As escolhas da vida

Heloísa Ferreira da Vosta

Se as coisas não estão como as queremos, deve-se tentar reformular a vida.

A vida que se tem é reflexo de escolhas ocorridas no passado. Às vezes, as pessoas reclamam da vida que levam, salientando que os acontecimentos ocorreram de forma atropelada – uma gravidez indesejada, um casamento inesperado, a renúncia aos sonhos, porque foi preciso trabalhar para sustentar a nova família que surgiu tão inesperadamente – mas esquecem que as opções estavam todas ali, o homem e a mulher poderiam, sim, ter esperado a hora propícia para ter seus filhos, de preferência seguindo a ordem natural das coisas, primeiro o casamento, organizar o viver, e aí o planejamento familiar no momento adequado.

Interessante perceber que o queixoso continua sua história; porque toda escolha errada vem seguida de outras também inadequadas para a ocasião, mas como se acostumou a culpar os infortúnios ao destino ou a Deus, a análise nunca se conclui, porque, sem saber por onde se anda ou aonde se quer chegar, nunca se vai achar o caminho certo. O indivíduo fica às tontas, sempre infeliz, amargurado, detestando tudo que faz, vivendo por viver, e provavelmente só vai dar-se conta de que o destino estava em suas mãos, quando estiver deitado no hospital, em uma mesa de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), olhando para o monitor dos batimentos cardíacos, principalmente quando este apresentar uma linha contínua, indicando o fim da existência física. Nesse momento, nada mais haverá para ser feito.

Mas por que não houve a identificação do problema anos antes? Porque todos estão muito ocupados com a matéria para prestar atenção ao espírito, preocupam-se com o trabalho como meio de subsistência, mas não como fonte de prazer, não como método evolutivo, simplesmente trabalham, sem ânimo, sem motivação, como autômatos, verdadeiros robôs em forma de gente.

Quando o trabalho se torna um peso, quando a vida familiar está conturbada, quando se acorda pela manhã e não se tem vontade de sair da cama, algo não está bem, e, quando isto é percebido, há necessidade de se fazer alguma coisa. É preciso uma verificação imediata do que está acontecendo; nesse momento, deve-se procurar fazer uma auto-análise imparcial sobre todos os assuntos, se necessário pode-se colocá-los numa folha de papel, por ordem de importância ou por ordem de desespero, e assim tenta-se fazer um levantamento de dados, para posterior diagnóstico e plano de ação.

Mas isso será inócuo se a pessoa não tiver ciência de que tudo está presente na sua vida, foi ela mesma quem ali colocou, inclusive um mau casamento, um trabalho de que não gosta, tudo, sem exceção, se o caso for físico, provavelmente o problema da escolha é mais remoto, vem de uma vida anterior inadequada, e reclamar não vai resolver, só vai agravar. Ninguém tem prazer na companhia de pessoas lamuriosas, tristes ou nervosas e angustiadas.

Pare! Pense! Aja! Onde há uma vontade, há uma maneira. Se as coisas não estão como as queremos, deve-se tentar reformular a vida, mas as mudanças precisam ser de dentro para fora. Para que o mundo.seja:diferente tem-se que mudar a forma de olhar para ele, é preciso ter atitudes positivas, há necessidade de disciplina, de princípios. E para isso apresentamos sempre o Racionalismo Cristão, uma Doutrina clara, elucidativa e que propicia àqueles que querem mudar o mapa para encontrar o caminho da felicidade, do equilíbrio e da serenidade.

É tempo de despertar para as coisas sérias da vida; aqueles que baseiam seu viver no acúmulo de bens materiais acabam sem nada, porque tudo que pertence à matéria não preenche o espírito, e mais cedo ou mais tarde os efeitos serão sentidos.

É preciso ter atenção na vida, cuidado com as decisões, porque todas elas serão parte de um todo, e aquele que opta de forma intempestiva carregará sozinho e sempre o peso das escolhas erradas que fizer!

Heloisa Ferreira da Costa é militante da Filial de Marília - São Paulo.

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