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Formas e cores do pensamento

Luiz de Mattos

Continuando a tratar das formas do pensamento, trataremos também das suas cores.
Quando se sente uma afeição pura, mas pouco definida por alguém, a forma desse pensamento é uma nuvem irregular, por não ser produzida por uma vontade forte, um impulso ardente, enérgico, de maneira a dar-lhe uma forma regular, bem delineada, harmônica e firme em todos os seus contornos, e a sua cor é rósea; e quando essa afeição é egoísta, pouco definida, é uma nuvem mais irregular ainda e matizada de um sentimento menos puro, e assim de uma névoa de egoísmo, que se mostra claramente no meio da cor carmim, que é a cor dos pensamentos de amor.
Esta forma e esta cor pertencem a seres inferiores em espiritualidade e em educação, pois, é o egoísmo a prova real da inferioridade do ser humano.
Quando, porém, o ser sente uma afeição bem definida, a forma desse pensamento é distinta, algo poderosa e capaz de produzir um resultado definido, a sua cor é rósea, intensa, e brilhante, idêntica ao sentimento afetivo, bem definida, verdadeira.
As formas criadas pelo sentimento, pela música, e a influência que ela exerce no espírito humano, são variadíssimas, bem contornadas, harmônicas e algumas lindíssimas em cores e feitios, destacando-se dentre todas as de Mendelssohn, Gounod, Wagner, como se pode ver no livro "A vida fora da Matéria".
Quer isto dizer que cada pensamento tem a sua forma regular, harmônica, ou irregular, e as suas cores firmes ou mescladas de cinzento e escuro, conforme o sentir de cada ser; por isso, as cores são assim classificadas: negro, significa ódio e maldade; roxo, em toda a sua escala, desde o roxo de ladrilho ao escarlate brilhante, indica a cólera brutal que se manifesta por meio de relâmpagos, de um roxo escuro, atravessando densas nuvens de cor parda, enquanto que a indignação justa se manifesta por meio de uma cor escarlate, mui viva, que apesar de não ser feia é, todavia, desagradável pelo seu brilho; um roxo escuro e repugnante, quase exatamente o que se chama roxo sangue de dragão é o indicio das paixões animalizadas, de todos os desejos sensuais e desordenados.
A cor moreno-claro (como de terra siena queimada) exprime a avareza; o cinzento escuro indica o egoísmo; esta cor se encontra, desgraçadamente, com demasiada freqüência; o cinzento escuro e sombrio é o sinal de depressão, enquanto o cinzento claro e lindo indica medo; o verde cinzento denota embuste, engano, fraude, enquanto que o verde escuro, salpicado de pontos e de relâmpagos, de cor escarlate, manifesta ciúmes.
O verde demonstra sempre a faculdade de adaptação; no caso mais inferior, quando se aplica ao egoísmo, esta faculdade se converte a miúdo em engano e falsidade; mais tarde, quando a evolução avança, a cor se faz mais limpa, mais pura, denotando no ser que a possui desejo de ser desprendido, bom, ainda que entrem em seus projetos muitos sentimentos de interesse, como seja o desejo de popularidade, ou de boa reputação.
Em seu aspecto mais elevado, o verde delicado e brilhante expressa o poder da simpatia. A afeição se manifesta por intermédio de toda a escala fina, desde o carmesim, à rosa; uma cor acarminada, clara e limpa, significa a afeição moral, forte e sã; se esta cor rosa se torna escura, com um moreno cinzento, opaco, indica um sentimento manifestante egoísta, enquanto que uma cor rosa pálido e pura corresponde ao amor absolutamente desinteressado, de que estão dotadas as almas elevadas.
Semelhante aos primeiros alvores da aurora, o amor passa de igual modo do carmim escuro, dos sentimentos grosseiros, aos tons delicados da cor rosa, mais suaves à medida que se purifica a afeição de todo o egoísmo, e cresce cada vez mais, abraçando em sua grandeza a todos os seres necessitados. Esta cor admirável, ligeiramente mesclada com o azul vivo, pode expressar o sentimento amplamente realizado, da fraternidade universal de todos os homens.
O alaranjado escuro significa orgulho ou a ambição, e toda a escala fina do amarelo, pertence à intelectualidade; o amarelo com fios de cinzento escuro, demonstrará a inteligência aplicada a satisfazer o egoísmo, enquanto que o amarelo claro indicará uma personalidade intelectual, elevada. O amarelo primavera, pálido e luminoso, é indício da inteligência a mais elevada e desinteressada, é a razão pura, dirigida a fins espirituais.
As diferentes tonalidades do azul indicam todos os sentimentos elevados; fazendo escalas desde o azul escuro da irradiação egoísta ao azul cinzento do feiticismo matizado pelo medo, até à cor intensa e brilhante, que representa o ato de irradiação pura de uma alma amante, e o esplêndido azul pálido, exaltação da cor precedente, que demonstra a renúncia do eu pessoal e a união com o Grande Foco. Um pensamento repleto de amor, produzido por uma alma piedosa, dá origem a uma série de tonalidades maravilhosas, semelhantes ao azul profundo da atmosfera da Terra no estio.
Algumas vezes, através destas nuvens de um azul esplêndido, resplandecem em todo o conjunto deslumbradoras estrelas de ouro à maneira de chispante chuva.
Um sentimento composto de afeição e adoração ao mesmo tempo se manifesta por meio de um tingido violeta, cujos delicadíssimos matizes expressam com exatidão as diversas capacidades que têm as almas para responder à concepção de um ideal elevado.
O brilho e a intensidade das cores denotam, em geral, a medida da força e a atividade do sentimento que lhes deu causa, que os originou.
São estas as cores do pensamento descritas no livro referido, e por nós observadas em muitíssimas experiências, dentro e fora das correntes fluídicas organizadas pelo Astral Superior, para todos os estudos psíquicos, para a demonstração da vida fora da matéria, da força, causa de tudo quanto existe, inclusive da loucura, que certos homens formados em medicina desconhecem, e por isso, não curam. (Transcrito da obra "Cientistas sem Ciência", de Luiz de Mattos, 2a edição, 1939, pp. 383/385. Colaboração de Glaci Ribeiro da Silva e Caruso Samel)

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