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O ser humano e o clone

Vantuil Fazollo

A morte do corpo humano é um fenômeno tão natural quanto o é o seu nascimento. Neste, o espírito, após acompanhar toda a concepção e formação do feto, de molécula por molécula e célula por célula, nele encarna ao nascer, tanto que a manifestação da encarnação é perfeitamente notada no novo ser aos sinais das primeiras atitudes, logo após o parto.

Na essência – nunca é demais frisar –, precisamos nos conscientizar de que o ser humano, gerado no mundo Terra, é um composto de força e matéria, em que a força e parte da matéria vêm de fora da Terra e, no decorrer de sua geração, via de regra, no prazo de cerca de nove meses, tem lugar a "construção" de uma "máquina humana" perfeita, da qual se incumbe a ciência médica em seus pormenorizados estudos científicos.

Esta "máquina" é composta pelo espírito, que é uma força imaterial e invisível para a maioria dos seres humanos, emana do Astral Superior, e, de acordo com o seu grau evolutivo, de uma das 17 classes de espíritos, dentre as 33 que compõem o Astral Superior, do Corpo Astral em matéria fluídica característica do mundo que lhe é próprio e pelo corpo carnal que é gerado neste planeta, sob o comando do espírito.

Assim, ao perceber o espírito em seu mundo astral de estágio, por captação de pensamentos de seres humanos terráqueos, o ato concepcional de uma relação sexual, acorre-lhe a oportunidade encarnatória e, então, tem lugar a programação de uma nova encarnação, nas condições adequadas à sua evolução no planeta Terra, para mais uma jornada ou existência, entre outras, naturalmente, que já viveu neste mesmo planeta.

Imbuído, dessa forma, do ideal e planejamento de uma nova fase de progresso que possa dar continuidade à sua evolução, vem o espírito ao mundo Terra acompanhado do corpo do perispírito ou corpo anímico que, por sua vez, é composto de uma matéria de fluido, denominado fluído quintessenciado, também invisível, como o é o espírito, aos olhos da maioria dos habitantes da Terra. Como se disse, dito fluido tem substância idêntica à do mundo de estágio do espírito no Astral Superior.

Portanto, o espírito, que é força, é luz, é poder criador, é inteligência e é vida, e tem poder realizador, já que é uma miniatura do conteúdo da Força Universal criadora, aureolado pelo perispírito, que posta externamente junto ao corpo carnal da futura mãe do embrião em formação, tem uma função nobre, qual a de "construir" a "máquina humana" com a qual vai, no decorrer de uma existência, em cerca de um século, talvez, viver as benemerências e as agruras próprias de um mundo, também em evolução, que é a Terra.

Entrementes, como o corpo carnal é constituído por material que tem os mesmos elementos de que se compõe o mundo Terra, está sujeito às transformações próprias e naturais e terá, de modo inexorável, de se sucumbir através do normalíssimo e natural fenômeno por muitos temido: a morte.

Com a morte, ou melhor dizendo, com a desencarnação, separa-se, mais uma vez, o corpo carnal do espírito e do perispírito, desfazendo-se então a tríade espírito, perispírito e corpo carnal, e remanescem unidos o espírito e o perispírito que, agregados, retornam, juntos, ao Astral Superior, já que o corpo carnal, por ser constituído pelos elementos da Terra, ao se decompor ante a ausência da vida-espírito, integrá-la-á e, iniciando a fase da putrefação pelas enzimas microbianas, dá origem, gera por assim dizer, micróbios e vermes que, por sinal, de transformações em transformações, evoluirão de forma tal que num futuro remoto constituirão outros espíritos, por uma imposição perene da evolução.

É por isso que constitui uma verdade quando se diz que na natureza nada se perde, tudo se transforma.

Nessas circunstâncias, há que se pensar que é o espírito o artífice do próprio corpo carnal – cada um de nós "construiu" o seu. Para viver uma encarnação e, por isso, devemos gostar e considerar perfeitos e acabados todos os nossos órgãos e lembrarmos, sempre, que são compostos de elementos materiais perecíveis, sujeitos às transformações pelo tempo, tendo-se em mente que a existência de 70, 80, 90 ou 100 anos que se vive é tempo suficiente para um completo aprendizado e não se deve temer o advento da desencarnação (morte) já que, após tal evento, se bem vivida a encarnação dentro dos preceitos da moral, retornamos, de imediato, com os nossos corpos espiritual e perispiritual ao nosso mundo de estágio no Astral Superior. Conclui-se, então, que não se morre, apenas se sujeita às transformações que são leis naturais e imutáveis.

Por conseguinte, a morte do corpo carnal quando a matéria já está desgastada pelo tempo e não oferece mais resistência e condições para uma eficaz vivência, de progressos e realizações, é um fenômeno tão natural quanto o nascimento, já que a evolução torna-se inócua.

Dentro, então, do agregar e desagregar da matéria por ação do espírito, pode-se concluir que os estudos hoje muito em voga pelas ciências especializadas no mundo contemporâneo acerca do clonismo praticamente não constituem grandes inovações da ciência reprodutiva, de vez que os estudos análogos alcançados já pela enxertia, pela apomixta, pela partenogênese, pela apogamia e pela oosfera já vêm desenvolvendo as teses da reprodução que agora se cogita para ser feita nos seres humanos.

Ora, se os restos mortais de um ser humano podem dar origem a novos organismos que poderão se multiplicar assexualmente, gerando, pelas transformações químicas e atômicas, novos corpos compostos, vegetais e animais com vida, o que é perfeitamente válido e nos leva a raciocinar a respeito, que, se se extrair de um ser vivente elementos de seu corpo e tendo esta pequena porção o mesmo patrimônio genético de todo o corpo, a enxertia, por exemplo, com os elementos necessários extraídos do óvulo feminino parece ser, tão somente, tarefa rotineira das alçadas laboratoriais.

Vantuil Fazollo é freqüentador da Casa Chefe.

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