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O conhecimento

José Maurício Kimus Dias


O ser humano está em evolução; sempre procura o conhecimento como um meio necessário à sua própria existência. Como ser racional, ele deixa de seguir os instintos promovidos pelo ambiente onde vive para, com o uso da razão, desenvolver a sua melhor forma de viver. A complexidade desse processo permite que tudo ocorra de uma maneira que parece ser sutil, simples e ao acaso. Somente é possível enxergar uma pequena luz desse processo se for analisado com base na evolução do espírito.

Evidentemente, os diferentes graus evolutivos de cada ser humano promovem as diferentes formas de busca do conhecimento conforme a necessidade de cada um. Na sobrevivência num meio hostil, adquire-se os conhecimentos imprescindíveis a continuidade da vida. Toda doença tem sua cura graças ao conhecimento adquirido em seu devido tempo, mas novos desafios aparecem indefinidamente, caso contrário, a busca do conhecimento nessa área seria desnecessária. A necessidade da nutrição para sobrevivência do corpo, faz com que o homem caminhe no avanço tecnológico em busca da quantidade de alimento para a manutenção da vida no planeta. Da mesma forma, observa-se a necessidade da busca do conhecimento em todas as áreas de atuação da vida no homem na Terra.

O conhecimento é fruto da evolução individual de cada pessoa. Assim, ele é gerado de acordo com que cada um deseja no momento. Se um indivíduo tem sede e necessita de água, ele terá que beber de alguma forma, mas muitos sabem que uma água limpa e potável é melhor do que uma água suja e poluída. A evolução de bens materiais também ocorre conforme as necessidades e o desejo de cada indivíduo.

Vamos analisar a vida sob três tipos básicos evolutivos. Para uns a vontade predomina sobre a razão em todos os sentidos e a vida parece caminhar como uma máquina programada para executar um serviço. Vive-se, assim, conforme caminha a vida geral da comunidade. As pessoas agem individualmente e raramente ela se preocupa com o próximo. "Reza-se" para não aparecer dificuldades e faz-se tudo da maneira mais simples possível tentando evitar o aparecimento de qualquer problema ao seu lado. Entretanto, as dificuldades estão presentes constantemente e promovem sofrimentos que parecem se perpetuar eternamente. São pessoas incapazes de enfrentar uma competição para uma sobrevivência melhor. Acomodam-se passando longo tempo praticamente no mesmo ponto. Têm medo até de pensar, ou seja, de usar a própria razão. A fé é quase sempre inquestionável. Confia num Deus ou em entidades ditas superiores e aguarda passivamente o seu destino. As pessoas que vivem dessa maneira têm muita dificuldade em competir pela própria sobrevivência e vivem em constante alerta de uma falsa intuição. Os indivíduos que já galgaram um degrau mais elevado na evolução buscam o conhecimento da verdade através da certeza de que somente a honestidade ou a forma de vida em comunidade, sem prejudicar ninguém, é o caminho correto a se seguir. Não há o comodismo, lutam pela sobrevivência questionando sempre o papel do próximo.

O homem deve desenvolver o seu potencial para ter o direito de viver em sociedade. Aqueles que não procuram caminhar com seus próprios passos, geralmente são excluídos, pois não se pode admitir que um trabalhe mais em favor de outro que tem a mesma possibilidade de trabalho. A competitividade é marca definida nessa sociedade. Vive-se com conforto satisfatório ao padrão local. O conhecimento é uma busca constante em favor do maior conforto material, evitando os sofrimentos provocados pelo meio onde vivem. Mas o meio age sempre em ação de novos desafios, promovendo um círculo vicioso. Por exemplo, conhece-se a cura de uma doença e surge outra com características intrínsecas apropriadas com um novo grau de dificuldade para solução. Constroem-se locais mais confortáveis em detrimento da natureza e a própria natureza se modifica lançando novos desafios para se manterem adequados. Da mesma forma, a fé é inquestionável e o único obstáculo para a reflexão coletiva é o medo da morte e a possibilidade de um julgamento desfavorável permitindo a sua vida em um local pior do que a que possui no momento. No último tipo, os indivíduos nunca estão satisfeitos com o que são e buscam o conhecimento da verdade a qualquer custo. A vida parece ser momentânea e há uma preocupação maior, não com o estado individual das coisas, e, sim, com a satisfação pessoal em ver a vida como um todo em harmonia. A sua individualidade é considerada como essencial para o Espírito, ou seja, a sua vontade própria é fundamental para a liberdade de pensamento. A competitividade existe mas com respeito ao próximo, inclusive sacrificando-se em determinadas situações. O conforto deve ser fruto do seu trabalho, mas preocupa-se com a necessidade geral onde vive.

A fé é questionável sim, por isso no Racionalismo Cristão chamamos de convicção, pois, se baseia na razão que é a linha mestra de toda a conduta humana, pois confia na racionalidade do homem como um dos mais fortes meios em favor da vida. A razão é uma importante ferramenta concedida ao ser humano pela Inteligência Universal, aprendemos que nada pode ser aceito sem o crivo da razão.

A procura da verdade é imprescindível a uma vida alegre e feliz. O homem a caminho da verdade segue ao lado da CIÊNCIA e, à medida que o planeta evolui, a ciência desperta novos interesses anteriormente desnecessários. O conhecimento do Espírito, a vida após a morte, a vida antes da vida terrena, a vida em outros planetas, as fontes energéticas a serviço do homem e da natureza, a atuação da medicina na autocura de doenças, a comunicabilidade entre as diferentes formas de vida existentes no universo, o autoconhecimento e as relações de sociabilidade, etc., já estão sendo os temas prediletos do conhecimento científico.

Nessa procura constante do conhecimento, é importante que tomemos iniciativas a favor de uma vida melhor. Precisamos compreender bem as regras da vida para podermos viver cada vez melhor. O espiritualismo, numa linguagem atualizada de Jesus Cristo e de outros importantes Espíritos que já passaram pela Terra, nos mostra as regras básicas e nos incentiva a praticá-las nesta reencarnação. Novos conhecimentos surgirão conforme novas necessidades evolutivas. Resta-nos, agora, duas perguntas para reflexão de cada um. Em que ponto da caminhada evolutiva você está no momento? O que você espera daqui para frente?

José Maurício Kimus Dias, Teresópolis, RJ. 28 de maio de 2003

 

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