Programando a Evolução

Julio César do Nascimento
(Militante do Racionalismo Cristão)

Palestra proferida em 9 de agosto de 2003 na Filial de São Paulo, bairro de Santana.

1ª Parte – A COMUNICAÇÃO APRENDIDA

O espírito após uma encarnação, e estando no seu mundo de estágio espiritual, programa uma nova encarnação para concluir o que deixou por fazer, para resgatar faltas cometidas, para aprimorar o seu desenvolvimento e para dar o seu contributo para a evolução da sua família espiritual e da humanidade. É com ânimo e coragem renovados e a irradiação amiga dos seus companheiros astrais que renova compromissos e identifica o país, a família e as condições pelas quais terá que passar para dar bom termo a missão que se auto determina e que passa a ser o seu compromisso individual e coletivo, pois do seu sucesso também depende todo um grupo para se considerar vitorioso.

Parte, então, do espaço e acompanha o feto desde a concepção amoldando o seu corpo astral e bem mais próximo, trocando com aquela que será a sua mãe intuições, o que será uma constante principalmente na infância.

Já pelas 12 semanas de gestação a ligação do corpo astral com o feto através dos cordões fluídicos se completa e o que fora até aquele momento a transmissão de características hereditárias dos pais e da sua descendência, ganha nova e transcendente dimensão, pois o feto passa a absorver os característicos atávicos trazidos pelo espírito. Estes característicos se desdobram em fatores psíquicos e materiais e vão servir de matriz para a absorção maior ou menor; aproveitamento integral ou parcial; aceitação ou rejeição, de tudo o quanto se produza para este ser em formação e mesmo durante a sua existência enquanto encarnado.

São estes característicos atávicos que melhor explicam a razão de gêmeos univitelinos, educados e tratados com os mesmos cuidados responderem de forma diversa, material e psiquicamente falando, aos estímulos do mundo exterior e seus relacionamento. Os característicos atávicos, são a manifestação mais evidente e que testemunham o grau de evolução particular de cada espírito encarnado e resultam na programação diferenciada da constituição genética, gerando seres humanos singulares, mesmo nas aparentes semelhanças.

Aparelhos de ultra-som já produzem imagens com movimento e forma real do que se passa com o bebê e é possível analisar se estes movimentos demonstram um desenvolvimento e respostas de um bebê saudável, ou se este apresenta alguma manifestação característica de problema que deva ser tratado precocemente. Assim como se observa o bebê para tratamentos físicos, já é possível identificar como se retrai o bebê, quando a sua mãe passa por situações de stress, preocupação ou qualquer emoção forte.

Mesmo pré-maturos, manifestam, como fica evidente nesta foto, a firme disposição de lutar pela vida. É este, mais do que um impulso físico ou intelectual, manifestação da vontade do espírito de ver concluída esta fase da sua missão.

Após o nascimento, tem início uma fase determinante para o desenvolvimento físico e intelectual da criança, desenvolvimento este, que será projetado por toda a vida adulta. Esta fase consolida a primeira forma da matriz de interpretação do mundo e, conforme exista, maior ou menor compreensão daqueles que representam o papel de pai e mãe desta criança, ou seus responsáveis, da influência positiva ou negativa que exercem sobre ela, as tendências resultantes dos característicos trazidos pelo espírito, vão se consolidar.

Se forem negativos, os característicos atávicos, e reforçados com a má educação, aumentarão a dose de sofrimentos pelos quais vai passar o encarnado para reconhecer seus erros e faltas e corrigi-los. Se positivos, e testemunhos de um espírito já forjado nas duras provas de lapidação do caráter, serão como seu escudo a rechaçar as injunções equivocadas e prejudiciais que os adultos tentem lhe impingir. Porém, é sempre possível, que esta educação deficiente venha a minar a resistência do encarnado e este vacile na sua determinação, função das mensagens limitantes que receba.

Esta fase crucial, para que o espírito possa dar o melhor aproveitamento para a sua encarnação, vem sendo estudada há longos anos e algumas experiências demonstram como a matéria pode ser prejudicada e como as emoções e sentimentos são determinantes da qualidade que terá o psíquico da criatura.

A primeira e impressionante experiência de que temos notícia, ocorreu nos idos de 1945, quando Spitz1 avaliou dois grupos de bebês em instituições onde estes eram mantidos. Em uma das instituições, os bebês ficavam com as suas mães, que os amamentavam e cuidavam com contato físico e carinho. Esta instituição era uma prisão onde estavam recolhidas as mães por crimes cometidos. Numa outra instituição, os bebês eram tratados por uma equipe médica e de enfermagem, com os recursos médicos da época, porém sem contato físico, de uma forma acéptica e profissional. Após alguns meses se observou que o grupo de bebês mantidos em contato com as mães tivera um desenvolvimento psico-motor e físico normal, enquanto que aqueles submetidos ao tratamento padrão e profissional, porém, sem contato físico, tiveram o seu desenvolvimento comprometido, ocorrendo inclusive óbito. Com a proibição da realização de experimentos com seres humanos após a segunda guerra, este tipo de pesquisa passou a ser realizada com animais.

Um outro pesquisador, Harry F. Harlow, demonstrou através de experimentos com macacos Rhesus, a importância do contato com a mãe e com outros seres da sua espécie, para que houvesse o desenvolvimento satisfatório neuro-psíquico e psico-social.

Os resultados resumidos são os seguintes:

O macaquinho mama na mãe de arame, mas depois de saciada a fome, passa a maior parte do tempo na mãe de pano, demonstrando a sua preferência pelo calor e pelo conforto.

O macaquinho da direita cresceu sem companheiros com os quais pudesse brincar e quando na presença de outros da sua espécie ele se assusta e tenta fugir, reflexos da criação sem a relação social.

Com os seus iguais, ele é impotente porque não sabe se defender ou brincar. As experiências de Harlow demonstraram, assim como as de Spitz, que os seres dependem das trocas físicas, emocionais e sociais para o desenvolvimento da sua porção psíquica. Na atualidade, pesquisas de maior alcance vêm demonstrando que estas relações tem como resultante alterações físicas nos sistemas neurológicos, e mesmo no desenvolvimento de partes do cérebro de seres humanos agora observados no seus ambientes e situações normais de vida.

2ª Parte – COMO SOMOS PROGRAMADOS

A Análise Transacional (AT) é uma vertente da psicologia que estuda os fenômenos da interação entre os seres humanos e que elaborou a partir da construção inicial do Psiquiatra Eric Berne2, fundador desta escola da psicologia social, diversos instrumentos para a compreensão das resultantes do processo de comunicação humano que na linguagem da AT é chamado transação, "semelhante a trocas nas relações comerciais".

Jim Mackena,3 um dos estudiosos da análise transacional, elaborou um instrumento denominado Cariciograma, que nos permite ter uma melhor percepção de como os nossos padrões aprendidos do que ele chamou de economia de carícias, moldam as nossas relações com o mundo e conosco próprios.

Neste diagrama representado abaixo, imagine que dar e receber atenção, afeto e mesmo carícias físicas fica na parte superior do gráfico, (que aparece acima da linha do "nunca") para carícias, tais como atenção, elogios sinceros, (condicionais ou incondicionais) e que também tem uma porção negativa, (que aparece na parte inferior), representando carícias negativas como: críticas, desqualificações, elogios falsos, violência verbal, físicas e psicológicas etc.

Imagine, também, que os contatos que você teve desde a sua infância lhe ensinaram a forma mais segura de conseguir a dose de carinho e atenção possível, e que agora você deseja saber como vem usando este aprendizado no seu dia-a-dia. Então pergunte a si mesmo, e desenhe tal qual representado no gráfico ao lado, com que freqüência dá carícias positivas ou negativas; as recebe; pede; ou recusa-se a dar e poderíamos ainda incluir, recusa-se a receber.

Estas indagações, feitas a si próprio, são realmente validas. Embora algumas pessoas acreditem que teriam que recorrer a opinião de terceiros, as pessoas que fazem o seu gráfico e o comparam com a opinião de outras pessoas, que os conhecem bem, conseguem quase sempre resultados próximos.

O que resulta deste conhecimento é que, tal qual experimentadores de nós mesmos, vamos descobrindo que tipo de programa está gravado na nossa mente e qual a qualidade de relacionamentos que estamos preparados para ter e, de certa forma, organizamos para acontecerem pela nossa maneira de pensar e agir. Podemos, assim, compreender também, que resultados esperar, em termos de bem estar psíquico, físico e social.

Quando alguns de nós, tal qual os macaquinhos da experiência de Harlow, não apreendemos a trocar as carícias e atenção, enquanto pequeninos, devemos descobrir como fazê-lo, principalmente agora que sabemos que estas são vitais para uma existência saudável, tanto física como psíquica. Este equilíbrio é que vai dar condições ao espírito de alcançar os seus objetivos.

O aprendizado, como dissemos, é em parte influenciado pelas tendências atávicas trazidas pelo espírito de outras vidas e, uma vez que nos é dada a possibilidade de, pelo raciocino, compreender e, estudando a nós mesmos, identificar padrões de comportamento e pensamento que prejudicam a nossa evolução, cabe-nos a tarefa de aprender como substituí-los, para garantir que nesta oportunidade vamos superar algumas das nossas dificuldades e alcançar um degrau maior na evolução, sem sofrimentos desnecessários, provocados pelo mau uso do livre-arbítrio.

Tanto para reforçarmos o entendimento de como isto ocorre, quanto porque sabemos que também temos por vezes a responsabilidade de educar outros seres que confiam a nós esta missão ao virem a este mundo. Vamos avaliar mais a fundo como aprendemos a agir da forma como agimos e como alterar estas gravações.

O bebê aprende de forma acelerada e, quando percebemos, já transferimos consciente e inconscientemente, para ele, tal volume de informações que não sabemos precisar quais, e muitas vezes julgar, se estas foram prejudiciais, quando interagiram com as suas tendências atávicas.

Estas inclinações atávicas só se tornarão mais evidentes quando a criança começa a agir com maior independência e com uma idade na qual o seu roteiro básico de como viver já vai estar formado. É impressionante saber que esta decisão de como viver está sedimentada na criança por volta dos sete anos de idade e vai sendo confirmada e sofisticada durante a adolescência.

Fato é que, com cerca de 4 semanas, o bebê já distingue entre a mãe, pai e estranhos; entre 6 e 12 semanas, distingue se a mãe fala com ele ou com outras pessoas; aos três meses já reage com medo a estranhos e entre 9 e 12 meses já desenvolveu a noção de individualidade. Todas estas alterações de estado de consciência são resultados da ação da Força sobre a matéria e guardam os seus efeitos indeléveis no corpo material.

Que outras informações e programas são gravados nesta mente em formação?

Neste tempo oferecemos as crianças:

Todas estas permissões têm a sua possibilidade de gravação oposta chamadas injunções. Estas negativas, geradas por ação ou omissão. Quando a gravação é negativa, tende a gerar um padrão de pensamento e de comportamento que irá limitar o alcance da decisão autônoma, do livre-arbítrio e, conseqüentemente, do sucesso na trajetória traçada para a encarnação.

Ou ainda, exemplos que não correspondem à realidade e sugestões manipulativas. Tudo isso apimentado por incentivos a comportamentos do tipo: seja apressado; seja forte; seja perfeito; agrade-me e seja esforçado, que se fazem tanto por verbalização dos adultos, quanto pelo exemplo.

Estes breves exemplos que traçamos devem encontrar algum paralelo na memória de cada um e, completam o repertório do modo pelo qual nós adultos povoamos as mentes ainda em formação, com conceitos que aprendemos também na nossa infância e vamos perpetuando por gerações.

Existem ainda as atribuições (dizer quem ou o que você é):

Modo dos mais comuns e poderosos de direcionar a criança para assumir um roteiro,ou plano de vida.

É claro que pode o espírito reagir e não aceitar, como padrão a ser seguido, nenhuma das sugestões que lhe são oferecidas. No entanto, é função direta do componente atávico envolvido, o quanto estará ele pronto para reagir. Esta reação do pensamento, seja ela positiva ou negativa, vai moldando os padrões que no futuro terão um certo automatismo de resposta. Padrões de pensamento assim radicados vão fazendo surgir sinapses nervosas, que, se baseados em conceitos desatualizados e em sentimentos negativos, vão gerando padrões de resposta estereotipados e também desatualizados. Estes se revelam na mente no comportamento e no corpo causando desarmonias físicas, expressões materiais da desarmonia psíquica e espiritual que são a sua origem.

O que a neuropsicologia nos apresenta, como resultado de pesquisa, é que não somente os órgãos psíquicos sofrem os efeitos desta opção de natureza vibratória do pensamento, mas que mesmo o cérebro tem as suas áreas funcionais comprometidas.

Erik Berne ao formular a sua teoria expressou pela constatação clínica que desenvolveu a existência de órgãos psíquicos que denominou Pai, Adulto e Criança. Estes "Estados de Ego" representamos na figura a seguir com as suas funções.

O elemento psíquico que fica gravado de forma indelével e que impulsiona as nossas reações são as emoções. Dentre estas, destacamos algumas, função da sua universalidade:

Paul Ekman, da Universidade da Califórnia, estudou e comprovou que estas emoções estão presentes nas expressões de povos de todo o mundo, mesmo naqueles que não foram submetidos às culturas modernas.

Consoante as gravações que fizemos, e sabendo que esta é a impulsionadora das nossas ações, vamos agora identificar como estruturamos o nosso tempo. Analisar como dispomos do momento de existência enquanto encarnados para dar bom termo ao nosso programa.

3ª Parte – COMO SOMOS PROGRAMADOS

Segundo Seymour Epstein, enquanto a mente racional procura fazer ligações de causa e efeito, a mente emocional é indiscriminada, ligando coisas que tem apenas traços visíveis semelhantes.

Fig 4

Componente do sistema límbico, existe uma área do cérebro denominada amígdala(s) (na verdade são duas) que, como uma das suas mais significantes funções, armazena o conteúdo emocional das nossas atividades.

Esta área, de suma importância para a sobrevivência, tem circuitos de acesso que dão um caminho mais curto entre a observação de um evento e a reação do organismo. Esta faculdade em especial, facilita o acesso à chamada reação de lutar ou correr.

O organismo é totalmente preparado para, numa função de sobrevivência, disparar a capacidade do indivíduo para a autopreservação. As emoções, inundando o cérebro, tolhem a capacidade de raciocínio e o indivíduo age no programa de emergência como se não houvera tempo para pensar.

Esta situação é grave numa sociedade onde o indivíduo submetido a constantes agressões se põe constantemente em alerta e acaba sucumbindo neste estado de coisas deixando de lado a Racionalidade. Outros se alheiam e passam a tratar fatos graves e agressões à vida, como se fossem sem importância, negando emoções, por temer as suas conseqüências de descontrole e sofrimento.

Esta porção do cérebro grava, então, como as demais que a elas estão relacionadas, as emoções e o modo de reação que o indivíduo programa desde tenra infância para reagir e sobreviver.

Ocorre que, para uma mesma situação, pessoas diferentes gravam reações diversas, porém de naturezas similares. Quer dizer que quando submetemos as crianças a situações de stress emocional elas irão reagir de forma diversa, porém com traços que demarcam a natureza da mensagem geradora.

Realmente, o espírito, com o seu grau evolutivo da razão, é quem observa os fatos à luz da espiritualidade para concluir que as diferentes reações são resultados de maior ou menor resistência do espírito a se deixar desencaminhar ou perturbar pelos acontecimentos.

O que devemos, também como espiritualistas reconhecer, é que, salvo espíritos de graus superiores de evolução, estamos todos sujeitos às nossas tendências atávicas e disposição para o mau uso do livre-arbítrio. Na infância, são as tendências atávicas que darão ensejo às gravações mais ou menos adequadas como padrão de reação ao que se passa conosco e à nossa volta. Na idade adulta, será o mau uso do livre-arbítrio que fará com que o indivíduo não faça tudo o que estiver ao seu alcance para se corrigir.

O espírito, para manter o controle do seu veículo (corpo), depende, então, do controle emocional e conhecimento das tendências que possui, porque são estas que em última instância determinaram a natureza das gravações que serão disparadas sempre que este não estiver atento.

Aquilo que ficou gravado não é apagado, mas pode o indivíduo preparar novas gravações que vão se depositar noutra área do cérebro, propiciando que, tão logo cessado o impulso emocional inicial e, quando existe a consulta à outra área do cérebro chamada neocortex, possa a criatura reagir de forma equilibrada.

Temos, então, um novo elemento a analisar. Existe no físico uma região do cérebro que reforça a disposição da área emocional ou vai atenuando a sua reação. Por exemplo: se uma pessoa se encontra sozinha numa casa altas horas da noite numa região que sabe perigosa e acorda com um ruído de algo que caiu, é natural que a pronta reação e preparo se dê é a região das amígdalas que vai disparar a ordem de liberação de hormônios e preparar todo organismo para a reação imediata. Porém, quase no mesmo instante, mais com uma pequena defasagem, outros circuitos são ativados e no hipotálamo e na região do neocortex serão processadas as informações sobre o tipo do ruído e diversos outros elementos, que irão confirmar ou desaconselhar a reação. Estas reações e avaliações das áreas afetas, elementos da racionalidade, são hoje confirmadas por meio de análises de excitação de ondas e das regiões do cérebro que as emitem.

Novamente, poderia o nosso leitor espiritualista inquirir: então é o cérebro e não o espírito que reage?

Deixamos, a propósito, de falar sobre a intuição e sobre a percepção dos fatos sem a demora relativa do veículo físico, porque esta já sabemos ser uma faculdade mediúnica e que, portanto, dependente para o seu exercício bem dirigido, em primeira instância do equilíbrio do espírito encarnado com a sua porção material. Mente sã em corpo são, tem aqui o seu significado mais abrangente e é a síntese do princípio da evolução e do bom aproveitamento da encarnação.

Com estes elementos de base para estudo, vamos avaliar, então, como dividimos o nosso tempo de vigília, porquanto enquanto dormimos sabemos, podemos ir ao nosso mundo de luz nos prepararmos para mais um dia de lutas, enquanto o corpo repousa, ou perambular em corpo astral pela atmosfera.

Em vigília, segundo uma classificação da Análise Transacional, damos uso ao nosso tempo com:

Esta divisão varia de indivíduo para indivíduo, mas podemos dizer que quanto mais próximos da intimidade, mais reconhecimento positivo de um outro ser humano, recebe a criatura e, por conseguinte, maior a sua energia para reagir positivamente às dificuldades. No outro extremo está o ser humano absorvido pelas suas idéias e, na maioria das vezes, isolado. Os rituais organizam a proximidade em meios civilizados, e vão desde os cumprimentos matinais e mesuras às formalidades protocolares. Passatempos são, por exemplo, bate papos informais. Atividades são principalmente trabalho e o elemento indesejável porém sempre presente, é o Jogo psicológico.

Para entendimento da estrutura dos jogos, podemos dizer que: na necessidade do indivíduo de se relacionar e receber testemunhos de reconhecimento e, não tendo sido desenvolvida no mesmo a necessária habilidade para agir com intimidade, (uma troca autêntica de informações francas, leais e honestas com outras criaturas sobre os seus sentimentos e pensamentos) são os jogos, a forma tradicional e segura, aprendida já na infância, de obter a atenção e reconhecimento de que sente falta o indivíduo.

Karpmann, um estudioso da Análise Transacional, desenvolveu um modelo em que interagem três posições distintas, a de perseguidor, salvador e vítima. Nestas três posições se alternam os indivíduos e a comunicação, que poderia se dar para evolução mútua, se perde numa troca de limitações psíquicas e emocionais. Represento abaixo apenas um exemplo, sendo que recomendo a leitura de pelo menos uma das referências bibliográficas para melhor entendimento e acesso a outros.

Jogo psicológico - Porque você não...? Sim, mas...!

Este tipo de diálogo pode se desenrolar entre dois amigos:

O amigo cansado das constantes negativas veladas:

O outro um tanto indignado?

O amigo concorda para não esticar o assunto e sai magoado pensando: nunca mais vou dar sugestões ao fulano. (Vítima)

O reclamante também se vai e pensa... (Ele está muito metido só porque o filho dele vai bem na escola) (Perseguidor)

Saem ambos desgostosos deste diálogo, mas, receberam a dose de atenção que queriam, com a qualidade, que estavam preparados para conseguir.

Os jogos psicológicos além de fornecerem este modo de preencher as necessidades afetivas também vão pavimentando o caminho para que a criatura possa realizar o que na Análise Transacional se chama de roteiro de vida.

Roteiros de vida são uma descoberta da AT, sobre o modo como as pessoas decidem, ainda na infância, como vão se relacionar com os demais e se vão ou não ter sucesso nas suas iniciativas ao longo da vida e como terminarão os seus dias.

Esta descoberta é totalmente coerente com a lei de causa e efeito, porque o que constataram os analistas transacionais é que as pessoas se fixam em determinadas posições e modos de agir e pensar, e que estes, modos de pensar e agir, determinam a natureza das oportunidades de relacionamento e como será a reação da pessoa frente às situações, além, é claro, da assistência astral que as cerca.

Mais do que isto, constataram que conspiramos ativamente pelo nosso sucesso ou fracasso, conforme a natureza das atitudes que gravamos como desejáveis.

Evidentemente, deixaram espaço para as decisões do indivíduo de se re-programar e fazer novos resultados, mas isto, se não for aprendido a tempo, certamente resultará em sofrimentos.

Os roteiros (planos de vida), apresentados a seguir, não esgotam o tema, mas servem de apoio para meditarmos a respeito.

O que pode o espírito que em idade adulta, consciente das suas faculdades e dever de buscar o seu progresso, fazer quando descobre que existem estes limitantes?

1- Desaprender o que está arraigado é o primeiro desafio. Aprender formas mais propícias para o seu desenvolvimento é o modo de ser do estudioso do Racionalismo Cristão. Este estudo é de maior aproveitamento quando a mente está esclarecida e livre de influências obsessoras, pela prática da limpeza psíquica e pensamentos elevados.

2 - Precisamos estudar quais metáforas melhor se aplicam aos desafios que pretendemos superar na nossa personalidade. Metáforas são representações da realidade numa linguagem simbólica. Esta linguagem simbólica vai gravar nos circuitos do cérebro, que lidam com as emoções, as opções de comportamento que precisamos para auto-superação.

Jesus Cristo doutrinava por parábolas, creio eu, não por alguma incapacidade dos seus ouvintes em entendê-lo, mas pela consciência de que desta forma os atingiria profundamente, ficando esta informação gravada em todo o complexo emocional das criaturas, influenciando-as por toda a vida.

3 - Precisamos identificar quais os nossos vícios no processo de estruturarmos o tempo e buscar progressivamente substituir os Jogos psicológicos por atividades produtivas e muito de Passatempos e Rituais por intimidade, ou seja, trocas honestas de impressão e emoções com outros seres humanos. Preservando assim as nossas trocas emocionais e dando alento ao espírito para a sua jornada.

4 - Precisamos ancorar estados de ânimo e disposição vencedora para a reação nos momentos de dificuldade. Descubra como identificar com todos os sentidos físicos a sensação e estado de elevação que se segue a uma limpeza psíquica. Esta percepção física será útil como um atalho para atingir a necessária concentração de forma quase instantânea quando precisar reprisar este estado frente a uma dificuldade, quando mesmo as palavras da irradiação, parece querem fugir da mente.

5 - Precisamos exercitar três posições na percepção das situações vividas, eu, o outro e eles. Esta alternância, além de favorecer a comunicação, nos mostra os problemas por diferentes ângulos de visão e, se necessário, com o afastamento que dá a perspectiva mais clara de pontos que pareciam insolúveis. Sabemos que encarnamos seres de diferentes classes espirituais para aprendermos uns com os outros, porém sem mudarmos a nossa percepção e pontos de vistas, como se dará o aprendizado?

6 - Por fim, mas não por último, precisamos construir na nossa mente, uma imagem vencedora de uma criatura que corrigiu os seus erros e está satisfeita ao final da sua encarnação com a consciência do dever cumprido. Esta imagem inspiradora deve nos auto motivar para aplicarmos o máximo da nossa disposição para correção das nossas tendências atávicas e, mau uso do livre-arbítrio, favorecendo a consecução da nossa programação para a evolução, objetivo que nos trouxe a este mundo.

Bibliografia:

Análise Transacional

1 – Woollms, Stan & Brown, Michael – Manual Completo de Análise Transacional – Ed Cultrix.

2 – Berne, Eric – Introducción al Tratamiento de Grupo – Ed. Grijalbo

3 – Berne, Eric – What do you say after you say hello – Ed. Bantam Book

4 – Steiner, Claude - Os papéis que vivemos na vida – Ed. Artenova

5 – Steiner, Claude - Educação emocional – Ed. Objetiva

6 – Kraus, Rosa R. – Notas de aulas do curso 202 AT.

 

Neurolingüística

6 - Knight, Sue – A programação neurolingüística –Ed . Ediouro

 

Inteligência emocional

7 – Goleman, Daniel – Inteligência emocional – Ed Objetiva

8- Weisinger, Hendrie – Inteligência emocional no trabalho – Ed. Objetiva

Ilustrações, Fotos e sites visitados.

Fig 1 – Ilustração por Julio César do Nascimento a partir do gráfico original Perfil de carícias de Jim Mackena – Mackena, Jim, Stroking Profile, Transactional Analisys Journal, 4 de outubro de 1974.

Fig 2 - Imagem ilustração Neurônios: André Malavazzi, Copyright 2000 Universidade Estadual de Campinas, Brasil – site da revista Cérebro & Mente.

Fig 3 – Ilustração por Julio César do Nascimento para estados de ego.

Fig 4 - Carol Dorner – Ilustração do paper: Maus tratos na infância podem ter efeitos negativos duradouros no desenvolvimento e nas funções do cérebro, do Dr Martin H. Teicher, professor associado de psiquiatria na Escola de Medicina da Universidade de Harvard – publicação da revista virtual Cérebro&Mente – site http://www.epub.org.br/cm/home.html

Foto 1 – Nebulosa - site Atlas do universo - por Richard Powell http://www.atlasdouniverso.hpg.ig.com.br

Foto 2 – Feto em formação – imagens do site, Obstetrícia –http://www.obstetricia.com.br/galeria_imagens/galeria.htm

Foto 3 – Bebe ultrasonografado em aparelho 4D – site da GE http://www.gemedicalsystems.com/rad/us/4d/virtual.html

Foto 4 – Feto em casaria - do site Obstetrícia - http://www.obstetricia.com.br/galeria_imagens/galeria.htm

Foto 5 – Ilustração livre

Fotos 6,7 e 8 - Macacos de Harlow – Nina Leen, Animal Behavior, 1976

 

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