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Estresse de felicidade

Heloísa Ferreira da Costa

O excesso de atividades na vida material é uma constante para a grande maioria das pessoas. Como resultado desse agir e pensar, fica-se esgotado emocionalmente, e isso leva ao estresse físico.

Lemos muito sobre estresse, depressão, angústia, mas nada é falado sobre o estresse da felicidade. Parece estranho alguém achar que se pode ficar abalado quando uma avalanche de coisas boas acontece, mas é real e desequilibra o espírito tanto ou mais do que o estresse produzido por problemas. É como se estivéssemos sempre preparados para sofrer, mas não soubéssemos como agir diante de acontecimentos agradáveis.

Quando uma série de novidades atinge a pessoa, há um primeiro encantamento; depois, tenha a idade cronológica que tiver, passará a agir intempestivamente, como se fosse um adolescente deslumbrado, e o monólogo interior fica mais difícil de ser calado, o sono parece perda de tempo e uma ansiedade muito grande se apodera do ser. Acorda-se às quatro horas da madrugada como se fossem nove, trabalha-se 12 horas por dia com uma energia inesgotável e fala-se muito, a ponto de quase ficar-se afônico.

Todo desequilíbrio gera uma reação, e, depois de quatro semanas nesse estado de euforia, o indivíduo começa a apresentar os primeiros sinais de que algo não está bem, chora por qualquer coisa que saia dos seus planos, fica desatento no trabalho e se esquece das pequenas coisas do seu cotidiano.

Inicia-se aí uma segunda fase, a pessoa se angustia à espera de que a alegria termine e aconteça uma perda, novamente é gerada uma ansiedade interior e o esgotamento se exacerba.

Equilíbrio mental é o segredo de tudo. Em todos os momentos da vida precisamos de apoio espiritual. A disciplina é muito importante para que se possa retomar ao estado de paz interior perdida, entender que os acontecimentos não ocorreram por acaso, mas sim em respeito à Lei de Retorno, pelo cumprimento dos deveres, renúncia aos erros e adoção sincera de princípios, enfim, é necessário reconhecer o que acontece para determinar um plano de ação, e nunca abrir mão de seus princípios de vida, porque, haja o que houver, suas convicções serão sempre o seu porto seguro para onde poderá retornar sempre que for necessário.

É preciso considerar também que, quando esses acontecimentos estão relacionados a uma terceira pessoa, a sintonia pode não ser a mesma e tudo que se sente pode ser unilateral.

Como é dito na famosa canção de Roberto Carlos, o importante não é chorar ou sorrir, mas sim viver emoções, é preciso arriscar, de vez em quando, expor-se, permitir-se, mas sempre com a certeza de que o mais importante é o aperfeiçoamento da Força. Assim pensando, deve-se procurar acalmar o espírito, buscar relaxamento nas atividades físicas, desenvolver a leitura e a quietude interna, e, se o segredo está no equilíbrio, aquele que o busca incessantemente nada deve temer: estará preparado para tudo, até para ser feliz, só para variar!

A autora é Militante da Filial de Marília, SP


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