gazeta2.jpg (8041 bytes)

Os conselhos estão dentro de nós

Heloísa Ferreira da Costa

A pessoa esclarecida dos porquês da vida precisa entender que o caminhar no plano Terra é individual. Há amigos, mas chega um tempo em que se percebe que cada viajante está preocupado com a própria bagagem.

"Se conselho fosse bom, não se dava; vendia-se". Esse antigo adágio popular representa muito bem o fato. É muito comum o hábito de contar-se tudo que vai pela vida, esperando que a pessoa que está ouvindo possa apontar o caminho ou apoiar as decisões. Quando um problema é exposto, dependendo do ouvinte, fica-se sujeito a julgamentos da conduta e à maledicência. Existe um estudo científico que mostra que, ao ouvir um problema alheio, o indivíduo dedica 20% de sua atenção, ou seja, não ouve quase nada.

Com amadurecimento e estudo constante, o ser humano aprende a procurar solução para os problemas dentro de si mesmo. Afinal, estão todos relacionados, de uma forma ou outra, com o uso indevido do livre-arbítrio, num passado recente ou remoto. Portanto, a ação que gerou a reação está na maneira de agir e pensar.

Encontram-se grandes conselhos nos livros, e sem comprometimento algum. É claro que pessoas queridas, que realmente se importam, podem ajudar em certos momentos de angústia, mas o ser não deve iludir-se, por melhor que seja o amigo. O melhor amigo ou inimigo do ser humano é ele mesmo, através do uso adequado do pensamento.

Não há que se temer a vida, mas sim aprender a ter um escudo no espírito, encontrando as soluções para os próprios problemas. O viver pode ser mais tranqüilo e sem tanto sofrimento. Quando houver dúvidas sobre alguma questão, pode-se lançar mão do método utilizado por Benjamim Franklin: colocar-se em uma folha de papel os prós e os contras de cada situação. A solução aparecerá após alguns dias.

Outra técnica consiste em fazer-se uma lista dos problemas e angústias e guardá-la, dando continuidade ao trabalho sem preocupar-se tanto com a situação. Após algum tempo é até surpreendente como tudo se resolveu, e situações que antes causavam tanta inquietação acabaram sendo esclarecidas, e tudo passou.

Quando houver desânimo, fadiga, fraquezas, deve-se elevar o pensamento às Forças Superiores, mas com respeito, não as evocando para deliberações que competem a cada um resolver. A serenidade virá, a luta material é grande, mas a luta astral não é menor, e tudo tem uma razão de ser. Porém, como a visão material é limitada, só será possível entender-se certos fatos da vida quando este quadro ampliar-se para uma visão mais espiritual. A pessoa precisa aprender a não se desesperar, o desespero enfraquece o espírito e deixa o ser mais suscetível a pensamentos inferiores, atraindo assim forças de igual magnitude.

O instinto de preservação, presente em todo ser humano, é sempre ativado nos momentos de pressão. Procure-se ouvir a voz interior e os problemas irão se resolvendo, um a um. No fim, tudo dará certo.

No livro base do Racionalismo Cristão existe o seguinte parágrafo: "O indivíduo deve procurar-se a si mesmo, porque nele estão armazenados todos os recursos com que deve contar." Quando se está com um bom livro nas mãos não se deve apenas lê-lo, mas estudá-lo. Assim como um quebra-cabeça, as peças da vida irão se encaixando. O melhor conselho, a melhor solução, todas as respostas estão dentro de cada um, mas é preciso decidir o que buscar e usar bem o que encontrar, e isso só será possível para aqueles que aprenderam a articular o seu raciocínio.

A Autora é militante da Filial de Marília, SP


Página Principal | Index | Biografias | Artigos | Notícias | Inaugurações | Diversos | Para meditar | Discursos históricos | Livros | Sala | RC Inglês | RC Imagens

Gazeta do Racionalismo Cristão - Um novo conceito do Universo e da Vida