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Diabete

Dr. João Cottas

Doença conhecida desde a antiguidade, a diabete foi assim denominada pelo povo grego, em virtude de a palavra significar passagem de líquido, o que importa dizer que o diabético urina muitas vezes, e em grande quantidade.

Caracteriza-se a diabete pelo aumento da glicose (açúcar) no sangue, nos tecidos e na urina.

Mais freqüente em homens, começa geralmente entre 20 e 45 anos de idade. A doença inicia-se por uma sede excessiva (polidipsia) e abundância de urina (poliúria); aumento de apetite, perda de peso e força, e emagrecimento progressivo. Durante o período da doença, a debilidade e a prostração acentuam-se assustadoramente, sendo peculiar o cheiro da acetona desprendido pelo hálito.

Esta enfermidade tem por sede o pâncreas, situado profundamente na cavidade abdominal, por trás do estômago e próximo ao fígado, e que segrega um hormônio chamado insulina. Esta substância, ou hormônio, é produzida por agrupamentos celulares em número aproximado de 2 milhões, denominados "Ilhotas de Langerbans". Esse hormônio, lançado na circulação, vai atuar sobre o metabolismo da glicose, mantendo-a em doses normais no sangue. Havendo deficiência do pâncreas, há aumento da glicose. Quando, porém, há hiperfunção dessa glândula, a glicose do sangue diminui, dando lugar à sensação de fome e desmaios.

A insulina injetada no diabético faz desaparecer a sede excessiva, a emissão abundante da urina e a fraqueza muscular. Enquanto perdurar a sua ação, o doente sente-se bem.

Milhares de anos antes de Cristo, já se conhecia a diabete, pois se trata de doença muito freqüente nas classes abastadas, entre os glutões. As pessoas obesas, exageradas na alimentação, que sobrecarregam o aparelho digestivo e o sistema nervoso, estão mais predispostas à enfermidade.

Costuma-se dizer que a diabete é doença de ricos! ... E esta afirmativa tem a sua razão de ser, pois o pobre, o necessitado, o operário, com o baixo salário que recebe, só come uma vez ao dia, não tem margem para engordar nem fazer uso de guloseimas ou refeições substanciais.

À diabete atribuem-se inúmeras causas, inclusive a herança, mas continua-se no terreno das suposições, nada havendo ainda de positivo.

Têm havido casos de ambos os pais diabéticos terem filhos diabéticos; um dos pais ser diabético e o outro não diabético, mas descendente de diabéticos, e a metade dos filhos ser diabética.

Ainda não se pode responder afirmativamente a um diabético se um ou mais de seus filhos se tornarão diabéticos.

Entretanto, por precaução e princípio de eugenia, deve o médico aconselhar os solteiros diabéticos a não se casarem.

Embora a diabete não seja ainda uma doença curável, pode ser controlada.

A presença de açúcar na urina constitui, de fato, sinal característico de diabete, mas não se devem considerar diabéticos somente porque possuem açúcar na urina, pois o trabalho exaustivo de um dia, a emoção forte, o cansaço mental podem contribuir para que isso aconteça. Devem-se preocupar, sim, quando houver enfraquecimento, aumento de sede, diminuição das forças e aumento progressivo em quantidade da urina. Então podem suspeitar de enfermidade e, consultado o clínico ou o especialista, seguir a sua orientação e prescrição dos medicamentos necessários.

Atualmente, o portador de diabete pode tratar-se e continuar nas suas atividades físicas e intelectuais. Pode dominar e controlar a sua doença, bastando para tanto que periodicamente faça análise de urina e do sangue, a fim de verificar a presença de açúcar. Havendo açúcar na urina e quantidade anormal no sangue, deve evitar o açúcar, os doces, o feijão, o pão, a batata, o macarrão e o arroz, e fazer uso de ovos, queijos, carnes magras de vaca, aves e caça, presunto magro, fígado de boi, peixe fresco, abóbora, agrião, alcachofra, alface, chuchu, couve, espinafre, jiló, palmito, berinjela, bertalha, ervilha, vagem, quiabo, nabo, cebola, tomate, repolho, pão de centeio, etc.

O diabético de hoje, bem orientado e instruído pelo seu médico, poderá viver tranqüilamente, sem risco de vida!

 

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