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Cérebro, mente e intelecto

Caruso Samel

A grande maioria das pessoas confunde, freqüentemente, cérebro, intelecto e mente. De acordo com a melhor tradição aristotélico-tomista, o dicionarista Aurélio Buarque de Holanda Ferreira divide o intelecto em intelecto ativo e intelecto passivo e informa: a) intelecto ativo - na tradição aristotélico-tomista, é faculdade cognitiva, isto é, a forma de o cérebro receber as impressões trazidas pelos sentidos físicos (visão, audição, olfato, paladar e tato) e b) intelecto passivo a faculdade cognitiva pela qual as impressões dos sentidos já espiritualizadas pelo intelecto ativo são plenamente conhecidas. Nós preferimos adotar o conceito expresso pelo intelecto passivo, com modificações: faculdade cognitiva pela qual as impressões já somatizadas ou plasmadas no cérebro pelo espírito são plenamente conhecidas.
Com relação ao significado de "cérebro", o dicionarista Aurélio é preciso, pois se trata de "matéria médica: porção do encéfalo que ocupa, na caixa craniana, toda a parte superior e anterior e, no sentido figurado, como sinônimo de inteligência, cabeça, talento". Portanto, cérebro é a parte física, material do corpo humano, o receptáculo das impressões recebidas pelo intelecto.
Por último, o termo "mente" tem a ver com a concepção e criação do que quer que seja, artística, poética, intelectual, etc., envolvendo ainda as intuições. Nosso dicionarista Aurélio estabelece para o significado de "mente": "1) intelecto, pensamento, entendimento, alma, espírito; 2) concepção, imaginação e, 3) intuição, intuito, desígnio, disposição, tenção". Vemos, assim, que o próprio Aurélio confunde as coisas, incluindo "intelecto" como um dos sinônimos de "mente", em contradição com o que ele mesmo definiu acima.
Queiram ou não os materialistas, a realidade subjetiva só pode ser adquirida quando a criatura passar a conhecer-se como Força e Matéria e disso não restar mais dúvidas. Só então, aprenderá a criatura a utilizar a sua força de vontade com inteligência, equilíbrio e eficiência para o verdadeiro crescimento espiritual e no próprio proveito de sua evolução e progresso material. É o que vamos desdobrar, a seguir.
Trinta e oito gerações nos separam de Aristóteles. Neste longo espaço de tempo aprendemos que o cérebro não é um órgão destinado a refrigerar o sangue, como afirmara aquele filósofo, já que é capaz de fazer coisas bem mais admiráveis. Nestes quase 2.500 anos, o conhecimento do homem como Força e Matéria teve avanços espetaculares, principalmente no tocante ao corpo humano com o desenvolvimento da medicina e da fisiologia. Nos últimos 20 anos, este conhecimento recebeu um grande impulso com o aprofundamento do estudo do cérebro, graças às invenções de aparelhos sofisticados de diagnóstico e de exploração das funções cerebrais e do sistema nervoso.

O cérebro

Com toda a certeza, o cérebro é a mais fantástica e complexa estrutura organizada existente no planeta, mas não é totalmente conhecido ainda. Sendo matéria, ele pode ser visto, tocado, manipulado e observado em todos os seus aspectos e detalhes, localizando-se no interior do crânio que o protege com sua carapaça óssea. Sua constituição é bem conhecida, suas células são conhecidas como neurônios que se ligam uns aos outros pelas chamadas vias neurais ou sinapses - ligações de uma célula com muitas. Estes neurônios são banhados ou envolvidos por substâncias químicas (conhecidas como enzimas), hormônios e quase uma centena de neurotransmissores, os quais têm suas funções específicas dentro deste complexo conjunto, formando um sistema harmônico. Além disso, para que o cérebro funcione, é necessário o oxigênio do ar que o cérebro consome em grande quantidade. Neste fabuloso processo, ocorre a transformação das substâncias químicas através das membranas celulares, polarizando e despolarizando, em milisegundos, as referidas células que assim exercem suas atividades eletroquímicas. Isto é o cérebro, pura matéria de que tanto nos orgulhamos! Mas, não deixa de ser uma maravilha da natureza que tanto desafia os cientistas! Muitos milhares e milhares de artigos e livros científicos e de divulgação foram escritos tratando do cérebro e suas funções.

A mente

Se é tão fácil assim definir e conhecer o que é o cérebro, o mesmo não acontece com respeito à mente. Decorridos tantos séculos de estudo e milhares de especulações e reflexões filosóficas, a ciência oficial pouco avançou nesta direção, apesar da dedicação quase obsessiva dos neurocientistas em procurar encontrar respostas para perguntas enigmáticas, tais como - o que é e onde é gerada a vida, o que é a morte, o que é o pensamento, o que é a vontade, o que é a consciência, o que é e como se forma a memória, o que são o sono e os sonhos, qual o papel desses últimos - e tantas outras indagações cujo conhecimento e difusão caminha a passos lentos, pois a pesquisa se limita ao cérebro e suas funções. Como encontrar o que é imaterial, o que é transcendental, no que é material? Esta é a questão! Por isso, o conceito de "mente" permanece tão obscuro e controverso entre tantos e tantos filósofos, cientistas, neurocientistas, pesquisadores, e mais recentemente, psicólogos.
Desde o alvorecer da filosofia, principalmente na Índia, China e Egito e, alguns séculos mais tarde, na Grécia, grandes pensadores dedicaram o melhor de seus esforços objetivando compreender e definir o que seja a mente e qual o seu verdadeiro papel na vida dos seres. Daí, surgiram numerosas teorias, algumas materialistas e outras dualísticas para explicar o pensamento, o sentimento e outras funções ditas cerebrais. As hipóteses dualísticas entenderam que a mente é separada do cérebro como entidade independente e com características bem diferentes entre si. Ela foi entendida, assim, como a verdadeira essência do ser, que recebeu muitos nomes, prevalecendo a noção de alma (do latim, anima), pois esta seria a força que anima todos os seres. Não fora o misticismo das religiões, que se estendeu desde a Antigüidade e atravessou toda a Idade Média, e estas idéias teriam prevalecido. Mas o dualismo mente-corpo de Platão (428 - 348 a. C.) e de Sócrates (470/469 a. C. - 399 a. C.) encontrou, no século XVII, um grande seguidor, René Descartes (1596-1650), que retomou o dualismo e estendeu e divulgou a separação da alma e do corpo. Contudo, as nascentes ciências física, química e biologia que vinham firmando suas raízes com base na matéria e tudo que ela representava, concentraram e desenvolveram os seus esforços com bases na experimentação e na instrumentação. Assim, nesta queda de braços entre o material e o transcendental, o material levou vantagem, conduzindo, nos dias atuais, a ciência oficial aos seus píncaros, desdobrada na moderna e fantástica tecnologia que tanto nos fascina, já que não deixa, também, de concorrer para o progresso humano.
Apesar disso e das grandes dificuldades criadas pela dominação religiosa em toda a Idade Média, no século XIX, na França, na Inglaterra e nos Estados Unidos, eminentes pesquisadores buscaram algo mais do que a matéria e o mecanicismo material, embrenhando-se no estudo da interação entre força e corpo, ou seja, espírito e corpo, na quase certeza de que a força anima todos os seres vivos, principalmente o seu representante máximo na Terra - o Homem. Estes trabalhos chegaram a Allan Kardec (Hyppolite Léon Denizard Rivail, 1804-1869), que estabeleceu as bases do espiritismo por volta de 1855, na França, bases essas que se difundiram rapidamente por muitos países do mundo, principalmente pelo Brasil. Infelizmente a aplicação prática do espiritismo deixou e vem deixando muito a desejar, tendo descambado para o misticismo evangélico e o seu uso, no baixo espiritismo, causa grandes malefícios aos incautos. Além disso, a disciplina a que os médiuns deveriam se submeter voluntariamente foi perigosamente relaxada, a ponto de induzir o avassalamento de numerosos médiuns por todo o planeta. Somente no século XX, no Brasil, em 1910, com Luiz de Mattos e Luiz Alves Thomaz, foi lançada a semente e codificados os princípios doutrinários do espiritualismo, surgindo o Racionalismo Cristão, doutrina filosófica de natureza espiritualista, codificada para esclarecer a humanidade sobre as coisas sérias da vida. Esta doutrina, que foi consolidada por Antônio do Nascimento Cottas, acha-se atualmente em fase de grande expansão pelo Brasil, Estados Unidos, Europa e África sob o comando do atual Presidente Internacional do Racionalismo Cristão, Dr. Humberto Machado Rodrigues. Esta doutrina veio explicar o que somos como Força e Matéria - basicamente espírito (força), perispírito (corpo astral) e corpo físico (o corpo humano), estes dois últimos pura matéria.
Esses conceitos - que começam a ser aceitos pela ciência oficial através de grandes pesquisadores nos ramos da psicologia, bioquímica e neurociência, desenvolvendo e procurando entender os processos cerebrais e neurais - vêm enriquecendo os conhecimentos da vertente material da ciência, numa abordagem que certamente receberá os influxos do conhecimento espiritual do homem para o melhor entendimento do que seja o "eu" individual do homem e o espírito ao qual o "eu" se vincula, firmando o conceito de individualidade de evolução espiritual que transcende à matéria.
Desse posicionamento em que a mente e o cérebro passam a ser vistos como entidades interativas, mas não isoladas, quando os cientistas retomarem e integrarem o conceito dualístico dos grandes filósofos do passado, o espiritualismo receberá o aval da ciência oficial e a verdadeira essência do homem será, então, definitivamente resgatada aos olhos de toda a humanidade. Será, então, fácil entender e aceitar que as funções mentais são comandadas pelo espírito e dele emergem as funções de perceber, pensar e sentir e será compreendido como se sustentam, através da atividade cerebral e dos sentidos físicos, a fala, a escrita e tudo o mais que permitiu ao homem desenvolver, em curto período de tempo (tempo biológico), as nações e as civilizações correspondentes com suas respectivas culturas, estas reunindo o conhecimento e a sabedoria dos povos da Terra.
Somente assim, após vencida esta discrepância que existe entre ciência e filosofia e seus métodos de investigação, que será catalisada pelo puro espiritualismo, é que os trabalhos experimentais da ciência e os trabalhos especulativos dos filósofos encontrarão um denominador comum de mecanismo de prova e contra-prova que levará ao estudo e ao conhecimento da verdadeira essência do homem - a alma ou espírito, ficando fácil de explicar a natureza de numerosas questões, hoje tratadas de forma mística e até milagreira, exploradas por muitas religiões e seitas de todos os tempos.
Enquanto a compreensão do que seja alma ou espírito não passar de complicadas elucubrações metafísicas e interpretações fantasiosas das religiões, o verdadeiro conhecimento da essência do homem permanecerá obscuro. Enquanto a relação lógica de dependência entre cérebro e mente não se inverter (mudança de paradigma) para mente-cérebro, por mais que a ciência avance nas investigações do cérebro e suas funções, restarão as questões fundamentais sobre o que somos, de onde viemos e para onde vamos quando da extinção do nosso corpo físico e, com ele, do cérebro. Enquanto os homens não se convencerem de que o cérebro é apenas o instrumento do espírito ou da mente e aceitarem outros métodos de investigação que não o todo poderoso método experimental, não conseguirá o homem entender a si mesmo como força e matéria. Ele vai verificar, então, que não basta simplesmente se apoiar na lógica científico-experimental, mas é preciso ter coerência e deixar fluir as intuições sem escorregar para o terreno perigoso do misticismo religioso. É preciso estudar mais sobre o que seja a intuição e procurar entender por que tudo nos vem de fora. Mas isto é um outro paradigma que exige uma mudança de rumo de cento e oitenta graus. A natureza não dá saltos e as grandes transformações levam tempo - o tempo da compreensão global.
E há, ainda, no momento atual, tantas outras e importantes questões não respondidas e entendidas, pois as estruturas cerebrais e as conexões neurais são demasiadamente complexas. A neurociência tenta explicar, por exemplo, os mistérios do pensamento e da linguagem, das diferentes formas de aprendizagem, da memória e sua capacidade de retenção de informações, das numerosas e complexas emoções, da criatividade, da consciência e seu papel regulador da moral e da ética; os porquês da obsessão psíquica, da tendência da grande maioria das pessoas ao misticismo que leva ao obscurantismo; como se desenvolvem as tendências e as disfunções negativas como o medo, o ódio, a inveja e tantos outros sentimentos negativos. Seria bem mais produtivo para toda a ciência e a humanidade aceitar, ainda que sujeito a provas ulteriores, pensar que todo esse conjunto de funções mentais são o efeito de uma causa única que provém da alma ou espírito, isto é, de uma essência não material ou imaterial que denominamos de força inteligente ou força ativa e nesta direção concentrar os estudos experimentais ou empírico-filosóficos. Só então, a verdadeira natureza do homem será conhecida e será fácil tratar e erradicar com êxito as disfunções psicomotoras negativas (obsessão) que tanto sofrimento têm causado e vêm causando ao homem. Este (o seu espírito, o verdadeiro "eu" substancial e essencial) será então compreendido como um ser essencialmente evolucionário da mais alta transcendência que encarna e atua em um corpo terreno para interagir com outros espíritos, também encarnados, objetivando a sua evolução que se projeta muito além do tempo que conhecemos.

O intelecto

Se é difícil entender o que seja a mente, mais complicado parece ser assimilar o conceito do que seja o intelecto.
Partindo do conceito de intelecto ativo, que o dicionarista Aurélio define, modificado pelo autor destas considerações, não será difícil fazer um paralelo com o liame que existe entre uma fonte qualquer de energia (corrente alternada ou cíclica), e sua transformação através de um transformador, não havendo nenhum contato físico entre a energia que entra e a energia que sai. Contudo, o fluxo se estabelece de uma parte a outra ou outras através da indução, graças à formação de um campo eletromagnético de forças entre o primário e o secundário do transformador, não havendo também perdas de energia (sua destruição), mas apenas desvios de uma fração dela na forma de calor. Voltando ao espírito-perispírito-corpo, isto é, ao homem, podemos estabelecer que, nesta tríade, o espírito é a fonte (como a energia que entra no primário do transformador), o perispírito é o transformador que transfere a força do espírito do primário ao secundário e, finalmente, o corpo é o secundário do complexo espírito-perispírito-corpo, isto é, o receptáculo de tudo o que nos vem de fora (da "fonte" ou espírito). Assim, é fácil entender, por esta simples mas útil comparação, que o perispírito se comporta como um conversor de freqüências e serve de liame entre o espírito e a matéria, levando principalmente ao cérebro, sob forma diferenciada e decodificada para atender às necessidades dos cinco sentidos físicos (visão, audição, paladar, olfato e tato), o conjunto de informações e estímulos que deseja lhe transmitir. Esta sinergia (trabalho conjunto da tríade) redunda sempre em benefício de cada um e de todos simultaneamente. Daí ser fácil entender que o espírito está no comando o tempo todo! O conjunto desse influxo e exofluxo (entrada e saída) de energia funciona, portanto, de forma contínua, harmônica e perfeita conquanto a mente e o corpo estejam sãos (relembre-se o aforismo latino: mens sana in corpore sano).
Partindo, portanto, do entendimento acima exposto, não será difícil aceitar que o conjunto de conhecimentos e sabedoria do espírito é por ele levado ao cérebro para exercer suas funções cerebrais - neuronais e hormonais - dessa forma e é a esse conjunto que poderíamos chamar de "intelecto". O intelecto é, assim, uma simbiose maravilhosa entre espírito, perispírito e cérebro, deixando aos cuidados deste a utilização da energia secundária em benefício do próprio corpo como um todo. O Racionalismo Cristão nos fala dos cordões fluídicos ligados ao cérebro e ao coração e esclarece sobre esta transferência de energia entre perispírito e corpo.
Fica agora fácil desdobrar e entender o que seja o intelecto. Ele administra, materialmente falando, tudo que emana do espírito, pois ele é o seu agente "colado" ao cérebro, ao coração e a todo o corpo, enquanto este estiver vivo e sob a ação do espírito. Por isso, podemos dizer que é através dele - que é o canal do espírito - que a inteligência entra em ação; que se manifesta o poder de criar, de conceber, de investigar, de discernir, de gerar idéias; de compreender proposições lógicas, matemáticas e científicas de qualquer natureza; enfim, de compreender a natureza, o universo e as forças que o regem; de questionar seja o que for, ainda que para não chegar a conclusão alguma; de trabalhar as idéias, de fazer construções literárias e poéticas, de tirar ilações filosóficas através de especulações metafísicas, de esculpir, de pintar, de ser artista; enfim, ele é a ligação, é o canal que permite ao mentor, que é o espírito, realizar todo e qualquer trabalho de ordem intelectual. Intelectual é, também, o método de investigar a verdade, de discernir o Bem do Mal, de fazer escolhas, de acertar, de errar e diferenciar um do outro e, nesta linha corrigir os erros.
Vejamos mais alguns exemplos do papel do intelecto na vida do homem. Nós sabemos que, ao examinar uma idéia qualquer, percebemos que ela não é o objeto ou a coisa idealizada, uma não é a outra, mas se faz passar por ela para que o entendimento se universalize e torne fácil a sua disseminação ou difusão entre os povos da Terra. Por exemplo, a idéia representada pela palavra "círculo" não é o círculo como tal, mas serve para tornar inteligível entre os seres o significado do que queremos dizer; embora com palavras diferentes em centenas de idiomas, elas representam o mesmo entendimento do que realmente seja círculo. Na intelecção que decorre do uso do intelecto ou das faculdades intelectuais, com certeza, o raciocínio está sempre presente. Este exemplo poderia ser estendido, sempre com a mesma conclusão, usando-se uma certa palavra para designar um determinado objeto, material ou não. De outro lado, podemos compreender também que o método de nada valeria se não existisse uma idéia prévia (criação do espírito) para ser examinada e que pode se mostrar verdadeira ou falsa e isso varia de pessoa a pessoa. É o discernimento, atributo do espírito, que também é canalizado ou verbalizado através do intelecto. Que dizer de nossos sentidos físicos? Por exemplo, ver e ser visto é uma e mesma coisa que leva em conta a percepção, que por sua vez decorre da atuação conjunta da tríade espírito-intelecto-cérebro. De nada valeriam os estímulos recebidos se estes não tivessem interpretações próprias e adequadas pelo sistema mente-intelecto-cérebro. Estes exemplos servem para nos mostrar que as intuições e os pensamentos assim apurados e desenvolvidos são específicos do ser humano, inclusive para gerar e escrever estas linhas.

Março 2004 (O autor é Diretor-Tesoureiro da Filial Butantã, de São Paulo, SP.)

 

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