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Inteligência e raciocínio (ou uma reflexão sobre a mentira)

Mario Marinho de Souza

Inteligência e capacidade de raciocinar são atributos próprios do ser humano.
Pelo raciocínio, podemos distinguir o certo do errado desfazendo as teias que são traçadas muitas vezes para nos confundir.
Pelo pensamento, podemos vencer o medo, não aceitá-lo em nossa mente. E existem tantos medos que, enraizados em nós durante a infância, inconscientemente nos recusamos a expulsá-los.
Mas, ao usarmos o raciocínio, veremos que as bruxas, dragões, fantasmas, seres sobrenaturais, céus, infernos, diabos, são fantasias dos contos de fadas, das histórias em quadrinhos e do cinema que, sem percebermos, permanecem ainda em nosso subconsciente e, quando adultos, ainda a nos atormentar.
Costumamos ter medo de várias coisas: medo de errar, medo de falar, medo de nos expor, medo de fracassar, de ser assaltado, de sofrer um acidente ou de quebrar tabus que não resistem a um mínimo de raciocínio. São os reflexos dos antigos medos implantados na infância.
Pelo raciocínio, descobrimos que Papai Noel não existe. Nossos pais achavam que era mentir inocentemente e que isso não nos causaria nenhum mal. Foi a nossa primeira ilusão desfeita. Se nossos pais mentiram para nós em quem iremos acreditar? Também nos é permitido mentir?
Ao aproximar-se o Natal procurávamos os presentes escondidos por nossos pais e os descobríamos. Assim, aprendemos a tornar-nos dissimulados. Fingíamos acreditar, com medo da conseqüência de sermos descobertos em nossa incredulidade e não ganharmos mais presentes.
O interessante é que eles também ficavam meio frustrados quando descobriam que não acreditávamos mais na existência desse personagem mitológico; e que, fingindo acreditar, também estávamos mentindo para eles.
Era a mentira em cascata! Mentira gerando mentira!
A mentira, muitas vezes, é utilizada como instrumento de domínio e poder. E assim é. Continuamos a acreditar em mitologia, em histórias que não resistem a um mínimo de raciocínio, ou porque a maioria acredita, ou porque ainda temos medo de quebrar os tabus existentes, ou porque eles são tão belos e não ousamos destruir as nossas belas ilusões. Substituímos, assim, o Papai Noel que nos foi subtraído na infância.
Não ter medo de questionar, de raciocinar de procurar onde está a verdade. Mas também não sairmos por aí achando que somos seus donos absolutos.
A Verdade está por aí. Vamos procurá-la estudando, raciocinando, mas respeitando acima de tudo a sua procura por parte dos nossos semelhantes.
Sigamos Sócrates: "Só sei que nada sei". Ou Jesus: "Conhecereis a verdade e ela vos libertará" Se você teve a oportunidade de instruir-se, talvez tenha estudado Química, Física, Biologia, Direito, Filosofia, Teologia, a Bíblia, o Espiritismo, o Cristianismo, o Budismo, o Hinduísmo, Esoterismo, Evangelismo etc. O ser humano sente a necessidade do saber.
Muitos, sem a pretensão de serem sábios, absorvendo apenas os conhecimentos que foram possíveis de acordo com a sua capacidade de memória e entendimento, devem ter observado atentamente o que podemos captar de bom em cada um destes ensinamentos, pois a nossa finalidade principal é nos conhecermos a nós mesmos. É melhorar-nos como seres humanos. É estudarmos mesmo, neste mundo-escola. É sabermos o porquê da nossa existência neste planeta e como devemos conduzir-nos nele. Qual a finalidade? Procuremos.
Existem pessoas que não tiveram oportunidade de instruir-se e, no entanto, são dotadas de grande inteligência e capacidade de raciocínio. Por quê?
Procuremos a VERDADE!
O que não devemos aceitar é a mentira e quando tivermos a coragem de usar o raciocínio para distinguí-la, ela estará prontamente desfeita.

(Rio de Janeiro, 1 de outubro de 2004)

 

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