A escravidão imposta pelas falanges obsessoras
Vantuil Fazollo
Se buscarmos nos dicionários, vamos encontrar o termo obsessão como originário do latim obsessione, que quer dizer impertinência, perseguição, vexação e, ainda, preocupação com determinada idéia que domina doentiamente o espírito, e resultante ou não de sentimentos recalcados; idéia fixa, mania. No mesmo passo, continuando a compulsar o compêndio, vamos encontrar a informação que tem origem no grego phálagx e no latim phalange, e, de forma figurada, temos falange como corpo de tropas, multidão, legião e comunidade.
Entrementes, nestas considerações que vamos desenvolver, direcionamos nossos estudos para as falanges obsessoras, formadas por espíritos desencarnados que perambulam no astral inferior da atmosfera terráquea, já que ditos espíritos, ao deixarem seus corpos físicos, ao falecerem, por viverem alheios aos ensinamentos, bons costumes e condutas retilíneas de caráter, não conseguiram galgar às esferas do Astral Superior a que pertencem e, então, via de regra, permanecem presos à atmosfera da Terra. Enfatize-se que todo espírito que encarna na Terra, logo após o nascimento, emana do Astral Superior e a este tem que retomar – demore o tempo que demorar –, após a inexorável desencarnação, tenha ele cumprido ou não o plano que programara para a vivência na Terra.
Portanto, conturbados, por questões de afinidades de pensamentos, juntam-se a outros espíritos desencarnados que se encontram no astral inferior e, desorientados, formam as falanges, as quais influenciam, sobremodo, os seres encarnados que comungam pensamentos semelhantes, desorientando-os também, a ponto de, até, levá-los, por vezes, ao estado de loucura, como se vê no cotidiano das pessoas, veiculado na imprensa escrita.
A propósito, compila-se do livro Racionalismo Cristão claríssimo conceito que bem define a obsessão: "A obsessão pode apresentar-se de forma sutil, periódica, permanente, branda ou violenta. Nas formas sutis e amenas, manifesta-se por manias, pavores, esquisitices, fobias, cacoetes, excentricidades, exotismos, extravagâncias, paixões, fanatismos, covardia, indolência e por todos os excessos, como os sexuais, os de comer, os de rir e chorar, e muitos outros".
O ser humano é possuidor do livre-arbítrio , logo, pode fazer o que bem entender. Mas em sua maioria o indivíduo ainda não se conscientizou de que o Universo é regido pelas leis naturais e imutáveis que, ao contrário das leis dos homens que habitam este insignificante planeta, não podem ser transgredidas, já que a força (espírito) que integra o reino hominal (seres humanos) é, na realidade, uma partícula da Inteligência Universal, inteligência esta que rege todo o Universo e que não admite falhas, equívocos ou erros, sob o perigo de receberem os infratores as penas cabíveis na proporção dos males e vícios cometidos e, de modo particular, com conseqüências sérias, quando se tornam escravos dos perecíveis bens e valores materiais, dos atos ambiciosos e descomedidos que, de uma maneira geral, induzem à obsessiva idéia do enriquecimento sem causa.
Dessa forma, a especulação dos asseclas – componentes das falanges – que, desencarnados e presos à atmosfera da Terra, no astral inferior, onde estão provisoriamente, mas sempre em conjunto, influem o ser encarado que tem comportamento anômalo ao daqueles que conservam os mesmos hábitos de quando possuíam o corpo carnal, estabelecendo, via de conseqüência, a afinidade de pensamentos, advindo, inexoravelmente, o desequilíbrio econômico que atinge o vivente, conduzindo-o à obsessão.
É por isso que o Racionalismo Cristão não cansa de alertar aos incautos: "Os que, grandes ou pequenos, ricos ou pobres, humildes ou poderosos, vivem à margem dos bons preceitos morais; os que praticam, oculta ou ostensivamente, ações indignas; os que trazem afivelada ao rosto a máscara da bondade e escondem na alma as mais feias vilanias; os assassinos, os ladrões, os vigaristas, os salafrários, os traidores, os desleais, os falsos, os hipócritas, os mentirosos, os valentões, os desordeiros, os pusilânimes, os vadios e, em geral, todos os patifes, não passam, sem o saber, de seres escravizados a falanges obsessoras que os tornam instrumentos dóceis da sua vontade e os levam a praticar as mais abomináveis ações".
No campo dos vícios, onde tais hábitos causam outras calamidades sociais, existem, também, no astral inferior outras falanges. Conhecendo o desencarnado que habita provisoriamente tal plano, pela ação do pensamento, os vícios de seus comparsas encarnados – o homem morre mas conserva o pensamento, que é imortal –, os alcoólatras inveterados que não dispensam de seus hábitos cotidianos a aguardente, o uísque, a cerveja, o vinho e tantas outras bebidas, e, bem assim, os contumazes fumantes e tabagistas, além de outros maléficos vícios que, em grande parte, ainda dominam a grei humana, a falange se aproxima de tais infelizes e, como estes têm a energia anímica, através dela satisfazem os componentes da falange, todos os seus intemperados desejos e vícios, já que existe uma harmonia de pensamentos entre obsessores e obsedados.
Em conseqüência, como a energia anímica é indispensável à boa saúde do encarnado, a perda desta – sugada pelos espíritos desencarnados -, torna enfraquecido o espírito vivente e seu corpo, altamente danificado. Conjuminando-se a fraqueza espiritual com os danos corporais, com a persistência e continuidade dos maus fluídos, caminha celeremente o encarnado para o estado de loucura, podendo até habitar os hospícios, asilos de loucos e manicômios, locais estes que, por vezes, desconhecendo os recomendados princípios para obtenção da cura, servirão, tão somente, para que ali se aguarde a desencarnação do obsedado, em constantes crises de desespero.
Por conseguinte, a única forma adequada para reaver a matéria que importou na perda da vida anímica do obsedado, sugada pelo obsessor, é seguir, com rigor, o obsedado encarnado, através de pessoas ou familiares esclarecidos, as diretrizes e disciplinas indicadas e recomendadas pelo Centro Redentor, que visa a extrair do espírito deste a idéia rancorosa e vingativa que só alimenta ódios, malquerenças e inferioridade espiritual, direcionando-se o livre-arbítrio da criatura para as condutas do bem, refazendo-se, paulatinamente, a energia anímica do ser até conduzi-lo ao estado de normalidade para, então, cumprir com denodo as etapas da encarnação que o próprio espírito traçou, quando habitava, em espírito, o Astral Superior, antes de encarnar na Terra.
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