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Biografias

O salvador de vidas

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Dr. Vital Brasil

Vital Brasil, médico brasileiro, nasceu em Campanha Minas Gerais, em 28 de abril de 1865; seus pais, José Manoel dos Santos Pereira e Mariana Carolina dos Santos Pereira.

Trabalhou para pagar os seus estudos básicos, em São Paulo, seguindo depois para o Rio de Janeiro, a fim de estudar medicina.

Ao formar-se, partiu para a França, especializando-se, em Paris, nos estudos de laboratório, com os professores Mesnil, Metchinikoft, Borel e Roux.

Ao regressar de Paris, passou a cuidar dos doentes do interior de São Paulo, e percebeu que a maioria perdia a vida em conseqüência de picadas de cobras; daí passou a estudar aplicando todas as suas energias para descobrir um remédio para sanar esse mal.

O governo de São Paulo, observando o interesse do Dr. Vital Brasil, no que tange aos estudos de um antídoto para mordidas de serpente, resolveu fundar numa fazenda, às margens do Rio Pinheiros, em Butantã, um laboratório científico, que se denominou Instituto Soroterápico Butantã, para produzir soros e vacinas, e nomeou o referido médico como chefe dos cientistas.

Os estudos continuaram, naquele instituto, até que foi descoberto o soro antiofídico, que ficou universalmente conhecido e aplicado, com êxito, nas picadas de cobras venenosas.

Com a descoberta do novo soro, o Dr. Vital Brasil partiu para os Estados Unidos, em Washington, para apresentar o seu trabalho ao Congresso Científico Pan Americano; ali fez uma demonstração da descoberta do seu produto e foi aprovado, por unanimidade, pelos cientistas daquele congresso.

Em 1916, no serpentário do Jardim Zoológico de Bronx em New York, onde deslizavam no chão muitas serpentes, John Toomey, servidor daquele jardim, ao limpar a gaiola descuidou-se e uma grande cascavel deu-lhe um bote fatal, cravando bem fundo os dentes na sua mão.

O diretor do referido jardim, Raymond Ditmars, fez-lhe uma aplicação dos cristais antivenenosos, que eram o único contraveneno que possuía. Estes cristais, antes de serem aplicados, eram fervidos por 45 minutos, até formarem o soro. Raymond constatou que na maioria dos casos o soro não dava resultado.

A injeção do mencionado soro não surtiu o menor efeito em John, pois a inflamação aumentava e ele parecia estar destinado ao falecimento físico.

Neste momento um homem que estava presente disse que conhecia um senhor, o único que poderia salvar a vida de Toomey. Ele apresentou ao Sr. Ditmars as coordenadas de onde se encontrava o cientista, conseguindo trazer, no espaço de uma hora, uma forte criatura ao hospital onde a vítima torcia-se de forte dor. Era o Dr. Vital Brasil, que perguntou qual foi a cobra. Disseram-lhe que foi a cascavel.

Como o Dr. Vital Brasil andava prevenido para estes e outros casos, selecionou uma das ampolas da sua maleta e aplicou-lhe uma injeção; duas horas depois a vítima estava fora de perigo.

Como todo homem que traz no fundo da sua alma a gratidão, John agradeceu-lhe com muito entusiasmo; o cientista brasileiro sorriu e disse-lhe: "Eu é quem devo agradecer-lhe; o senhor era exatamente o homem que eu estava procurando".

De volta ao Brasil, em 1919, criou o Instituto Vital Brasil, em Niterói, que foi dirigido pelo Butantã; e, assim, coube ao Dr. Vital Brasil administrar as duas instituições.

No Instituto Butantã estudou um medicamento para curar o veneno das picadas de aranha, e obteve ótimo resultado.

Para conquistar a confiança dos brasileiros incrédulos do interior, Dr. Vital Brasil expôs uma vaca idosa à mordida de uma jararaca, e ao cair o animal ele injetou-lhe o soro, e em algumas horas o quadrúpede estava livre do veneno.

Aos 75 anos deixou de administrar os laboratórios de Niterói, mas continuou a dirigir o Butantã até o seu falecimento, que se verificou no dia 8 de maio de 1950, aos 85 anos de idade.

Muitas pessoas de todo o Mundo Terra devem a vida a este grande e humano cientista, o Dr. Vital Brasil.

Centenas de cientistas foram discípulos de Vital Brasil, tais como bioquímicos, bacteriologistas e pesquisadores de outros campos.

Seus seis filhos dedicaram-se à medicina e pesquisas; um, deles, o Dr. Vital Brasil Filho, faleceu vítima de uma infecção contraída durante uma experiência.

Por Paulino Pacheco, A Razão, Abril 2000, p. 10.

 

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