro estará certo, e acharemos as respostas para nossas dúvidas e problemas. Um racionalista cristão pode parecer derrotado, mas sempre ressurgirá, como Fênix, que renasceu das cinzas; nossas asas serão repostas e aprenderemos a voar novamente.
Heloisa Ferreira da Costa é militante da Filial de Marília, SP
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