A busca do auto-conhecimento
Vantuil Fazollo
Sabemos que o conhecimento humano, desde o passamento de Jesus, o Cristo, experimentou consideráveis progressos em inúmeros aspectos, mormente se se levar em conta o desenvolvimento da tecnologia em todos os segmentos sociais, mas, apesar de tudo, pairam no pensamento coletivo da humanidade arraigadas concepções no senso comum dos indivíduos e, em conseqüência, vem a vida humana, até hoje, tendo suas raízes mergulhadas no lamaçal das falsidades expostas em anacrônicos e empoeirados compêndios que não permitem o atingimento da luz necessária para "o desfazimento das idéias e dos ensinamentos inverídicos sobre a existência humana". São paráfrases seculares e milenares que, conjuminadas com as figuras e conceitos falsos do castigo e do perdão, embotam o raciocínio dos seres a tal ponto de se verem eles conturbados em suas análises, raciocínios e pensamentos.
Têm, assim, as lideranças de tais movimentos religiosos o escopo de prometerem, sem qualquer embasamento crível, aos incautos o que não existe, como os "paraísos" que podem ser atingidos após o fenômeno morte quando, nessa fase, a duras penas, vivenciará o espírito do vivente desavisado, ao desencarnar, uma realidade totalmente diferente, de vez que o espírito (alma) é parte integrante da Inteligência Universal e, como tal, quando ascender ao seu mundo astral, revendo todo o seu passado gravado em seu perispírito, fará seu auto-julgamento, conhecerá toda a verdade e programará, se for o caso, a sua nova reencarnação.
Na verdade, o conhecimento de si mesmo constitui uma dádiva na evolução do espírito, mas, infelizmente, a maioria dos seres hominais da humanidade ainda não teve acesso a tão importante conhecimento, e é por isto que o Racionalismo Cristão, em sua notória fase atual expansionista, não cansa de enfatizar e dar especial relevo, quando insere em seus compêndios: "É triste, é lamentável que tal coisa não tenha acontecido, uma vez que, de posse de tão úteis, tão necessários, tão valiosos e imprescindíveis conhecimentos, não andaria o ser humano, há muito tempo, a mendigar a proteção e o amparo de supostos deuses paternais, porque teria aprendido a confiar em si próprio e a buscar amparo e proteção no poder imenso de sua vontade e na força invencível de seus pensamentos".
O que é inconcebível é que nos tempos modernos não param para uma acurada reflexão os cientistas, mormente os que lidam mais de perto com a vida humana, para, em retrospectiva, procederem a uma reavaliação no sentido de contradizer os retrógrados conceitos impostos pelos fanáticos e teóricos religiosos de que, após a morte (desencarnação) a alma-espírito vai, de vez, para a eternidade, juntar-se a um "deus-paternal", restando cumprida sua missão terrena, sem, sequer, imaginarem tais "líderes" os diferentes graus de evolução dos habitantes deste planeta que funciona como um cadinho depurador de almas. Que absurdo!
Diante disso, é de se perguntar o que foi feito dos ensinamentos do próprio Cristo: "Só a verdade poderá libertar a humanidade das garras da ignorância e prepará-la para o cumprimento do dever"; das lições de Krishna, três mil anos antes de Cristo: "Quando o corpo morre, se o ser foi esclarecido, a alma ascende às regiões dos entes puros que têm o conhecimento da vida, mas se a alma, quando encarnada, se deixou dominar pelas paixões, pelos desejos intemperados, é, então, de novo obrigada a voltar à Terra, para recuperar o tempo perdido". E, ainda de outros tantos valiosos ensinamentos de estudiosos como Hermes, no Alto Egito, Pitágoras, Sócrates, Platão, Gabriel Delanne, Pinheiro Guedes e Luiz de Mattos.
Ademais, é preciso ficar claro que o espírito, que é parte integrante da Inteligência Universal, em suas sucessivas reencarnações é o próprio artífice de seu corpo carnal e que é ele, também, que "preside a formação de seu corpo, transfundindo-se, consubstanciando-se nele pelo perispírito, corpo anímico, molécula a molécula, órgão por órgão, durante a gestação, até completar a evolução fetal".
Pode-se, então, afirmar que o corpo carnal é concebido pela Inteligência Universal e, uma vez concebido, através do corpo mental (espírito) e corpo astral (perispírito), passa a constituir uma tríade para vivenciar uma encarnação tão logo nasça o feto e após ocorrer, no corpo carnal, a encarnação do corpo mental.
É natural que ao encamar o "novo corpo", experimenta este uma sensação de ser a sua primeira encarnação, já que, em função das leis naturais e imutáveis que tudo regem no Universo, esquece-se o novo encarnante a retenção no subconsciente do novo ser, as experiências de vidas anteriores, quando usou o livre-arbítrio em todas as ocasiões como bem entendeu fazê-lo.
Aliás, desde a passagem da força inteligente da condição de animal irracional para a de animal racional (hominal), o perispírito, que contém o subconsciente, registra cada instante da vivência do ser humano, e é por isto que quando o espírito desencarna e ascende, juntamente com o perispírito, ao seu mundo próprio, no Astral Superior, tem ele a condição de rever todo o seu passado.
Por fim, a questão do esquecimento, quando encarnado o espírito, das encarnações anteriores tem a finalidade precípua de eliminar desavenças, desafetos e possíveis constrangimentos, a fim de que possa o livre-arbítrio seguir suas intuições, sem qualquer resquício de encarnações passadas, permitindo-se reparos de erros anteriores.
Vantuil Fazollo (Freqüentador da Casa Chefe)
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