A educação também precisa de equilíbrio da mente e corpo

Parte 2 - Final

Maria Helena Vieira

Para que ocorra o verdadeiro conhecimento da educação, é fundamental, necessário que, paralelamente, se desenvolva em todo o País uma Educação Básica, a fim de que se promova o entendimento, um conhecimento que leve o homem ao conhecimento de si mesmo, como Sócrates falou: "Homem, conhece a ti mesmo, para que haja amparo no lado afetivo, indispensável para se criarem condições, aparecerem hábitos de socialidade tão necessária entre as criaturas.

É preciso que se promova uma reação corajosa, política e educacional, que se mostre capaz de levar o Ensino Básico, e a Educação Básica, como saberes distintos, com a mesma ênfase que levam atualmente o esporte e a cultura, a fim de atingir o maior número possível de criaturas, de diferentes idades, que aspirem a prosseguir nos estudos intelectuais. A escola deve promover o desenvolvimento global do aluno.

Precisamos de um plano com tamanha complexidade que exija medidas que atinjam a todos, que alcancem diretamente a coordenação de esforços de vários setores da administração pública, nas esferas federal, estadual e municipal, e também pela iniciativa particular, no sentido de que afetem milhões de brasileiros.

Se não houver decisão de todos para modificar o atual modo errôneo de encarar a educação, enquanto os educadores e políticos não se decidirem a pensar alto e agir com acerto, reconhecendo que as condições harmoniosas que o mundo poderia e precisa prodigalizar para a verdadeira educação, essa que propicie criar um estado novo, aprofundando raízes na educação, hão de perdurar, aprofundando-se ainda mais no meio humano, novos estados de aflição e de dor, de egoísmo, de vingança, de inveja, de ódio, de malquerença, de desamor que já reina por todas as camadas sociais.

Por isso acreditamos que o País deveria investir mais, gastar uma parte significativa de seus orçamentos destinada a uma verdadeira educação que leve o homem a crer que é parte integrante do Todo, não podendo de maneira alguma estar desamparado ou desligado e muito menos em desarmonia com esse Todo. Saber que, quando isso acontece, ele se desvia do seu rumo, com sacrifício do caráter, levando-o inevitavelmente a ter fortes inquietações, como protesto da sua própria consciência, que se sente vilipendiada, ou seja, tratada com desprezo.

É necessário que haja uma educação que leve o ser humano a dar uma atenção muito especial aos atos da vida, que o conscientize de que todos os atos por ele praticados terão a sua repercussão boa ou má, ou seja, terão seu retorno de acordo com o sentimento que os gerou. Dessa forma verá que não há vantagem em pleitear uma regalia que não esteja ainda ao seu alcance.

Precisamos de uma educação que leve aqueles indivíduos ignorantes da vida espiritual, que usam de meios artificiais e ilícitos a que são classificados de espertos, por saberem usar certas manhas, ardis e astúcia para ludibriar o próximo, achando que com isso se beneficiam, a entender que os maiores ludibriados são eles próprios, e que só o saberão quando chegar a vez de pesar os seus atos e medir a extensão dos males praticados.

Nem atualmente nem em tempo algum, o homem teve acesso, no sentido amplo, a uma educação com diretriz na parte espiritual, e essa circunstância traz conturbação ao estado geral na vida do ser humano. Por isso há necessidade crescente e urgente de uma educação que atue no homem psiquicamente, para que se consiga a esperada e necessária transformação da conduta humana.

E é exatamente essa educação e disseminação que procura fazer a "educação psíquica" do Racionalismo Cristão, por esta se apresentar como único modelo de uma verdadeira educação capaz de conter a avalanche de atos criminosos que surgem em toda parte do planeta Terra. Por estar repleta das mais salutares normas renovadoras capazes de fixar no ser humano firmeza de tais postulados que influirão, sem dúvida, no modo de cada um conduzir-se. Só através da aplicação desses princípios normativos poderemos, mesmo em longo prazo, atingir o ser humano individualmente, e só depois se estender a todo o País, de acordo com a vontade de cada um.

A autora é pedagoga e militante da Casa Chefe

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