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Evolução

Colaboração de José Maurício Kimus Dias

Todo esforço para explicar a dinâmica da evolução não chega a desemperrar totalmente a mente humana das formas dos conceitos estratificados da vida física. Deve-se supor a caminhada do espírito numa estrada infinita e eterna, conceitos e descrições devem ser admitidos como balizas indicativas demarcando o rumo mais certo.

O centro de consciência humana, que se organiza individualmente no seio do Psiquismo da Inteligência Universal, constitui-se num campo íntimo, ou na miniatura psíquica do próprio macrocosmo. A consciência individual, ainda virgem e ignorante, mas excitada pelo dinamismo centrífugo, promove a sua ascese espiritual desde a transformação do átomo em molécula, da molécula em célula, da célula ao organismo, do organismo animal ao tipo humano, e, depois a metamorfose do homem até a configuração de espírito superior.

O homem ainda vive sob os impulsos e as excitações da energia criativa do instinto animal, a qual lhe organiza a vestimenta de carne na face dos orbes físicos. Mas, depois que supera a animalidade, ele também se converte num transformador, capaz de absorver pelo impacto energético do Psiquismo da Inteligência Universal, a fim de também distribuí-lo, gradativamente, na voltagem psíquica adequada à vida dos seres menos evoluídos.

A centelha, ou partícula espiritual, quando assinala seu primeiro apercebimento íntimo e consciência de existir, já é a etapa final de um longo progresso em gestação através de todas as múltiplas formas no Universo. Essa individualização da consciência só ocorre após o descenso vibratório psíquico das galáxias depois planetário até ultimar a sua filtração pela intimidade dos reinos mineral, vegetal, animal e definir-se no homem, como o produto mais precioso e avançado.

Ao ser criado um espírito no seio do seu Mundo de Luz, ele já possui em si mesmo, latente, o conhecimento e a realidade macrocósmica do Universo. Isso acontece porque a individualização espiritual do homem só ocorre depois que o psiquismo da Inteligência Universal efetua seu completo descenso vibratório, ou seja, a inversão do macro até o microcosmo.

Sem dúvida, há em cada reino da natureza uma consciência psíquica instintiva que atua em determinada faixa e freqüência vibratória, vinculada a Inteligência Universal. Cumpre-lhe, especificamente, aperfeiçoar as espécies minerais, vegetais e as próprias espécies animais. Sob tal comando e progresso incessante, esta energia amolda e apura os minerais incorporando-os aos vegetais, e, em seguida, os ajustam às espécies animais, providenciando a contextura do organismo carnal anátomo-fisiológico, que deverá servir para o futuro homem. É por isso que a própria ciência comprova que existe uma direção, um sentido orientativo e disciplinado na cristalização de alguns minerais. Observa-se uma espécie de arquétipo oculto, que além de proporcionar a necessária composição química, que se traduz por propriedades fisio-químicas, ainda confere aos minerais as características geométricas de cada tipo; a distribuição harmoniosa das cores; os aspectos e as variedades peculiares de cada espécie.

Sob essa ordem previamente esquematizada pela Lei Universal é que opera a consciência instintiva e diretora do reino mineral. Nada acontece por acaso, existe um método na criação, cujos princípios agora a ciência começa a sentir e desvendá-los, eliminando a velha nomenclatura, a mística dos alquimistas. Lembrando que é de senso comum, quanto à considerável diferença que existe entre a pedra-ferro e o petróleo, embora ambos sejam minerais.

Sob o aforismo de que o psiquismo dorme no mineral, sonha no vegetal, desperta no animal e vive no homem e cria no espírito de luz, é fácil de se verificar, como difere essa ação psíquica em confronto com o estado físico e a graduação evolutiva de cada reino da Natureza!

Embora se verifique o aspecto estático e a solidez proverbial do mineral, há em sua intimidade um incessante movimento de partículas, cujas velocidades são superiores a 200 km/s. Igualmente essa adversidade ainda é bem maior entre a ação da consciência psíquica, que atua no reino vegetal, em paralelo com o reino animal, cujas espécies são desligadas do solo, ensaiam as primeiras simbolizações sonoras e já atuam em conjuntos afins e sob o controle de energias específicas e superiores da Inteligência Universal, o que lhes dá as primeiras experiências da consciência instintiva.

Em nossas primeiras encarnações, pisamos em um terreno duro, que corresponde à meninice espiritual, quando o espírito encarnado mal compreende a sua condição humana, cuja inteligência é praticamente sensório-motora e a afetividade fortemente egocêntrica e materialista. É um estado evolutivo de uma inteligência ligada às formas concretas, e cuja afetividade mal ultrapassa o ambiente familiar; que se afasta facilmente de qualquer labor sem utilitarismo. Neste terreno difícil, a semente germina e cresce, mas é absorvida pelos espinhos que a circundam numa proliferação vigorosa, mas nociva, subentende-se aos que desenvolveram melhor a inteligência conseguindo um estado intuitivo, que lhes fez perceber o valor da semente, mas, infelizmente, não vigiaram seu crescimento sadio. Enfim, um dia, a semente frutifica, pois ali encontra a condição favorável e nutritiva, simbolizando o período da inteligência lógica e ao mesmo tempo capacitada para o abstrato, em que a experiência do espírito proporciona-lhe condições de aprender e assimilar os conceitos racionais e cristãos numa expansão que ultrapassa os acanhados limites da sociedade imediatista. É a reativação espiritual de sua origem em que as vicissitudes e dores vencidas, juntamente com a cultura adquirida compõem o estímulo final para impulsionar o espírito ao seu mundo de luz.

É por isso que Jesus não condenava; e lembremo-nos de que é dele a severa advertência que diz: "Não julgueis para não serdes julgados"; ou ainda, "Com a mesma medida que medirdes com a mesma sereis medido"; comprovando perfeitamente que conhecia as deficiências humanas. Coube-lhe a missão de especificar e distinguir quais são os atos e as atitudes mais eletivas, a fim de conduzir mais breve o espírito humano para o mundo de luz.

Cada ser possui o livre-arbítrio e reage de acordo com sua natureza e entendimento do seu terreno psíquico, ou o grau de sua compreensão espiritual. Aliás, não existem dois seres absolutamente semelhantes no Universo, pois há sempre diferenças conseqüentes do estágio evolutivo e as experiências diferentes vividas nas múltiplas reencarnações, em que tudo se realiza no sentido exclusivo e espiritual de libertar o homem dos laços de sua imantação à força gravitacional do nosso mundo Terra.

Assim como as escolas primárias são destinadas aos alunos incipientes, analfabetos e rudes, o planeta Terra é um mundo escola e o lar físico de espíritos primários, cujo conteúdo psíquico ainda bruto como o diamante extraído do solo, principia a ser desbastado para a louvável escultura do futuro brilhante espiritual. Assim como a lixa amacia a madeira do tampo da mesa rústica, o ácido limpa a vidraça gordurosa e o calor apura o ferro até a condição louvável de aço mais resistente, o planeta Terra, esse nosso mundo escola, serve para desbastar as arestas grosseiras dos espíritos aqui encarnados e prepará-los para outras vivências mais sublimes!

O amor é a natureza real dos Espíritos de Luz. O homem só toma conhecimento da autenticidade divina do Amor absoluto, através de sua própria manifestação crítica. É um estado superior dos espíritos encarnados ligados ao Astral Superior. São estas entidades transbordantes de amor, que em sua consciência astral incentivam, impelem, intuem, e orientam a humanidade. Significam as fontes vivas de concentração e doação desse Amor, que filtram na dosagem acessível às vidas menores. Lembra algo de transformadores das energias Superiores, que baixam a voltagem da Usina do Grande Foco, para assim nutrir os seres deste nosso planeta.

Pesquisa e adaptação de trecho do livro de Hercílio Mães, "A luz do cosmo", Ed. Freitas Bastos, 2a ed., 1983; 
colaboração de José Maurício Kimus Dias, 22/4/2002

 

 

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