Caminhar rumo à expansão da Doutrina
Dr. Itamar Estevam do Carmo
Luiz de Mattos soube esperar a fase de consolidação e ela aconteceu. E a expansão? Chegou a nossa vez. A expansão agora é conosco. Precisamos caminhar!
Vamos tentar mostrar alguma coisa a respeito daquilo que pesquisamos sobre o tema "É preciso saber esperar, mas caminhando sempre". Mas não queremos absolutamente fazer plágio com a frase de Luiz de Mattos. Durante nossas pesquisas, descobrimos que muito mais do que saber esperar é saber quem está esperando. Foi isso que nós descobrimos: quem está esperando, quem está sabendo esperar? Evidentemente, teremos que caminhar sempre.
Vamos começar falando pura e simplesmente do fundador da Doutrina. Minha gente, Luiz de Mattos promulgou a Doutrina Racionalista Cristã codificou-a, tornou-a acessível primeiro ao entendimento, depois a sua aplicação. Luiz de Mattos esbanjou energia e muita coragem. Enfrentou desafios e todo tipo de agressões: físicas e morais, tentativas de assassinato, calúnias, difamações, traições. Mas superou-as e deixou codificada essa belíssima Doutrina. Adotou o sistema ofensivo no combate aos dogmáticos, aos sectários, ao credo e aos fanáticos religiosos. As suas explanações enfáticas, claras e rebuscadas de conhecimentos espiritualistas encontraram muita resistência nos meios religiosos e nos meios eruditos.
Sua superação se deve a sua coragem recheada de energia positiva que não lhe permitiu visualizar dificuldades. Superação, coragem e energia, foram esses os aditivos que não faltaram a Luiz de Mattos. Por isso ele codificou esta Doutrina.
Mesmo no auge da Primeira Guerra Mundial, os danos, as preocupações, as incertezas – fatos que marcaram aquela época – não foram obstáculos para Luiz de Mattos.
Então, aqui fica uma pergunta: Será que ele teve dificuldades? Provavelmente, poucos dos que aqui se encontram vivenciaram as convulsões causadas na sociedade com o advento sombrio causado por uma guerra mundial. Falamos de preocupações, danos, incertezas. Mas temos mais: esse advento causava fome, miséria, entre outros distúrbios sociais.
Nós nos baseamos muito nas 12 conferências de Luiz de Mattos, pesquisamos, buscamos lá embaixo os passos que ele deu para codificar esta Doutrina. Nas conferências, que ele proferia na Associação dos Empregados do Comércio do Rio de Janeiro (AEC-RJ), expunha os detalhes do que ele chamou Espiritismo Científico Cristão, consubstanciado com exemplos e fatos que corroboraram suas prédicas, embora ele soubesse que o ambiente não lhe era favorável.
O mundo agonizava nos anos de 1914 a 1918, e Luiz de Mattos se propôs a combater uma outra guerra, uma guerra tão devastadora quanto a outra. Porque este inimigo, da guerra da qual Luiz de Mattos se propôs a combater, era um inimigo que estava eliminando a sua vítima na sua essência, não permitindo sequer que o inimigo raciocinasse, agia como um vulcão desativado, mas incandescente, adormecido, porém ativo, chamado guerra religiosa.
Vejamos a obstinação de Luiz de Mattos, a obstinação de um espírito evoluído. Ele, bem de vida, já havia se metido numa luta terrível contra o racismo e a escravatura, e venceu. Agora, ali estava iniciando outra batalha, com inimigos muito mais estruturados, que tinham tudo nas mãos, menos a Verdade, à qual Luiz de Mattos se apegou para enfrentar essa empreitada. E, a caminhar sempre, lá se foi Luiz de Mattos: desmistificando, desbravando, clareando mentes, sacudindo e despertando as criaturas para saírem da ociosidade, a ociosidade mental; principalmente aqueles que insistiam em permanecer lânguidos, envolvidos nas malhas litúrgicas das seitas e das religiosidades.
Vejam bem: para melhor comunicar com seus desafetos, ele fundou o jornal A Razão, combatendo e dando oportunidade de ser combatido quando investia contra os ensinamentos conturbadores das seitas e das religiões, em defesa do Espiritismo Racional e Científico, que hoje é o nosso Racionalismo Cristão.
Afinal de contas, o que é saber esperar? Quem está sabendo esperar? E quem deve caminhar? Essa demonstração de coragem Luiz de Mattos nos mostrou através das pesquisas que fizemos. Nos momentos cruciais da sua desgastante luta, ele ainda encontrava forças para assim expressar: "Não há bem que não custe desgostos, nem saber sem o atributo do trabalho".
Vejamos como ele se expressou na sua sétima conferência na AEC-RJ, falando sobre Espiritismo Científico e Cristão: "Quem não tiver a coragem precisa para vencer a si próprio, remodelando-se, desprezando as louvaminhas, a opinião pública, praticando a verdadeira moral, que é ser moderado, ponderado e justiceiro, não pode ser praticante do verdadeiro espiritismo, porque não está em condições de ser instrumento da Doutrina da Verdade". Que é o Racionalismo Cristão.
Luiz de Mattos deixou boquiaberta a platéia quando falou das cores da aura, com riqueza de detalhes. E não foi por acaso que ele deixou estarrecida a platéia quando afirmou: "O homem que pensa energicamente em coisas elevadas, emitirá vibrações que levantarão os pensamentos dos outros, dos que o rodeiam no mesmo nível, porém sem que nos outros se produza a mesma imagem que ocupara o seu mental, a sua aura". Por isso que ele afirmou aquela máxima: "Que conforme o ser pensar, assim será". Afirmou ainda: "A força do pensamento é o segredo de todo o êxito do ser".
Tudo isto foi dito para fazermos uma análise hoje do caminho percorrido por Luiz de Mattos para nos legar esta obra-prima e também para justificar o título: "É preciso saber esperar, mas caminhando sempre."
Falamos até agora de uma insignificante parte da luta que teve Luiz de Mattos para implantar a Doutrina. Estou achando ainda que ele não teve dificuldades.
E nós temos que caminhar! Já podemos dizer agora quem está sabendo esperar. Quem está sabendo nos esperar, minha gente, são as Partículas Inteligentes, esperando que façamos nossa parte. Identificamos aqui que é preciso saber esperar, e elas estão esperando. E caminhar, cumpre a nós caminharmos. E temos que caminhar, caminhar sempre.
Luiz de Mattos foi lacônico porque teve que aprofundar neste campo inesgotável de pesquisas que é o Espiritismo Racional e Científico para deixar resumida para nós, acessível ao nosso curto entendimento, esta vasta cultura da espiritualidade, que é a filosofia espiritualista.Luiz de Mattos não só lutou a sofreu, mas superou e conquistou vitórias; soube conquistá-las, embora sabendo que não cabiam comemorações, porque a vitória é de todos; mas de todos aqueles que se propuseram a lutar contra os maus hábitos e as imperfeições e que as comemorações não poderiam acontecer porque a vitória era apenas parcial. O que podemos verificar nos dias de hoje é o quanto precisa ser feito para que a sua obra seja reconhecida e aplicada.. O que verificamos também, ainda temos muito que fazer, precisamos muito caminhar.
Ele deu o primeiro passo, meus senhores, abriu caminhos, deu-nos uma perspectiva, um referencial – mais do que isso – deu-nos uma bússola que nos indica o caminho, a rota que devemos seguir. Como vemos, Luiz de Mattos teve muitas dificuldades, muitas, inúmeras. Não as podemos enumerar. Mas ele venceu. Venceu porque não soube o que era desânimo. Superou-se a si mesmo. Não deixou só exemplos, deixou marcas, a essas marcas foram seguidas pelo seu sucessor na consolidação da Doutrina.
Luiz de Mattos soube esperar a fase de consolidação e ela aconteceu. E a expansão? Chegou a nossa vez. A expansão agora é conosco. Já podemos determinar que estão sabendo esperar Luiz de Mattos, Antonio Cottas, a Plêiade do Astral Superior –que comanda esta Doutrina. Precisamos caminhar!
Pode-se observar que os nossos líderes têm dado demonstrações de que têm sabido esperar. Só que não estão na condição de esperar, porque ainda precisam caminhar, porque estão encarnados. Mas podemos observar também que nossos líderes não estão parados.
Procuramos reviver as dificuldades pelas quais passou Luiz de Mattos para codificar a Doutrina. E nós vivenciamos as dificuldades e a superação vivida pela nossa interventora, Dona Lucy Gonçalves da Costa. Imaginamos as dificuldades pelas quais passa o nosso presidente internacional, Dr. Humberto Machado Rodrigues.
Nossos líderes precisam de nós! Unidos e coesos, porque a expansão é inexorável. Precisamos estar com as nossas almas curtidas e abnegadas para levarmos a luz que clareia, que liberta e que conforta a todos nas horas mais difíceis, que é o esclarecimento espiritual. E isso só será possível se entendermos que os nossos mestres estão sabendo esperar. Mas nós precisamos caminhar sempre.
Os nossos líderes precisam de nós! Eles liderando, direcionando, e nós executando. Porque nenhum líder pode elaborar e executar. Para isso, ele conta com seus liderados, sempre unidos, para que cada Casa, cada Núcleo deixe sua marca naquilo que chamamos de Projeto Expansionista, elaborado e muito bem dirigido pelo nosso chefe maior, o nosso Dr. Humberto Machado Rodrigues.
Precisamos caminhar com coragem. A mesma coragem que não faltou a Luiz de Mattos e aos seus colaboradores para implantar a Doutrina, que não faltou a Antonio Cottas na consolidação e que a nós não faltará agora, na expansão.
Precisamos caminhar com serenidade, com simplicidade espontânea e natural, conscientes, livres das ilusões e dos preconceitos, livres da mácula jorrada pela nefasta vaidade e pelo caudal do fanatismo.
Precisamos caminhar, meus amigos, baseados no apelo que fez Dr. Humberto Machado Rodrigues em pronunciamento por ocasião do 3° aniversário de instalação da nova sede, em São Gonçalo. Afirmou, na ocasião, referindo-se a uma frase de Napoleão em agradecimento a homenagens dos seus colaboradores: "Eu nada seria sem a prestimosa ajuda dos meus generais". Então o nosso Dr.Humberto fez dessa alusão citando seus principais colaboradores como seus generais, dentre eles, orgulhosamente para nós, está aqui a nossa querida interventora, Dona Lucy. E nós acrescentamos, minha gente: os generais não existiriam, se não fossem os bravos e guerreiros soldados. Sem soldados não existe general. Tudo faremos, formaremos um bloco imbatível, fortalecendo o nosso comandante maior, o nosso Dr. Humberto Machado Rodrigues. Aí, se consolidará a expansão.
Precisamos caminhar. Não podemos mais esperar que alguém faça por nós e muito menos olhar para trás, quem está vindo conosco. Um companheiro desta Casa me falou uma frase, que não esqueço nunca: "Temos grande preocupação de colocar nossas virtudes na nossa frente, olhar para elas e olharmos nas costas do nosso próximo os seus defeitos. Vamos inverter esses papéis, colocar as virtudes nas nossas costas e a bagagem de defeitos na nossa frente, para que estejam sempre diante de nós os nossos defeitos, as dificuldades, em que podemos melhorar, para podermos caminhar". Achei felicíssima nessa oportunidade a colocação desse companheiro.
Minha gente, confesso que tomei muito tempo de vocês. Foi desgastante, vocês estão sofrendo aí ao tolerar este bate-papo. Tomei a liberdade de falar a esse respeito porque, no nível em que nos encontramos, podemos falar de igual para igual, porque faço parte do mesmo time, de todo o grupo de militantes. Não sou presidente, não aspiro a esse cargo e sou um soldado lutando para a vitória do meu general.
Eu quero encerrar dizendo estas interessantes frases ditas por Luiz de Mattos. Um racionalista cristão precisa se basear nelas. São quatro frases que dizem o seguinte: "O racionalista cristão autêntico, o verdadeiro, tem como missão: lutar, como princípio; esclarecer, como meta; evoluir, como dever; e, triunfar, como direito".
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