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A família em perigo

Antonio Cristovam Monteiro

Tal é a onda de licenciosidade que atravessamos que, se não lutarmos para contê-la, sombrio futuro ameaça a humanidade. Em pior situação estamos nós, porque campeia em nosso meio a incúria, o raposismo crônico da maioria dos nossos políticos, que escassamente cuidam do bem-estar social, notadamente da classe média e da chamada de baixa renda. E, por falar em renda de assalariado, em tal situação nos parece haver impropriedade de expressão, de vez que os ganhos atendem precariamente às necessidades mínimas, indispensáveis a uma sobrevivência condigna. Assim, fiel à lógica e ao bom senso, renda é aquilo que sobra do essencial para a sobrevivência. Em síntese, todos esses desacertos repousam na corrupção material e moral. Sem o império da moral, rui por terra qualquer comunidade, qualquer instituição que se tenha formado por melhores intenções que se tenha.

Nesse contexto adverso surge a família como sustentáculo máximo de qualquer agrupamento social. Por isso se proclama com muita propriedade que a família é a célula-mater da sociedade. E vamos buscar a sua conceituação sublime nas lições de um dos mais talentosos patrícios, o insigne mestre Rui Barbosa: "É uma harmonia instintiva de vontades, uma desestudada permuta de abnegações, um tecido vivente de almas entrelaçadas."

Lamentavelmente, na sociedade atual vai ela se desagregando, induzida, malévola e criminosamente, pelos meios de comunicação, pelas baixarias de certas produções literárias, enveredando vergonhosamente pelo terreno da função sexual e – o que é também mais degradante – difundindo pela televisão em programas, particularmente de certas novelas, indecorosa promiscuidade.

Filmes horripilantes de terror varam pela noite adentro, envenenando a mente dos seus assistentes com grande exacerbação dos nervos e altamente perturbativos do mais higiênico e bom estado mental, por melhor que seja. Triste escola de violência e criminalidade!

Diante desse espetáculo deprimente de corrupção moral, minando a mola mestra, o eixo do equilíbrio social, a família, presenciamos uma reação tênue de uma minguada parte de instituições, mesmo das ditas religiosas, e muitas outras que, a despeito de se arvorarem de pregadores do cristianismo, acobertam com esse manto propósitos ocultos de lucros, obtenção de bens materiais para satisfação da ambição, ostentação, vaidade e luxo, tudo isso vilmente à custa da exploração da credulidade alheia.

Todavia, nós, racionalistas cristãos, sempre firmes, vigilantes e decididos, estamos engajados na nobre e suprema missão de redenção da família, resgatando-a desse mar de lama em que teimam sufocá-la, para que, um dia, ainda que em futuro remoto, seja até por séculos, através da nossa infinita cadeia sucessória, possa raiar o esplendor de uma civilização racionalista cristã.

O autor é diretor procurador da Casa Chefe


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