Trabalho e estudo, fatores de auto-estima

José Rodrigues da Silva

Tu, prezado leitor, já imaginaste o grande número de pessoas que fazem parte das fileiras do exército de vencidos no caminho da vida? Ao menos por curiosidade, já pensaste que esses indivíduos se encontram em tal situação porque não têm a coragem necessária para romper suas próprias limitações pessoais e, então, entusiasmar-se, estimular-se, motivar-se para o esforço indispensável a torná-los cada vez mais capazes de avançar no cumprimento de sua missão terrena? Como é desdenhado esse esforço, apesar de ele só trazer tranqüilidade de consciência! Como na mão de cada um está o fazer a própria existência progredir ou, então, fazê-la estagnar! É o que se pode certificar dos ensinamentos do Racionalismo Cristão.

No entusiasmo com que sempre trabalharam grandes espíritos que passaram pela Terra, está a marca do êxito por eles alcançado; portanto, se atingiram marcantes objetivos, isso não lhes foi ocasionado pelo badalado fator sorte, como supõe a maioria dos humanos, principalmente aqueles que têm medo do esforço para entrar no mundo do sucesso. E sem esforços, é claro, não pode haver rompimento de limitações pessoais, como naturalmente não pode haver também completa liberdade de consciência para uma vida de equilíbrio. Quanto mais o homem e a mulher se desvencilham das algemas do espírito, mais livres se tornam para fazer da vida terrena um compêndio de esplêndidas realizações.

O bom caminho, seguido no passado por homens de responsabilidade e de energia, conduziu-nos ao ponto em que hoje nos achamos; o caminho hoje por nós seguido, quanto mais for de trabalho e de estudo conscientes, determinará naturalmente o ponto de progresso da civilização do futuro. Por esta razão, não podemos entregar-nos ao luxo de curtir uma vida desprovida de lutas para o alcance de nossas mais altas aspirações, principalmente se levarmos em conta que o trabalho e o estudo remam o barco em direção segura ao sucesso material e à evolução espiritual, segundo podemos inferir das lições fornecidas pelo Racionalismo Cristão.

Leitor amigo, nunca te queixes de que os tempos atuais são maus, de que os governos nada fazem pelo povo, como se a responsabilidade fosse somente deles; todos nós, sem exceção, somos altamente responsáveis pela qualidade de vida que temos; quem nunca se assusta nem se desanima com as circunstâncias adversas está espiritualmente fortalecido para as lutas cotidianas e, então, as situações desfavoráveis são por eles afastadas e substituídas pelas condições favoráveis. É o que o Racionalismo Cristão define como valor, na sua obra básica. Esse atributo espiritual torna o homem realmente preparado para o que der e vier, a ponto de ele nunca perder seu controle emocional, seja qual for a rudeza da vida. Nos esforços feitos por um homem para livrar-se dos seus bloqueios pessoais, está o emprego de forças positivas que entram em perfeita harmonia com outras forças espirituais, por sinal muito poderosas para animar sempre quem estiver disposto a remover todas as obstruções do seu progresso e, assim, conseguir o alcance bem classificado dos seus mais lídimos ideais de trabalho e estudo. Um homem cheio de saúde, mas desencorajado para o esforço necessário ao seu aperfeiçoamento nas atividades honradas da vida terrena, é inegavelmente considerado uma capacidade encarcerada e, portanto, corre o risco de ser inferior às forças de qualquer tentação mundana.

Pelos ensinamentos do Racionalismo Cristão, a tentação será superior às forças do homem, cuja vida está sempre voltada para a conquista do proveito honrado, através do cultivo de tudo quanto concorra para o benefício individual, sem perder de vista também a maior importância do proveito coletivo. O homem, quando bem esclarecido para essa grandiosa Doutrina, sente grandes inspirações para percorrer o caminho da vida sempre esforçando-se por ser cada vez mais útil e, por isso, nunca pára de lutar por coisas proveitosas; não desperdiça energias físicas e anímicas porque sente que elas são dínamos de potência incalculável, não podendo, deste modo, dispensar a importância das mesmas.

Conhecer bem os princípios racionais da vida é alcançar tanta auto-estima, a ponto de ver, nas dificuldades, verdadeiras brincadeiras de crianças, e não obstáculos insuperáveis.

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