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Beethoven, gênio da música erudita, apesar de ser surdo

Paulino Pacheco

Ludwig Van Beethoven, que nasceu em Bona, Alemanha, em 1770, mas viveu em Viena, é autor de 32 sonatas, 17 quartetos, cem sinfonias entre as quais nove se destacam, por serem muito harmoniosas - da ópera Fidelio, de admirável abertura, e de outras obras de um profundo sentimento e de incomparável expressão. Sua existência terrena foi abundantemente penalizada: sofreu muito, por ser instável, porque desconhecia as Leis Naturais e Imutáveis, que regem o Universo, no que tange à espiritualidade. A princípio era de temperamento alegre, esforçava-se o máximo para conquistar projeção musical em Viena, compondo músicas alegres de câmara, andando bem trajado pelas ruas, com uma camisa de renda, e assim atraiu alunos e admiradores das classes média e média-alta.
A primeira sinfonia foi apresentada em 1800, quando ele ainda não tinha 30 anos de idade. Aos 32, começou a ser atacado pela surdez, e retirou-se, desesperado, para o subúrbio de Viena e desabafou suas dores morais num extenso documento, no qual se lamentava da sua falta de audição e dizia sentir-se humilhado, sem alegria de viver.
Mas tempos depois ele caiu na realidade e chegou à conclusão de que não adiantava lastimar-se, o jeito era conformar-se e seguir em frente. Com esse novo modo de pensar, a surdez revelou-se uma grande felicidade para a sua música: ele escreveu a segunda sinfonia, uma composição bela e cheia de sons agradáveis.
Beethoven era famoso, considerado pela grande população de Viena e possuía enorme pecúnia, guardada na gaveta secreta da sua escrivaninha de trabalho. Seu quarto era uma grande desordem, papéis pelas cadeiras, tinta derramada no piano... Não gostava de substituir as roupas usadas, então seus amigos, à noite, entravam no quarto, sem que ele percebesse, levavam as velhas e as trocavam por novas.
Com a surdez tornou-se desconfiado e acusava os editores, amigos e empresários de subtraírem suas músicas e seu dinheiro; depois de serenados seus ânimos, arrependia-se e pedia desculpas a quem havia acusado e prometia aos editores uma de suas maiores obras: A Missa Solene. Não cumpriu a palavra e vendeu-a a outro empresário.
Nos momentos de tranqüilidade, Beethoven era atencioso e bondoso. Quando a baronesa Eartman, uma das suas amigas, perdeu um dos filhos, ele logo lhe fez uma visita e, sem falar coisa alguma, sentou-se ao piano e tocou, por algumas horas, suas sonatas suaves e melodiosas, inclusive a Sonata ao Luar, as quais confortam a alma e fazem desaparecer as preocupações próprias desta vida material. E assim desanuviou as dores espirituais da sua querida amiga.
Apesar de ser inconstante, às vezes suave, outras vezes impaciente, Beethoven amava a natureza, acreditava na vitória da vida e dizia que a música superava todas as filosofias. Ao aproximar-se dos 50 anos de idade, o compositor estava muito surdo e comunicava-se com as pessoas amigas por meio de bilhetes ou cartas, e não mais regia orquestras.
Dada a sua maneira de viver, isto é, procedimento impetuoso, irritava-se com facilidade, o que contribuiu para enfraquecer a sua vida anímica, causando seu falecimento prematuro, aos 57 anos, o qual ocorreu em Viena, numa noite de forte temporal do dia 26 de março de 1827. Assim, desapareceu da face da Terra um dos mais famosos gênios da música erudita.

(O Autor é Diretor da Casa Chefe)


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