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A educação também precisa de equilíbrio da mente e corpo

Parte 1

Maria Helena Vieira

O mundo passa por uma fase crítica na história da sua evolução, proveniente do aumento da população, do crescimento desordenado da riqueza e da falta de caráter e honestidade de pessoas responsáveis pelo equilíbrio das massas humanas, na alta administração.

O fator que contribui para essa existência tumultuada provém da insuficiência de conhecimentos, da falta de princípios específicos educativos que se manifestem irrevogáveis na sua aplicação.

Os atuais meios encontrados, aplicados até hoje na educação, mostram que os resultados são quase nulos, em virtude de não apresentarem aos olhos dos educandos, ou da sociedade, o efeito desejado. Há um desprezo flagrante pelo que diz respeito à verdadeira educação.

Diante de nossos olhos ocorre o desvio de boa parte dos nossos recursos materiais, que deveriam ser distribuídos igualmente entre as áreas econômica, política, cultural e educacional, e planos e programas de outros sistemas; para atenção às partes esportiva e cultural, ou seja, o verdadeiro sentido da educação está sendo substituído por ações e tendências voltadas para a matéria, para os falsos modelos educacionais, levando o princípio da educação a atuar com ênfase nas partes dos prazeres e saúde do corpo, nas culturas como danças, instrumentos, jogos, esportes etc.

Embora sabendo que atualmente se estimula, primeira e principalmente, nas séries iniciais, ensinar as disciplinas do núcleo comum dentro da sala de aula de forma lúdica, ou seja, através de jogos e brinquedos, isso não dá o direito de a escola fazer distinção no tempo de cada forma de ensino. Refiro-me à quantidade de horas e ao modo aplicado ao ensino intelectual e o tempo dedicado ao ensino lúdico – este é maior e bem mais estruturado, já que faltam inúmeros professores para atuar nas matérias específicas em sala de aula.

Portanto, refiro-me à ênfase dada aos exercícios direcionados à parte física. A frase ‘Exercício físico ocupa o corpo e a mente’ é certíssima, porque, quando o homem está praticando o exercício físico, sua mente, que é a parte do espírito, não está sendo desenvolvida na mesma proporção, ou seja, a parte intelectual, que desenvolve o raciocínio, a inteligência, está em desvantagem, está estacionada. Isso quer dizer que precisamos dividir o tempo para exercitar a parte física (o corpo), na mesma proporção que precisamos desenvolver a parte intelectual, e mental (o espírito).

A escola não deveria misturar, confundir cultura, esporte, saúde, meio-ambiente e educação. São sistemas de educação que devem ser aplicados simultaneamente, porém não deixam de ser educação diferenciada. Seria importante se os dirigentes educacionais tivessem o conhecimento de que na educação, principalmente, deve-se fazer distinção entre a parte material e a parte espiritual.

É preciso que os instrutores, professores, educadores e pesquisadores tenham uma base de entendimento específico entre ambas. Mas, para terem essa clarividência, é preciso estudo. Pesquisas são necessárias para alcançarem esse conhecimento, para que saibam identificar quando se refere à parte material e quando se refere à parte espiritual, saber onde começa e onde termina cada uma das duas vidas.

Os responsáveis precisam dar prioridade à instrução fundamental, a começar pela alfabetização de crianças e adultos, e, posteriormente, aprofundar os estudos específicos do núcleo comum, como comunicação e expressão, no cultivo da linguagem e ressaltando a língua portuguesa como expressão da cultura brasileira; os estudos sociais, que ajustam de forma crescente o educando ao meio, cada vez mais amplo e complexo, em que deve não apenas viver, mas conviver, dando-se ênfase ao conhecimento do Brasil na perspectiva atual do seu desenvolvimento; ciência, que desenvolve o pensamento lógico e vivência do método científico e de suas aplicações. O estudo das ciências deveria tornar o aluno capaz de buscar cientificamente soluções para os seus problemas e para os problemas sociais.

Será que, do modo como são dadas atualmente, as aulas levam ao cumprimento desses objetivos?

Outro ponto que a escola deixa a desejar é quanto ao desconhecimento do verdadeiro sentido da educação, a formação criadora de moral, caráter, que ensejem ao aluno o contato coerente com seu semelhante e a manifestação harmônica de sua personalidade, que atenda às necessidades do desenvolvimento da criança, não só no campo material, mas também no campo psíquico, como, por exemplo, tratar do polimento dos sentimentos dos seres humanos, das leis da vida, do valor ao trabalho honesto, da virtude, da prudência, do respeito, da saúde e as demais relacionadas com a verdadeira moral cristã.

A autora é pedagoga, militante da Casa Chefe


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