Biografias
Descartes
Os valores espirituais
Apesar de se considerar moderna, e até elegante, a referência pejorativa aos postulados de Newton e Descartes, que estariam sendo substituídos pela visão atual da Física Quântica, cumpre-nos prestar uma homenagem a um dos maiores vultos da Humanidade, René Descartes.
Filósofo, físico e matemático francês em Touraine 1596 e Estocolmo 1650, deixou em muitas de suas obras conteúdos nitidamente espiritualistas, dentre as quais destacamos: Regras para a Direção do Espírito (1628), Meditações Metafísicas (1641) e principalmente Paixões da Alma (1649), que nos impressionam pela profundidade e sensibilidade espiritual em pleno século XVII obscurecido pelo fanatismo religioso.
Descartes criou a Geometria Analítica e sua física mecanicista serviu de base para Galileu e Newton desenvolverem suas pesquisas. No terreno da filosofia, considerava essencial para a existência do homem o ato de pensar. Teve a sabedoria de dizer que sua ética sempre a consideraria provisória. São expressões cartesianas: Assim como o calor e o movimento procedem do corpo, os pensamentos procedem da alma. Nos seus escritos sempre procurou distinguir corpo e alma como elementos distintos embora inter-relacionados.
Segundo Descartes, existiria no cérebro uma glândula que seria o local onde a alma se fixaria mais intensamente conforme diz em Carta a Mersenne, de 24 de dezembro de 1640. Provavelmente seria a pineal esta glândula, coincidindo com a posição das modernas doutrinas espiritualistas e se aproximando dos atuais conceitos espíritas.
Desconhecendo, na época, os circuitos elétricos ou as noções de matéria fluídica, consegue, num maravilhoso lampejo intuitivo, admitir a existência de um ar muito sutil que chamou de espíritos animais. Os espíritos animais seriam, para Descartes, corpos muito pequenos que se moviam depressa como as partes da chama de uma tocha.
Na visão cartesiana, a pineal seria captadora de todas as impressões corporais através de uma energia que circula no organismo: os espíritos animais. Considerava que estas energias, depois de captadas pela pineal, seriam transmitidas à alma. Também sob a regência desta glândula, os chamados espíritos animais permitiriam que a alma atuasse sobre o corpo.
Ao contrário de certas correntes religiosas, Descartes afirma em seus trabalhos que a morte nunca sobrevém por culpa da alma, mas somente porque alguma das principais partes do corpo se lesiona. Hoje, estudamos na ciência espírita que as lesões orgânicas determinam a perda do fluido vital com o conseqüente desligamento do binômio perispírito-espírito do corpo físico.
Observemos, com atenção, a semelhança do pensamento cartesiano com a visão doutrinária espírita, guardadas as devidas proporções e não nos esquecendo de que foram seus escritos efetuados há mais de três séculos.
Da obra Paixões da Alma:
Nossos agradecimentos a este Espírito que, muitos séculos atrás, já nos trouxe tanto ensinamento e, hoje, sem dúvida, é um Espírito ainda mais iluminado pelo amor e pela sabedoria universal.
Ricardo Di Bernardi
(O Autor é médico homeopata e espiritualista residente em Florianópolis, SC, autor do livro: Dos Faraós à Física Quântica. Livraria e Editora Universalista)
Colaboração de José Maurício Kimus Dias, 3 de julho de 2003
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